Marília dirigiu até o sul do Texas após deixar sua filha, lá ficou por mais ou menos dois meses até conseguir vender seu carro, comprou sua passagem para a Califórnia e foi para um hotel pois para alugar uma casa precisava ter a carteira de trabalho assinada. Mas três meses se passaram e não havia nenhuma notícia de João Gustavo, ela havia sido despejada do hotel e seus planos estavam falidos, ela se viu mais uma vez sem saída.
Já não tinha mais esperança de achar seu irmão, já não tinha mais onde ficar e seu carro já não era mais seu. Foi aí que Marília percebeu que não tinha nada a perder.
Ela dormia em um dos bancos do parque e todos os dias via uma moça cega comprar seu café e se sentar em um banco próximo ao seu para comer, em um dia desses ela viu a chance perfeita. A moça tomava seu café e falava ao telefone, parecia bem animada e distraída com a ligação que recebia, foi nesse momento em que Marília aproximou-se e pegou a bolsa da mulher, correndo logo em seguida. A loira não teve tempo nem de sentir a adrenalina do roubo, logo sentiu a bengala da moça roubada bater em sua nuca, desmaiando logo em seguida.
- Nome, por favor - O policial perguntava ao vê-la acordar
- Marília Mendonça
- Marília Mendonça, você está presa - Algemou a moça e a colocou no carro
Ela foi levada para a delegacia onde lhe encaminharam um defensor público que a aconselhou a ficar na prisão já que não tinha para onde ir e nem dinheiro para pagar uma fiança, depois poderia conseguir um emprego em programas sociais que ajudam ex-presidiários e ela acabou concordando.
Marília foi mandada para a prisão, onde ficou por uns dias, tentava ao máximo não arrumar problemas mas percebeu que era impossível viver em uma prisão não tendo dinheiro, nem família, nem ninguém para protege-la ali, coisa que ela precisava arrumar urgentemente
- Aí, Mendonça, chega aí - Nayara Azevedo, sua colega de sela, a chamou - Soube que tu não tem dinheiro, é verdade?
- Sim - Marília respondeu se aproximando da rodinha que estava formada
- E se eu pudesse te ajudar - Ela perguntou
- Seria ótimo
- O que acha de trabalhar pra mim?
- O que? - Marília a olhava
- Você é hétero - Azevedo perguntava
- Sou
- Infelizmente não vai mais poder ser - Nayara debochou
- O que?
- Deixa ela em paz, Azevedo! - Uma detenta baixinha se aproximou
- Ninguém aqui vai se prostituir pra você, beleza? - A loira que estava ao lado da baixinha falou
- Uma hora ela pode precisar de mim - Azevedo ria
- Ela está comigo - A baixinha falou puxando Marília pra perto dela em forma de proteção
- Pensa bem na proposta, loirinha, mas tem que ser rápido, daqui a pouco eu estou vazando desse lugar - Nayara disse antes de se retirar dali
- Obrigada - Marília agradecia - Eu não saberia o que responder pra ela.
- Sabemos como são os primeiros dias - a baixinha foi simpática - Eu me chamo Maiara Carla, e ela é a Luíza Sonza.
- Sonza? Você é famosa por aqui - Marília olhava a loira de cima a baixo -
- Eu sei. Qual é o seu nome? - Luíza perguntou
- Marília Mendonça
- Mendonça? - As duas perguntaram surpresas
- Sim, porque?
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Dear Destiny - Malila
RastgeleMarília Mendonça já havia passado por muitas coisas ruins em sua vida e a pior de todas foi ter que abandonar seu bem mais precioso, sua filha. Apesar de ter a intenção de voltar para busca-la Marília não contava que outra pessoa poderia adotar sua...