Mais um de seus dias em que acordaria e não faria nada além de ficar em frente ao computador o dia todo. Essa já é sua rotina há seis, sete meses? Parou de contar depois que percebeu que só causaria mais dor a si próprio.
Após ser contagiada por uma doença até então desconhecida, Cláudia Oliveira, mãe de César ╴que agora prefere ser chamado de Kaiser ╴veio a falecer. Uma mulher doce, gentil e atenciosa, com toda certeza deixou um espaço vazio no coração não só no de seu filho, como no de seu marido.
Christopher mora nos Estados Unidos desde que conseguiu um papel como dublê, fazendo viagens em dias de folga até o Brasil para visitar sua esposa e seu filho. Mas agora, se tivesse o poder de voltar no tempo, tudo que faria seria aproveitar o máximo que pudesse ao lado da sua família.Ah se o tempo fosse mutável.
Kaiser fazia questão de manter vivas o último ramo de violetas que ganhou de sua mãe, mesmo depois de anos e depois que ele já estava adulto, Cláudia mantinha sua tradição de dar violetas ao filho quando ele fazia algo que lhe dava orgulho ou que era certo. E a última foi quando ele conseguiu um emprego como programador.
Se ela soubesse que seu filho é o homem-aranha, faltariam flores para presenteá-lo.
Agora o cabeludo apreciava o pôr do sol da janela da sua sala, enquanto bebericava o café que acabara de preparar. Normalmente estaria agora trancado no seu quarto jogando Lol, ou qualquer outro jogo que fosse interessante para ele. Mas a luz alaranjada iluminando seu apartamento lhe chamou mais atenção.
Mas é claro que havia algo para atrapalhar sua contemplação. Seus olhos focaram em um jovem no beco ao lado do seu prédio, ele veste um tipo de legging preta com um suéter vermelho que está protegendo-o do frio do final da tarde. Ele também leva consigo uma bolsa grande que Kaiser deduz ser esportiva.
Parecia estar tudo bem, até um homem começar a seguir o mesmo caminho que o rapaz de vermelho. O homem veste roupas pretas e tem um capuz cobrindo sua cabeça, rapidamente ele nota do que se trata.
"Droga!" Xingou mentalmente, ainda paralisado em frente a janela, não sabe o que fazer nem como reagir. E se simplesmente gritar, mandando o garoto correr? Chamaria a atenção para si próprio, não parece uma boa ideia.
Ele viu os passos do homem ficarem mais longos e rápidos.Se deu por vencido, correu o mais rápido que conseguiu até o seu quarto, lançou teia na última gaveta do seu guarda-roupa, fazendo-a abrir de forma escancarada. Ele viu o tecido roxo e sem pensar duas vezes o agarrou.
╴Eu posso voltar pra casa a pé, senhorita Liz. ╴Joui repetia mais uma vez ao telefone. ╴Você pode ficar tranquila, eu já decorei o trajeto pra casa. [...] Eu prometo que vou ter cuidado e não vou cortar caminho. Minha bateria vai acabar, te vejo em casa Liz senpai.
Joui se despediu de Elizabeth e fez exatamente o oposto do que prometeu, entrou em um beco que lhe faria cortar caminho. Não é uma das coisas mais inteligentes nem seguras de se fazer, mas estava cansado de treinar a tarde toda e quanto menos tivesse que andar, melhor para ele.
Estava tão distraído guardando seu celular na bolsa que nem notou que estava sendo seguido a um tempo. Foi quando sentiu a alça da sua bolsa ser puxada bruscamente, imediatamente o olhar do jovem se voltou para o marginal.
╴SOLTA! ╴O outro gritou de forma agressiva para Joui, que pegava sua bolsa.
╴Essa é bolsa é minha. ╴De uma forma bem inocente ele respondeu.
O asiático largou a bolsa e por estar fazendo muita força o outro rapaz simplesmente foi de encontro ao chão, Jouki aproveitou sua vulnerabilidade e pegou a bolsa novamente, e em seguida acertou as partes baixas do ladrão com a mesma. Ele soltou um gemido de dor alto.
Com a sua visão periférica Joui conseguiu ver um vulto e como agora estava em alerta, sabia o que fazer, não deixaria que outro criminoso lhe pegasse de surpresa e foi quando dispensou um chute um pouco mais na sua lateral.
O som alto do metal sendo atingido violentamente ecoou por todo o beco, tirando completamente sua atenção do ladrão que estava caído no chão, e que agora corria de forma desajeitada para fora do beco.
Assim que os olhos de Jojo foram de encontro a fonte do som estridente, ficou perplexo. Seu herói favorito agora estava caído contra um latão de lixo, já fazia tempo que não via o homem-aranha na tv ou notícias do seu reaparecimento. Não esperava que quando o encontrasse a primeira coisa que faria seria chutá-lo.╴MEU DEUS, EU MACHUQUEI O HOMEM-ARANHA! ╴O asiático praticamente gritou ao ver o herói de traje violeta jogando contra o container de lixo.
Kaiser soltou alguns grunhidos de dor que eram abafados pela máscara que permanecia usando. Ainda desnorteado tomou forças e se levantou. Não estava esperando ser golpeado pela pessoa que quase acabara de salvar de um crime.
Sentia seu pulmão doer, tinha sido a parte mais atingida no baque contra o container, estava em dúvida se o desconforto era por causa do garoto a sua frente ou por conta do seu vício em nicotina, ou ambos.╴Me desculpa, eu pensei que fosse outro ladrão, eu nunca teria dado um chute no homem-aranha, ele é meu he- digo, você é meu herói favorito e eu jamais faria algo para machucá-lo. ╴Joui disse de forma disparada, sem dar uma pausa para respirar.
╴Tá tudo bem. ╴Kaiser põe a mão no peito, dando arfadas profundas.
╴Espera… VOCÊ FINALMENTE VAI VOLTAR A SALVAR O MUNDO? ╴Novamente Joui deixou com que sua emoção emergisse e um sorriso de animação finalmente brotou em seus lábios.
╴Não, não, não, eu só vim te ajudar porque eu notei o perigo. ╴Kaiser começou a sair dali, com certa dificuldade.
Estava a tanto tempo sem se exercitar que todo seu corpo já estava começando a ficar dolorido. É notável até mesmo para o Jouki.
╴Como assim? As pessoas precisam de um herói, elas precisam de algo que as faça sentir segurança. ╴Joui ia atrás do mais velho. ╴Você não pode desistir.
╴Por que não? ╴Continuou com os passos firmes. ╴Só porque as pessoas precisam de mim eu sou obrigado a ajudá-las?
╴Sim! ╴Sua resposta foi automática. ╴Quer dizer…
╴Você deve ir pra casa, eu não vou te proteger novamente.
Antes que fosse impedido pelo garoto, Kaiser lançou teia e subiu em cima de um dos prédios, não o seu. Ele ficou um tempo escondido no terraço de um dos prédios da cidade, aproveitou para apreciar o fim do pôr do sol, o qual havia perdido graças ao incidente de minutos atrás.
Se certificou que o beco estava vazio e saltou, escalou a parede e entrou pela janela da sua sala que permanecia aberta. Retirou a máscara e soltou um longo suspiro, era estranho vestir seu traje e usar seus poderes para salvar alguém depois de tanto tempo sem fazer isso.Kaiser andou lentamente até seu banheiro e se olhou no espelho, qualquer pessoa que o olhasse diria que ele está acabado para um homem de 30 anos. As olheiras profundas abaixo dos seus olhos já são uma forte característica sua, é isso que você ganha jogando até o sol raiar e dormindo mal todas as noites. Seu olhar cansado percorreu sua aparência deprimente, só então notou que o uniforme havia ficado um pouco largo em seu corpo, resultado do seu abandono aos treinos que fazia diariamente.
Um banho quente lhe faria bem, foi tudo que pensou antes de entrar embaixo do chuveiro.
Palavras: 1323
⭒Notas da Autora:
Capítulo teste, por isso ele é curto. Se tudo der errado eu finjo que foi só um surto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Kaiser no Aranhaverso (HIATUS)
FanfictionJoui está disposto a fazer com que o homem-aranha volte a ser um super herói, ignorando todas as suas justificativas e consequentemente os sentimentos do próprio. • Romance lgbt. • Haverá outros shipps e o desenvolvimento deles, mas não são o foco d...