- my christopher robins.

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já passava das cinco e quarenta da matina quando riki acordou com sons e vozes infantis invadindo seus ouvidos, logo fazendo uma careta feia ao pensar que poderia ser o primo de jungwon que viria à casa do yang para passar uma parte daquele dia junto d'eles.

não é que nishimura odiava o primo de seu namorado, apenas estava incomodado pelo fato de não ser ao menos nove ou dez da manhã para a criança chegar, era cedo demais, exatas seis e cinco agora!

além do mas, que criança estaria acordada em plenas seis da matina sem ser em horário e dia de aula? exato, nenhuma!

o primo de jungwon já é um garotinho de sete anos, não acordava mais cedo por conta própria pois já estava no caminho de ser consumido pela preguiça que invade o corpo das crianças que estão prestes a entrarem na puberdade, a famosa pré-adolescencia, como muitos dizem.

ao se virar para o lado onde seu menino estaria – possivelmente – deitado, abriu os olhos e, naquele momento, viu que seus pensamentos estavam completamente errados sobre o yang ainda estar dormindo.

por dois segundos, havia esquecido completamente que o desenho de winnie-the-pooh sempre passava de manhã cedinho e jungwon nunca perdia um sequer episódio, fazendo com que o garoto acordasse cedo para fazer suas higienes para tomar café da manhã na cama assistindo riki dormir e o desenho do ursinho amarelo chamado pooh.

nishimura fez um mínimo barulho chateado, como se estivesse resmungando por ter seu sono sendo interrompido por aquele mísero desenho animado da disney, chamando a atenção do namorado.

mesmo jungwon sendo adolescente, não sabia o que aquele cartoon tinha de tão interessante que o fazia não perder nenhum episódio - estes que, por motivos irreconhecíveis, eram os que o menino robins aparecia, na maioria das vezes. era a história? os animais? a animação? as falas?

questões sem respostas que rondavam a cabeça de riki.

— nini, bom dia! – exclamou animado, beijando a mão e passando-a por seus cabelos, num suave cafuné na cabeça do japonês. — te acordei?

o citado na primeira fala, que ainda estava deitado e com uma cara fechada - e fofa, na visão do yang -, os olhos fechados e agarrado à cintura de jungwon, apenas resmungou mais uma vez, passando a observar a imagem de pooh e leitão na televisão do quarto, lutando contra o sono e tentando se manter acordado.

jungwon apenas riu da ação dele, lhe oferecendo um morango, este sendo claramente aceito, o que fez com que o rostinho de niki mudasse de uma "carranca" para um rosto feliz que sorria fraco.

— obrigado pelo morango! – agradeceu o japonês, pedindo mais por mais um, fazendo won sorrir mais uma vez com a ação do garoto e lhe dar mais um pedaço de morango em sua boca.

— você realmente ama morangos, não é?

— não mais do que eu amo você.

um silêncio se instalou naquele momento. jungwon sorriu bobo com a fala de nishimura, ambos amavam quando o loiro dizia que o amava usando outras coisas, o coreano achava criativo, e o amava mais.

depois da confissão de sete palavras feita pelo mais novo ali, se sentou na cama para pegar mais um morango para comer, logo vendo que havia uma tigela pequenina de fondue de chocolate. por seu rosto estar em frente ao de jungwon, o mesmo aproveitou para lhe dar um doce beijo em sua bochecha, fazendo riki sorrir bobo e mergulhar o morango no chocolate, comendo-o rapidamente para não pingar nos lençóis brancos da cama do yang.

após se ajeitar na cama e trazer as tigelas de morango e chocolate para o meio dos dois para ambos comerem sem esforços, ficou observando a televisão e comendo, ainda com a pergunta na cabeça, logo desistindo de tudo e perguntando;

— won, por que você continua assistindo esse desenho mesmo depois de ter visíveis dezessete anos estampados na própria testa? – finalmente questionou, o olhando curioso.

jungwon apenas riu soprado, logo o respondendo;

— o motivo é visível, shini. – o chamou pelo apelido dado quando começaram a namorar, era uma bela tarde de outono.

percebendo a cara confusa do outro, jungwon continuou;

— christopher me lembra você.

riki não conseguiu responder, apenas tentou processar e olhar para a televisão, que passava a imagem do menino que o outro havia acabado de dizer, encarando ainda confuso o garoto; como aquele menino o lembrava a si mesmo? jungwon ficou biruta?

— mas ele não é nada parecido comigo, wonnie – respondeu, voltando a comer do morango com chocolate.

— de aparência não, eu concordo.

— então?

— mas não é só pela aparência que algo se pode lembrar alguém, meu amor. ele me lembra você por outros motivos – explicou, mexendo nos cabelos do loiro.

— e qual ou quais são? – tentou esconder o sorriso, esperando pela resposta que chegou em questão de instantes.

— simples, nini, você fala com bichinhos de pelúcia e animais, assim como christopher.

após o escutar atentamente, nishimura não conseguiu fazer mais nada além de rir pela fala de jungwon. achava que ia dizer "pois ele sempre está disposto a ajudar seus amigos", mas não, se confundiu completamente.

— é sério? – riu ainda mais, junto do namorado.

— é sério! o chris fala com os animais da floresta, e isso me lembra muito você com o bisco! – exclamou apontando para a 'tv e para o cachorrindo chamado bisco.

niki havia o trazido para a casa do yang para dormir com eles já que seus pais estariam viajando sem o filho, o famoso "esqueceram de mim".

— sinceramente, won. te amo – deixou um beijinho no canto da boca do garoto e o abraçou, deixando outro selar no pescoço dele.

o moreno sorriu bobo com os beijos que recebeu, mesmo não sendo mais os primeiros, ainda mexia com seu coração e o deixava mais acelerado do que quando niki o abraçou.

— nini, é verdade que você é meu christopher? – questionou.

— é a mais pura verdade do mundo. e você, é verdade que és meu pooh?

— como disse, é a mais pura verdade do mundo.

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