Capítulo 23 - Ciúme

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Sakura

O treinamento havia chegado ao fim e eu estava extremamente satisfeita com os resultados. Também era meu último dia no hospital de Suna e umas 15 pessoas já tinham passado na minha sala para deixar presentes e agradecer pelos ensinamentos que receberam durante os 3 meses do projeto. Eu nunca sabia como reagir em momentos assim, meu rosto ficava rubro de vergonha e eu apenas agradecia com um sorriso e um abraço.

Toda a equipe se empenhou para que tudo desse certo e foi o que aconteceu. Os alunos estavam interessados o suficiente para que não perdêssemos o ritmo, então tudo saiu como planejado e não foi necessário prolongar o prazo, que era algo que eu temia.

Eu até gostava de ficar em Suna, a dinâmica dos irmãos Sabaku era contagiante. Os dias têm sido ótimos e até Sasuke se aproximou deles. Porém, eu sentia falta de Konoha, estava cansada do clima quente e das tempestades de areia que volta e meia me pegavam desprevenida. Também sentia falta dos meus amigos e, claro, do Kakashi.

Apesar das cartas conseguirem suprir um pouquinho da necessidade que eu sentia dele, precisava escutar sua voz e sentir seus toques em mim, abraçá-lo... Era o que eu mais queria fazer quando voltasse para Konoha. Mas, bom, ainda teria que esperar alguns dias para vê-lo.

Terminei de recolher minhas coisas com a ajuda de Susumo, Shizuka e Hidetaka, desliguei a luz e fechei a porta. Já havia me despedido de todos, então apenas segui caminho para fora do hospital, acenando com a cabeça para alguns médicos e enfermeiros.

Susumo me abraçou e chorou antes que eu saísse. Ele disse que nunca teria uma chefe como eu e que sentiria muito minha falta. Com o tempo ele deixou de ficar tão nervoso na minha frente e parou de fazer as mesuras que me tiravam do sério. No início eu não queria um assistente e até discuti com Gaara por isso, porém ele foi de grande ajuda e até se tornou um amigo querido. Eu sentiria falta dele. A coisa ruim de fazer trabalhos longos assim, é que acabamos nos apegando as pessoas que conhecemos. E o pior de tudo é que nem sempre voltamos a vê-las.

— Sasuke-kun — cumprimentei o Uchiha na entrada do hospital. Ele pegou a caixa que eu tinha em mãos e nós seguimos pelas ruas de Suna. — Ansioso pra voltar pra Konoha?

— Eu vou ficar.

— Como assim?

— Gaara me recrutou pra uma missão, e como Kakashi ainda não tem nada pra mim, ele permitiu que eu continuasse por aqui.

— Você já é quase um shinobi da Areia.

— Não é como se tivesse algo pra mim em Konoha.

Embora Sasuke estivesse se dando bem com os irmãos da Areia — do jeito dele, é claro —, entre nós as coisas ainda estavam esquisitas.

Diferente do Gaara que ficava flertando descaradamente comigo — isso antes de eu deixar claro que ele só teria minha amizade —, o Uchiha ficava jogando indiretas desse tipo sempre que encontrava uma brecha. O que era incômodo, mas eu apenas fingia que não era comigo e continuava a conversa como se nada tivesse acontecido. Em nenhum momento ele era direto sobre o que queria, então eu também não aprofundava o assunto.

O silêncio reinou no restante do caminho até a mansão do Kazekage. Quando entramos no salão de entrada, tinham algumas pessoas pra lá e pra cá organizando coisas. Franzi a testa confusa antes de ver Temari conversando com alguns funcionários.

— Tema — chamei sua atenção ao me aproximar. — O que é tudo isso? — Percebi que estavam arrumando o salão de festas.

— A confraternização pelo sucesso do projeto — ela falou como se fosse óbvio e eu soubesse. — Como você não sabe? Pensei que Gaara tinha te falado.

Quando a gente menos espera (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora