CAPÍTULO 26
Doce menina…
A dor já fazia parte permanente da rotina de Samuel. E ela estava vindo em ondas cada vez mais fortes a cada despertar. Além dela, a amostra grátis do limbo ao qual devia ter visitado provocava náuseas ao seu estômago. Sentia o corpo reclamar as suas sequelas em cada centímetro de pele que o recobria e respirar, parecia um tormento a cada lufada de ar que entrava em suas narinas. Fechou os olhos um minuto a mais tentando lembrar em detalhes o que havia trazido de volta a um quarto de hospital. E quando a imagem de Eduardo surgiu na sua mente, teve uma vontade incontrolável de pôr tudo que tinha em seu estômago de volta para fora.
Cobriu a boca rápido, lembrando do sangue dele em suas mãos. Os olhos indignados com a sua atitude traiçoeira, mas a bacia colocada de forma estratégica diante de si, fez com que deixasse livre a passagem da podridão que sentia estar sua alma nesse momento. Um respirar profundo, cortante como uma navalha, deixou um gosto amargo de derrota que agora invadia sua boca.
- Você quer água?- a voz doce ao seu lado o trouxe a realidade. Rebeca engolia o enjoo pela cena com a mão cobrindo a sua boca esperando com a bacia se ainda tinha algo a mais para pôr fora.
- Quero...- respondeu com a voz fraca e um pouco envergonhado por ela o ver daquele jeito. Um líquido gelado poderia aplacar aquele queimor intragável em sua garganta.- Tá tudo bem agora...- sinalizou que ela poderia recolher o objeto. Ela levou a bacia ao banheiro e logo em seguida depois de livrar-se das provas da sua indigestão de dignidade, pegou um copo de água no frigobar do quarto.
- Não é água. Mas o médico disse para lhe dar assim que acordar... -ela abriu o invólucro de metal que cobria o copo plástico e com um auxílio de uma toalha o ajudou a beber.
- O que você está fazendo aqui?- perguntou entre um gole e outro da bebida amarga e grossa que mais parecia uma gosma líquida enquanto se ajeitava na cama se escorando na cabeceira agora erguida por ela.
- Cuidando do meu futuro marido, oras? - limpou o rosto de Samuel com esmero e deixou o dorso da sua delicada mão percorrer toda a sua extensão num toque sutil e agradável.
- Quanto tempo dormi?- averiguava o quarto todo procurando uma chance de fuga.
- Umas dez horas...- ela segurou o seu queixo e a fez encarar. - Está se sentindo bem? Sente alguma dor?- a mão dela pousou em sua testa testando sua temperatura com certa preocupação.
- Não precisa fazer isso! Não é nada minha que exige que se submeta a ficar aqui assistindo minha convalescença. - ralhou afastando a mão dela do seu rosto.
- Sou sua noiva! Futura esposa! É minha obrigação, no mínimo lhe fazer companhia!- ela se demonstrou irritada.
- Rebeca, é de mentira! Não precisa fingir o tempo todo! Entenda, não vou ser seu marido de verdade!- talvez, precisasse de mais morfina. A dor insistente e latente estava o deixando irritado ao ponto de não querer aquele cuidado simplório e dedicado dela.
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Sequestrando o Playboy
Roman d'amourPara ela... A vida era um eterno competir em quatro rodas. Sentir o motor do carro pulsar na mesma frequência do ritmo do seu coração. A adrenalina pulsando nas veias em cada segundo que antecede a largada, a emoção da vitória, o suspense do percu...