Capitulo 4

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"Consegues parar quieta?"
"Desculpa, mas quão apertado tem que ser este vestido?" Caroline suspirou e continuou a encaracolar o cabelo de Bonnie. Apanhou mais um pouco de cabelo e começou a torce-lo de um modo formal. Bonnie estremeceu enquanto Caroline começava a assegurar-se que as pequenas molas não saiam do sítio.
"Estás uma brasa." Ela disse a Bonnie e deu um paço atras para examinar o seu trabalho. "Beleza é dor, certo?"
Bonnie revirou os olhos e inclinou a cabeça para o lado, olhando para si própria ao espelho. O vestido vermelho escuro era muito justo e expunha as curvas que ela costumava esconder. O decote em forma de coração mostrava um pouco de pele a mais a que Bonnie estava habituada, e ela continuava a tentar puxá-lo mais para cima.
Caroline bateu-lhe na mão e olhou-a de cima a baixo. "Falta aqui alguma coisa." Caroline cruzou os braços ao peito por cima do seu vestido azul escuro e tirou o cabelo encaracolado da sua cara. "Maquilhagem!"
"Já me maquilhaste!" Bonnie queixou-se.
As qualidades de Caroline no que dizia respeito à moda eram fantásticos, e ela tinha dado um ar atrevido a Bonnie. Elena recusou-se a ser arranjada pela Caroline e decidiram que a Bonnie era a única que precisava de toda a atenção extra. O que era novidade.
"Não. Sei exactamente como te fazer brilhar." Caroline vasculhou numa das gavetas enquanto falava com ela própria e Bonnie mordeu o lábio inferior enquanto esperava. "Sim!" ela puxou um batom vermelho e segurou-o em frente à cara da Bonnie.
"Não gosto de batom." Ela simplesmente disse.
"Não sejas parva. Põe-no ou ponho eu."
Com um suspiro relutante, Bonnie fez o que Caroline lhe disse, pegou no batom e inclinou-se para o espelho e aplicou o vermelho escuro nos lábios.
"Estas preparada para ir ou não?" Elena perguntou enquanto entrava no quarto. Ela segurou os saltos-altos roxos e encostou-se à porta. Ela alisou o vestido violeta sedoso e olhou em direcção a Bonnie e quando a viu, sorriu brilhantemente. "Oh meu deus. Estas fantástica!"
"Esta, não esta?" Caroline guinchou enquanto examinava a sua obra de arte. "Deus. Eu devia mesmo arranjar trabalho como maquilhadora."
"Tens a certeza eu -" Bonnie foi interrompida pela vibração do telemóvel. Ela atendeu, levando-o até ao ouvido. "Sim?"
"Bonnie? Onde estas?" A voz familiar falou através do telemóvel.
Bonnie suspirou e encostou-se na cadeira, trocando olhares com Caroline e Elena. Ela sabia que dois vampiros estavam a ouvir cada palavra que estava a ser dita pelo telemóvel.
"Pai, estou com as minhas amigas. Eu disse-te isso!"
"Quero-te em casa," ele ordenou. "Sabes que não podes estar fora até tarde."
"Vá lá, essas regras são estupidas. Consigo cuidar de mim própria."
"Bonnie, não quero discutir."
"Pai, há uma festa esta noite. Eu vou com os meus amigos."
"Já não há."
"O que? Não podes estar a falar a serio! Pai, não é justo!"
"Bonnie, estou só a cuidar de ti. Só não quero que te magoes."
"Bonnie ficou quieta durante alguns segundos e olhou para si própria ao espelho. Ela engoliu e lambeu os lábios.
"Estas alguns anos atrasado." Ela desligou mesmo antes que ele tivesse oportunidade de responder e ela colocou o telemóvel na cómoda de novo. Elas ficaram em silencio até a Caroline finalmente falar.
"Estas bem, Bon-Bom?"
"Estou bem." Bonnie acenou e sorriu fracamente. "Vamos a esta festa."
***
Bonnie já tinha estado na Mansão Mikaelson antes.
Principalmente para fazer recados a Klaus e secretamente conspirando uma forma de o matar. A mansão tinha parecido sempre vazia e meio assustadora para ela, mas quando entrou, ela mal a reconheceu.
Toda a casa estava a bombar musica que a Rebekah tinha obviamente escolhido com a ajuda de alguns estudantes do liceu de Mystic Falls e ela teve tempo de por, pelo menos, cinco mesas de comida e bebida. As sobrancelhas de Bonnie ergueram-se enquanto entrava com Caroline e Elena do seu lado e ela imediatamente começou a puxar o seu vestido para cima.
"Oh Bonnie" Caroline gemeu e segurou o seu braço como uma mãe austera. "Pára com isso. Estas uma brasa no entanto elegante ao mesmo tempo."
"Pergunto-me quantas pessoas foram compelidas para vir." Elena sorriu ligeiramente e olhou em volta. Deviam haver por volta de cem pessoas vestidas com vestidos lindos e fatos extravagantes. Bonnie respirou fundo e abanou a cabeça.
"Estou a começa a pensar que devia ter ouvido o meu pai." Ela divagou. "Não tenho vontade de estar aqui." Elena sorriu e pegou na sua mão, fazendo-a virar-se de frente para ela.
"Bonnie Bennett, tu vais ficar e divertir-te um bocado." A voz da Elena soava hipnotizante, Bonnie começou a pensar se ela estava a tentar compeli-la. " Passaste por muito no último mês, mereces descontrair. Vamos lá Bon."
"O que aconteceu ao ficar em casa a comer batatas fritas e ver O Diário da Nossa Paixão?" Bonnie perguntou, sorrindo para Caroline e respirando fundo enquanto alisava o vestido. "Voto por isso."
"Já estas arranjada" Caroline suspirou e encolheu os ombros. "Tu costumavas adorar festas."
"Isso era antes de ser bruxa e de estar maluca com a expressão." Ela murmurou baixinho.
"Bonnie," Elena estalou. " Não digas disparates, vais ficar bem, nós todas vamos, okay?" Bonnie olhou para Elena e suspirou. "Esta bem."
"Boa." Elena sorriu triunfante e olhou em volta. Os seus olhos pararam em algo e ela sorriu largamente. "Se me dão licença, meninas." Ela disse enquanto pegava no vestido com uma mão e andava para o outro lado do salão. Bonnie e Caroline observaram Elena a saltar para os braços de Damon e a beijá-lo levemente nos lábios.
"Bem," Caroline suspirou. "Pelo menos ela esta feliz."
"Já volto."
"Oh, okay?" Caroline tentou esconder a sua expressão confusa e andou na direcção oposta. Bonnie viu rapidamente que Matt e Tyler andavam em direcção à vampira loira. Bonnie desceu o corredor e parou quando percebeu que estava a ir pelo caminho errado. Com um suspiro irritado, ela fechou os olhos em frustração enquanto dava a volta. Ela soltou um guicho quando chocou com algo sólido.
"Oh meu deus." Bonnie desculpou-se enquanto um par de mãos fortes a apanhava. "Peço imensa desculpa. Não estava a olhar para onde ia."
"As tuas desculpas não são necessárias." A voz fê-la congelar e as mãos nunca deixaram os seus braços. Ela olhou para cima para os olhos castanhos escuros. A cor do cabelo combinava com a cor dos olhos. Ele tinha força, a sua mandibula era firme e o seu sorriso punha Damon Salvatore a um canto. Bonnie respirou fundo e deu um passo atras, sorrindo fracamente.
"Desculpa." Ela abanou a cabeça. "Foi minha culpa."
"Querida, podes cair em cima de mim quando quiseres." Bonnie olhou para ele, não encontrando as palavras que queria dizer. O seu sotaque era forte e ela estava a ter dificuldade em saber de onde era. Ela finalmente assumiu que era britânico. Os olhos escuros olhavam para ela e o sorriso afectado nunca se contorceu. Ele era uma brasa. Aquele tipo de brasa que te faria ficar no meio da estrada e ser atropelada por um carro.
"Sou a Bonnie." Ela sorriu, finalmente encontrando a voz. " Bonnie Bennett."
"Kol," Ele pegou na sua mão e beijou-a levemente. Eles eram suaves e quentes na sua pele e Bonnie teve que lutar contra a vontade de desmaiar. Ela esperou pelo seu último nome mas ele nunca veio.
"Acho que nunca que te vi por aqui antes," ela sorriu tentando suavizar o vestido sem que ele nota-se. Kol sorriu para baixo para o seu vestido e o seu subir do peito fez com o estomago de Bonnie se revirasse.
"Estou de visita a um belho amigo em Mystic Falls," Kol explicou. "Não estou cá há imenso tempo."
Bonnie franziu as sobrancelhas em confusão e abriu a boca para dizer algo mas foi interrompida.
"Ah, aqui estas tu." Rebekah suspirou enquanto virava a esquina. Ela estava a usar um vestido preto inteiramente feito à mão desde o laço até aos seu sapatos pretos. O seu cabelo loiro estava perfeitamente encaracolado e caia delicadamente sobre os seus ombros. Ela inclinou a cabeça e deu um sorriso a Kol. "Quais são as probabilidades de te encontrar aqui com a pequena Bonnie Bennett."
"Rebekah," Kol sorriu, mas atá Bonnie podia dizer o quão que era forçado e sarcástico era. " Que bom ver-te. Mas estou a meio de uma conversa."
"Como é que vocês os dois se conhecem?" Bonnie ergueu as sobrancelhas e olhou entre Kol e Rebekah. Kol olhou para ela e o seu sorriso e a expressão afetada desapareceram em segundos. Ele olhou para Rebekah e deu-lhe um olhar sombrio. Ela devolveu o olhar com um pequeno sorriso afectado e ele voltou a olhar para Bonnie.
"Conheço o Kol há alguns seculos, alias." Rebekah sorriu e desviou o cabelo dos ombros. Bonnie olhou para Kol, sentindo-se traída. Ele deixou escapar um suspiro irritado e sorriu para Rebekah.
"És um vampiro?" Bonnie ergueu as sobrancelhas, acenando. "Claro que és."
"Pareces surpresa. Bonnie?" Rebekah sorriu. "De certeza que devias ter suspeitado, visto que estamos em Mystic Falls. É apenas obvio. Eu pensava que eras inteligente."
"Cala-te Rebekah," Kol rosnou e pegou na mão de Bonnie.
"O que estas a fazer?" Bonnie perguntou enquanto tentava que ele lhe largasse a mão. Não importava o quanto ela tentava, Kol era forte e não valia apena.
"Queres ficar ali e ouvir aquela puta e insultar-te?" Kol colocou a questão e abanou a cabeça. "Porque isso não é algo que vou tolerar."
"Oh Kol," Rebekah suspirou.
Bonnie não teve um segundo para abrir a boca antes de sentir o braço de Kol em volta da sua cintura e depois a sala foi substituída por uma pintura de luzes obscuras. Ela tapou a boca para abafar o grito que havia escapado. Ela sentiu-se tonta e maldisposta e fechou os olhos. E depois tudo parou.
Os seus olhos abriram-se e ela cambaleou para a frente, agarrando-se à primeira coisa que chocou contra ela. A divisão andava para a frente e para trás e agarrou-se de novo ela sentia que o mundo estava às voltas. Ela fechou os olhos por alguns segundos antes de perceber que não estava sozinha.
"Não estava à espera esse tipo de reaçao." Kol soou levemente surpreendido e Bonnie virou-se para o encarar. Ela ergueu uma sobrancelha e deu um passo atras enquanto ele dava um em frente. "Desculpa por-"
O estalo fez eco na divisão vazia e Kol piscou os olhos espantado.
"Não sei quem pensas que és, mas não tens o direito de me tocar!" Bonnie avisou e deu um passo atras abanando as mãos.
Kol gemeu de dor e levou a mão ao queixo, movendo-o para a frente e para trás como que tentando coloca-lo no lugar.
"Acho que partiste o meu queixo." Ele disse, soando algo entre, dor, choque e impressionado.
"Espera uns minutos," Bonnie disse amargamente. "Isso vai voltar ao normal."
Kol sorriu para Bonnie sem tirar a mão do queixo. Passou a língua por dentro do lábio inferior e deixou a sua mão cair para junto da perna.
"Estas zangada porque sou um vampiro?" ele perguntou e esperou por uma resposta. Ele não teve uma. "Desculpa, mas eu não tive escolha."
"Não é o que tu és," Bonnie estalou. " É o que tu e a tua espécie fazem."
"Ouve, pequena bruxa," Kol rosnou de volta furioso, o seu humor mudava tao rápido quanto os segundos passavam. "Como é que podes julgar alguém pela sua raça?" seu, eu sei o que os vampiros fazem. Nós alimentamo-nos de sangue para sobreviver. Devias perceber isso. A maioria dos teus amigos são vampiros."
"Espera ai. Eu nunca - " Bonnie parou e deu a Kol um olhar incrédulo. "Como é que sabes que sou uma bruxa. Como é que sabes sobre os meus amigos?"
"Querida, eu sei de muitas coisas." Ele sorriu afetadamente de novo e Bonnie repreendeu-se mentalmente pelo formigueiro que sentia na cabeça.
"Como é?" Bonnie perguntou e colocou a mão na cintura. "Pensei que tinhas acabado de regressar a Mystic Falls depois de alguns seculos."
"Sim," Kol começou lentamente. "Como eu disse, voltei cá para visitar um velho amigo de trabalho. Ele levou-me debaixo da sua asa e contou-me o que eu precisava de saber."
"E quem é esse teu amigo de que te continuas a referir?"
"Porque é que estas tao interessada, amor?" Kol sorriu.
"Porque um vampiro assustador anda a perguntar pela cidade e de repente sabe tudo." Riu sarcasticamente. "Isso não é algo que vou deixar passar."
Ele começou a andar em direcção a Bonnie e esta não se moveu. Ela recusou-se a ser mais uma vítima de um idiota vulgar como Kol. Ele estava demasiado perto, ela conseguia cheirar a colónia da sua pele. A sua pele quente, suave...
Bonnie! Porque é que estas a pensar nisso?
"
Então não deixes passar, querida." Kol sussurrou. A sua mão roçou no braço e ela engoliu e olhou para ele.
Bonnie! Aqueça vozinha irritante gritava na sua cabeça. O que estas a fazer? Para de namoriscar! Acabaste de conhecer o rapaz e ele é um vampiro! Para com isso já!
Kol lambeu brevemente os lábios e deu outro passo na sua direcção.
"Se te aproximares mais, serei obrigada a magoar-te." Bonnie avisou-o, mas a sua voz era lenta e provocadora. O sorriso de Kol cresceu e ele entendeu isso como um convite um desafio. Enquanto as mãos do Kol descansaram no seu braço, a porta abriu-se. Bonnie deu um grande passo para trás assim como Kol. Ambas as cabeças se viraram para o intruso por segundos.
"Odeio arruinar um momento tao adorável," O Original mais velho falou. As suas sobrancelhas estavam erguidas e ele deu a Bonnie um olhar que durou demasiado tempo. Ele desviou o olhar dela e olhou para Kol, a sua expressão rapidamente endureceu. "A Rebekah pede que toda a gente se reúna lá em baixo para uma dança."
"Claro, Elijah," Kol deu-lhe um sorriso cínico, obviamente irritado por aquele momento ter sido arruinado. Ele virou-se para Bonnie e estendeu-lhe o seu braço. "Miss Bennett? Dá-me a honra desta dança?"
Ela olhou para os olhos castanhos de Kol e olhou para o seu braço e respirou rapidamente.
"Acho que seria rude se dissesse que não," ela mordeu o lábio inferior e pegou-lhe no braço. "Só mesmo uma dança?"
Kol sorriu e sussurrou. "A não ser que implores por mais."
Elijah tossiu e revirou os olhos e saiu da divisão.
"Devias saber," Bonnie disse enquanto Kol a conduzia para o salão. "Eu não sei dançar, de todo."
Kol sorriu levemente como se estivesse a lembrar-se de algo. Bonnie sorriu para ele, esperando que ele não nota-se. Ela não se tinha apercebido antes, mas ao contrário dos muitos rapazes que a Rebekah havia convidado para a festa, Kol estava a usar um laço preto em vez de uma gravata normal. ela não sabia porque, mas achou engraçado. Ele olhou para ela, apanhando-a a olhar para ele e sorriu ironicamente para ele próprio.
"Não te preocupes, querida," Kol olhou em volta e começou a andar pelo longo corredor. Parecia mais dourado com luz e Bonnie não conseguiu evitar e deixou sair um suspiro de espanto. "Algo me diz que a tua dança é tao bonita como tu."
Ela não conseguiu parar o pequeno sorriso de se formar nos seus lábios e olhou para baixo. Kol continuava a olhar para ela e um sorriso genuíno surgiu.
Ele foi forçado a parar quando alguns bêbados que estavam no corredor, não se preocupando em mover e esquecidos de toda a gente em volta. Bonnie reconheceu alguns da sua escola e ela sorriu para Kol enquanto ele revirava os olhos.
Ele estendeu a sua mão livre e arrastou-os para o lado, empurrando-os contra a parede. Bonnie deixou escapar uma mistura de choque com riso.
"O que foi?" Kol perguntou enquanto erguia uma sobrancelha.
"Já alguma vez ouviste falar em pedir algo?" Bonnie sorriu. "Não é assim tao difícil."
"Estas a dizer que se eu quiser algo, eu devia pedir?" Kol sorriu e olhou para Bonnie, certificando-se que ela não colidia com nada.
"Bem, sim. Isso é basicamente o que eu acabei de dizer."
"Okay, então," Ele acenou uma vez e parou-a de andar, deslizando o braço do dela e pegou nas suas mãos. "Posso beijar-te, Bonnie?"
Ela olhou para ele e riu. Ela não estava a rir-se dele, ela estava a rir-se do embaraço que ela estava a sentir. Ela estava a rir-se do quanto eles se tinham aproximado.
"Não," ela sorriu levemente. "Não podes beijar-me."
"Ponto provado," Ele largou as suas mãos e pegou no seu braço de novo, continuando a passar pela multidão. Ele estava tranquilo e Bonnie começou a pensar se o havia magoado. Rebekah passou por eles, de braço dado com um rapaz que Bonnie nunca tinha visto. Kol empurrou-o, praticamente encostando-o à parede e quando Bonnie o ouviu a gritar furiosamente olhou por cima do ombro. "Continua a andar." Ele instruiu sem sequer olhar. "Não faz sentido ser educado. Não te leva a lado nenhum."
"Isso não é verdade," ela franziu a testa e olhou em volta, para as dezenas de pessoas que supostamente estavam no salão de baile. "Ouve, desculpa se te magoei à bocado. Mas eu nem sequer te conheço. Eu não posso simplesmente andar por ai a beijar estranhos."
"Magoado?" Kol sorriu afetadamente e virou-se para ela. Colocou o seu braço em volta da sua cintura e puxou-a, aproximando os corpos com um movimento rápido e fluente. Bonnie conteve-se para não tropeçar e tentou puxar-se para trás, mas Kol apanhou uma as suas mãos e segurou-a tao apertado quanto podia sem a magoar. Ela olhou em volta, vendo se muitos outros casais estavam a fazer o mesmo. Ela lambeu os lábios nervosamente e descansou a mão no seu ombro. "Querida, se eu estivesse magoado, tu saberias."
A música começou a tocar e a mão de Kol pressionou-a para mais perto no final das costas. Ela sentiu o calor da sua pele viajar através do vestido e olhou para baixo tentando ignorar os pensamentos da sua cabeça.
"És um daqueles rapazes então, huh?"
"Que tipo de rapaz seria eu?"
"O tipo de rapaz que finge que não se importa, mesmo que se importe. O tipo de rapaz que guarda tudo para si próprio e deixa tudo crescer dentro dele. E quando é demasiado para suportar, tu simplesmente explodes."
Kol ficou calado por uns momentos e Bonnie olhou para ele. Ele estava a olhar para o chão e o seu coração falhou uma batida quando os olhos dele se moveram para os dela.
"Eu não deixo crescer dentro de mim. Eu mato os meus problemas e não penso duas vezes sobre isso."
"É isso?" ela perguntou sinceramente curiosa. "É essa a tua fachada emocional?"
"Para alguém que não gosta de mim," Kol começou e levantou o braço, girando Bonnie e puxando-a, pressionou as suas costas contra o seu estomago. "Pareces bastante fascinada em mim e nas minhas emoções."
"Eu nunca disse que não gostava de ti," Bonnie ripostou e girou de novo, para poder ficar de frente para ele. "Eu só disse que eras um vampiro assustador que sabia tudo sobre Mystic Falls."
Kol sorriu e rapidamente olhou em volta. Ele soltou uma gargalhada suave antes de morder o seu lábio inferior gentilmente e olhou de novo para Bonnie.
"Bom, estou contente. Gosto de ti Bonnie Bennett. És de alguma forma encantadoramente irresistível."
Ela ergueu as sobrancelhas e deu-lhe um sorriso convencido e modesto. Ela a língua para se parar a si própria antes de dizer algo estupido e sentiu-se a encarar uma daquelas piscinas de escuridão infinita.
"Juro que te conheço de algum lado," ela disse em voz alta e quase foi um sussurro. Kol ouviu-a e sorriu enquanto acariciava a pele da mão de Bonnie com o seu polegar.
"Quem sabe?" ele disse suavemente. "Talvez conhecemo-nos noutra vida. Talvez eu seja o homem dos teus sonhos."
A respiração de Bonnie foi cortada da garganta e ela olhou para ele. Foi assim que ela o conheceu, ela percebeu. Ele era aquele nos seus sonhos. Ela sabia que tinha ouvido a sua voz de alguma forma. Ainda assim ainda havia uma parte que a importunava. Aquela parte que lhe dizia que ela já o tinha visto antes.
Bonnie abriu a boca para dizer algo, mas não conseguiu encontrar as palavras. Os olhos brevemente fechados e ela compreendeu o facto de que a dança deles tinha abrandado. "Quero beijar-te Bonnie Bennett."
Os seus olhos abriram lentamente, olhando para ele e abanando a cabeça.
"Não podes."
Mas mesmo assim ela não se moveu quando ele baixou a cabeça, aproximando-se dela. Ela não o afastou quando a mão de Kol se moveu para a sua bochecha. Ela não parou os seus olhos de se fecharem enquanto Kol se inclinava na sua direcção. Ela conseguia sentir a sua respiração quente e vibrante na sua bochecha. A sua mente estava dormente de tudo e ela não conseguiu negar o quanto queria que ele a beijasse. Ela sabia que estava errado e ela sabia que não o devia fazer. Bonnie tinha acabado de o conhecer mas não conseguia parar. A sua parte racional estava enterrada por baixo da ânsia e do desejo.
"Kol!"
O alto e zangado grito fez com que Bonnie saltasse e retirasse as mãos de Kol da sua cintura. Toda a gente em sua volta também tinha parado e todos eles tinham os olhos postos numa bruxa e num vampiro. Bonnie ouviu Kol amaldiçoar baixinho enquanto Klaus se dirigia a eles com os olhos a arder furiosamente.

Captured Hearts [Tradução p/Português]Onde histórias criam vida. Descubra agora