Não há distância para o amor - Kenma Kozume

4 - Gatinhos 🐱

• ● Kenma Kozume POV

Já se passou um tempo desde a "grande" descoberta. Não jogo mais videogame e não converso direito com o Kuroo, me sinto muito envergonhado.

O jogo fez barulho de notificação por uns dias. Provavelmente o S/N tentando falar comigo, mas eu não respondi e também não visualizei pra saber o que ele dizia.

Hoje o Nekoma vai jogar no nacional contra a Sarukawa Kou, mas eu não conseguia me concentrar nos treinos, então não sei se vou conseguir jogar.

Eu até pensei em não participar do jogo, até porque não é como se eu amasse vôlei, mas não posso fazer isso com os meus amigos que não tem nada haver com o meu problema.

E cá estamos nós, no ginásio, prontos para jogar contra a Sarukawa Kou.

– Kenma. – Sou tirado dos meus pensamentos ao ouvir a voz do Kuroo me chamar.

– O que? – Pergunto sem graça e olhando para o chão.

– Você vai se esforçar, né? Nesses últimos dias estava complicado treinar contigo, parecia que você estava sempre no mundo da lua.

Olho para ele sem reação. O que eu poderia fazer afinal?

– Nós vamos conseguir.

Ao me ouvir, o sorriso de Kuroo se abre e ele envolve o seu braço ao redor do meu pescoço enquanto bagunça os meus cabelos.

– É assim que se fala!

Faço uma cara emburrada e logo entramos dentro da quadra.

Jogamos por um tempo e o Nekoma estava com 9 pontos, enquanto a Sarukawa Kou tinha 13.

A verdade é que, mesmo dizendo ao Kuroo que íamos conseguir, eu não estava concentrado o suficiente no jogo, talvez nem mesmo interessado.

Os meus pensamentos estavam focados apenas em uma pessoa e isso estava me atrapalhando a jogar.

Kuroo gritava comigo diversas vezes para prestar atenção, mas parecia que eu não ouvia a sua voz.

Penso em desistir do jogo e simplesmente sair da quadra para voltar a minha casa, mas escuto uma pessoa gritar o meu nome da arquibancada.

Olho para todos que assistiam o jogo e os meus olhos automaticamente são cravados em apenas uma pessoa em toda aquela multidão.

S/N.

Ele estava com um avental branco e os cabelos bagunçados.

Seus olhos me observavam firmemente e era como se ele me pedisse para não desistir.

O meu coração acelera e eu sinto uma mínima vontade de chorar. Eu realmente senti muita saudade.

Desvio o meu olhar e encaro a rede na minha frente, onde a bola iria ultrapassar e cair no chão, o que faria a Sarukawa Kou marcar um ponto.

Como um instinto, eu coloco os meus braços por baixo da bola, fazendo-a ir para cima e o ponto ser do Nekoma.

O meu olhar encontra o de Kuroo e ele sorri pra mim com uma sobrancelha arqueada.

Foi ele quem chamou o S/N, é claro.

[•°●]

Depois que o jogo acabou eu olhei para as arquibancadas, mas o S/N não estava lá.

Meu rosto se entristece e Kuroo tenta me consolar.

– Kenma! – Ele me chama enquanto me aperta com o seu braço ao redor do meu pescoço – Não fique triste. Ele provavelmente tinha trabalho a fazer.

– Tá bom. – Eu respondo tão triste quanto o meu rosto e retiro o seu braço de cima de mim.

Quando saímos da quadra, vejo o S/N nos esperando na porta.

Antes que eu pudesse esbanjar qualquer reação, ele pula em mim e envolve os seus braços ao redor do meu pescoço.

– Kenma!! Você foi ótimo.

Sinto os meus olhos se arregalarem, mas logo eles relaxam e eu me entrego a aquele abraço reconfortante.

– Obrigado. – Seguro os braços do S/N enquanto afundava o meu rosto no seu peito.

Ele me aperta um pouco mais e se afasta.

Seus olhos me observam com ternura e brilham ao encontrarem os meus.

Ele sorri e pega algo na mochila em suas costas.

– Eu trouxe pra vocês comerem depois do jogo. Fui eu quem fiz. – S/N diz e abre o pote que ele segurava.

Bolinhos com confeite de gatinhos.

– Uaahw! Cupcakes!!! – Os olhos de Lev cintilam ao verem os bolinhos bem feitos.

S/N sorri em satisfação e olha pra mim, fazendo eu desviar o olhar em constrangimento.

Os membros do time agradecem pela comida e eu saio do ginásio com o S/N.

– Não tem problema em deixá-los sozinhos? – Ele me pergunta e eu nego com a cabeça.

– Pra onde... nós vamos agora?

– Eu preciso passar no café para fechá-lo, se você não se incomodar.

Nego novamente e nós vamos até o café.

Quando entramos, somos recebidos pelos gatinhos.

Eles se esfregavam nas minhas pernas constantemente e a cada passo que eu dava eles vinham atrás de mim.

– Tudo bem, pessoal, para trás. – S/N conversa com os gatos enquanto os guiava para longe de mim com uma caneta laser.

Acabo sorrindo ao ver os gatinhos tão frenéticos atrás de um único pontinho.

– Você pode se sentar aqui. Eu volto em um instante. – S/N me aponta um sofá próximo a nós e eu me sento.

Vejo ele entrar em uma sala que provavelmente só funcionários eram permitidos.

Apoio a minha mão no sofá, mas acabo escutando um miado.

Quando olho, vejo uma gata e alguns filhotinhos, todos pequenos e de olhos fechados.

Ela cheira a minha mão e se vira de barriga para cima, me dando uma melhor visão dos seus filhotes.

Sorrio e acaricio a cabeça dela, enquanto ela ronronava calmamente.

E, de repente, S/N aparece com suas roupas normais e o cabelo preso.

– Você viu? Ela teve eles a 5 dias. Acabamos tendo um descuido e não castramos ela junto a outro gato.

– São lindos. – Digo em admiração enquanto a gata mãe lambia os meus dedos.

– Você quer um? Depois que crescerem um pouco mais.

Olho para o S/N e um sorriso se forma em meu rosto, e eu aceno que sim.

Saímos do café e andamos um pouco pela rua.

– E então, pra onde você quer ir? – Ele me pergunta.

– Eu não sei. Pra sua casa? – Pergunto ingenuamente e vejo o rosto do S/N corar, então percebo o que a minha proposta parecia e acabo corando também.

– P-Pra minha? Tudo bem então... – Ele diz e parecia incerto sobre o que estava dizendo.

Por que eu fui sugerir isso?

🐱 [22/05/2022]

Por favor, cliquem na estrelinha ⭐

Depois de uma eternidade atualizei essa fanfic, né?

Mas enfim, penúltimo capítulo da fanfic, espero que tenham gostado 😭

Até o próximo capítulo 💞