Anjos Pecadores

O Paciente

Sangue escorrendo, Gritos de desespero, Sombras fugindo para a parte escura da cidade, um rugido faz todas essas sombras fugirem sinto o chão tremer ou será que são minhas pernas, não consigo me mexer vai me alcançar é o meu fim"

Abro meus olhos rapidamente, assustado com a angústia no peito depois de outra noite de pesadelo, me sento na beirada da cama e passo a mão nos cabelos para tentar acalmar o choque em minha mente, estico o braço para alcançar meu relógio em cima da prateleira.

- 04:41, Droga ainda é muito cedo, malditos pesadelos.

Saio de cima da cama e vou até a mesa de drinks da boate, e me sirvo com um copo de vodka balkan e tomo tudo de uma única vez, Avisto os jornais em cima da mesa de madeira do canto através do grande espelho no teto, caminho até lá e me sento em umas das cadeiras e pego o primeiro jornal da pilha.

                       MANCHETE

"Homem é preso por matar esposa a mão armada e é ferido no confronto com a polícia."

"policiais que atenderam ao chamado, relatam que o indivíduo estava alterado e dizendo coisas sem sentidos como se fosse outra língua, os policiais levaram o assassino para o hospital psiquiátrico Briarcliff para uma avaliação do seu estado mental"

- "Outra língua?", Isso só pode ser obra de um desses demônios, terei que ir pessoalmente verificar.

Levanto-me da cadeira e vou de volta ao meu quarto, na primeira gaveta da minha estante retiro minhas duas pistolas e as coloco uma de cada lado da cintura, Visto minha jaqueta mas não a fecho para poder sacar mais rapido minhas armas quando necessario, olho o relógio mais uma vez agora no meu pulso e vejo que já são 05:51 da manhã.

É melhor resolver isso antes que a cidade inteira acorde, não quero ser visto em público matando uma dessas coisas durante a luz do dia.

Caminho em direção ao meu carro no fundo da boate, ainda está um pouco escuro as nuvens escondem os poucos raios de sol que começaram aparece.

Pisor fundo no acelerador não quero perder tempo esse demônio pode acabar machucando outra pessoa, Por sorte o homem não foi levado para a prisão devido aos seus ferimentos, seria difícil entrar lá com o meu histórico.

De frente para o hospital psiquiátrico Briarcliff, sinto o cheiro de morfo e sinto pena dessas pessoas por estarem confinadas lá, expulso esse sentimento assim que o percebo e vou até a recepção.

- Hospital psiquiátrico Briarcliff!

- Detetive Dante, vim interrogar o último paciente.

- Já mandaram um detetive ontem e não conseguiram obter nenhuma informação.

Penso por um instante, preciso ser rápido se não ela vai desconfiar que estou mentindo.

- O último detetive não tinha experiência com pessoas nesse estado psicológico.

Ela para e pensa por alguns segundos, parece avaliar o que acabei de falar e por fim diz.

- Me acompanhe, por favor.

Enquanto seguimos pelo corredor úmido e estreito ela tenta me passa algumas informações sobre o paciente mas apenas assinto e a ignoro, percebo que as portas dos quartos são feitas de metal e que algumas delas contém informações sobre os horários de medicamentos dos pacientes e que também indicam o nível de agressividade deles, viramos a esquerda no corredor e chegamos ao quarto desejado.

- É este.

Ela parece nervosa, não sei se minha presença a intimida ou se o paciente a assusta, quando ela está preste abrir a porta, digo com firmeza.

- Pode deixar que faço isso sozinho.

Ela me olha surpresa, mas vejo sua expressão mudar para alívio.

- Esse não é o procedimento.

- Eu sei, mas ele não ficará a vontade com você lá, ele sente que vocês o vêm como um louco.

- Mas ele é exatamente isso.

- Eu sei, mas ele precisa não se sentir assim, para poder falar e assim descobriremos a qual lugar ele pertence aqui ou a uma prisão.

- Tudo bem, vou deixar com você o meu bipe, se precisar é só acionar e os seguranças viram aqui logo em seguida.

Assinto com a cabeça para indicar que entendir, embora saiba que não precisarei de ajudar. Logo em seguida ela se vira e sair caminhando de voltar para a sua bancada, espero alguns minutos até que ela esteja longe o suficiente para não ouvir o que esta preste acontecer.

Giro a maçaneta e empurro a pesada porta com força e lá está ele o meu alvo...