A Viajante

Capítulo 2

- Que porra aconteceu comigo?

- Princesa, não fale esse tipo de linguajar. - A mulher a olha irritada.

- O que aconteceu comigo?

- Sua Alteza, não se lembra que a senhorita ficou doente por dias.

A mulher puxa Aisha para a penteadeira e a coloca sentada, começando a escovar seus radiantes cabelos ruivos.

- O médico disse que a senhorita nunca iria acordar novamente, isso deixou todos arrasados. Pensamos que nunca mais iria acordar, mas agora a senhorita acordou, deveríamos comemorar.

- Certo, mas quem ficou arrasado?

- Minha Alteza, rei, rainha, seus avós, seus tios, até o Deus Zayn Han e os empregados.

- Certo.

Ela se vira pegando as mãos da empregada a olhando.

- Desculpa por deixá- la preocupada, mas agora estou melhor.

Ela sorriu para tranquilizar e se levantou girando para mostrar como está bem.

- Viu.

- Estou muito feliz que a Alteza se sente melhor, mas agora a senhorita tem que se trocar e ver seus pais, avós e tios que estão muito preocupados esperando na sala de jantar.

A mulher a direciona para um closet cheio de vestidos, sapatos e jóias. Uma coisa Alana sabe, a verdadeira princesa tinha muito dinheiro. Ela pegou um vestido azul com mangas caídas nos ombros. A governanta, veio ajudar. Ela colocou um salto alto branco com desenho de flores, só colocou uma gargantilha de ouro com uma pequena pedra de esmeralda, um brinco de ouro com formato de flor médio.

- Venha aqui sua Alteza, irei ajudar na maquiagem.

Lucy a leva novamente à penteadeira de madeira branca. Alana senta no banco e começa a passar a maquiagem. - "Sério! Acho que ela não precisa passar tanta sombra, não vou a nenhuma festa mesmo, só irei rever meus pais novamente. Para mim só um rímel, lápis de olho estava bom. Isso me faz lembrar que eu tenho que descobrir mais sobre esse lugar e lembrar as memórias da verdadeira princesa, pois assim vou sobreviver nesse lugar. Vejamos as memórias da verdadeira princesa. Essa mulher tinha sido sua babá, mas virou sua governanta, para a princesa é como uma segunda mãe. Ela não tem irmão, mas tem uma tia chamada Rúbia e um tio chamado Mark Foxes."

- Pronto Alteza, agora poderá ir para a sala de jantar. - ela concordou saindo. - "Mas para onde? Eu não sei o lugar da sala de jantar."

Ela começa a andar, procurando a sala de jantar, passa por vários corredores, abre muitas portas.

- Meu Deus! Estou perdida. Essa mansão é enorme!

Desesperada olha para os lados, até que vê uma pessoa com comida andando, o segue escondida. Ela observa que ele entrou na sala. Entra. Escutando uma voz.

- Minha filha !!!

- Aisha!!!

- Ah!

Gritou de surpresa quando dois homens a abraçaram chorando, um deve ser seu pai tem os mesmos olhos verdes, parece ter uns 50 anos e o outro deve ser seu tio tem as mesmas cores de cabelo de seu pai, castanhos e olhos também. Eles estão apertando tão forte que fica sem ar.

- E- Estou ficando sem ar.

- Irmãos a deixam respirar.

Uma mulher com a pele rosada com os olhos verdes e cabelos castanhos escuros que olha para ambos. Os dois a soltam rápido.

- Desculpa Aisha, mas ficamos tão empolgados quando você acordou. - falou o tio sorrindo.

- Certo, também estou feliz de acordar.

- Minha filha.

Ela escuta uma voz serena e reconhece imediatamente a voz da mãe, a mãe verdadeira princesa. Vai até ela e se reverencia.

- Como vai mamãe?

A mãe dela olha chorosa, mas sorrindo.

- Achei que tinha te perdido para sempre. - ela continua a chorar, Aisha pega sua mão.

- Eu estou aqui mamãe, olha.

Ela leva a mão da mãe até sua bochecha que a toca.

- Viu, eu nunca irei embora. - sorriu.

- Vamos jantar então, porque estou morrendo de fome!

Mark é o primeiro que senta e pega a comida. Todo mundo ri da sua forma infantil.

- Sim! Também estou morrendo de fome.

Alana escuta uma voz alegre e olha na direção da voz, vê um menino de cabelos castanhos e olhos pretos, comendo alegre. Todos começam a comer e conversar. Alana percebe como a família da princesa são amorosos, que isso a deixa triste, por lembrar-se da sua vida passada, quando seus pais ainda eram vivos e não tinham sofrido o acidente de carro, depois foi morar num orfanato, quando completou 18 anos teve que lutar para arrumar um emprego para pagar o aluguel do seu pequeno apartamento e ainda estudar. Foi muito complicado, mas ela observa que a vida dessa princesa não é ruim, ela é rica, não tem que pagar contas.

- Pai, mãe e tios irei me retirar para descansar.

Ela se reverencia e olha para os olhares confusos dos seus parentes.

"Será que fiz algo errado?"

- Pode ir minha filha, amanhã conversamos, tenho algo importante para conversar com você. - falou o seu pai sério.

- Certo.

- O que está acontecendo com Aisha? Ela nunca se reverenciou depois do jantar.

- Agora, qual era mesmo o caminho para o quarto?

Começou a andar vendo um corredor enorme só iluminado com velas, anda até encontrar a governanta no caminho.

- Lucy!

- Sua Alteza, o que está fazendo aqui na área dos empregados? Você tem que ir para o seu quarto? - Lucy a olha preocupada.

- Lucy estava te procurando, queria sua ajuda para tirar esse vestido.

- Claro, Alteza. - sorriu Lucy.

Caminharam, entraram à esquerda passando por mais um corredor que está clareado pelas velas ao redor, viram a direita e entram em outro corredor, em que estava o quarto, vão até a porta do quarto e Lucy abre a porta grande branca, com uma maçaneta dourada. E entram, vão em direção da cama, Aisha se joga.

- Alteza, se levanta para tomar seu banho que já está preparado. - chamou Lucy a mexendo.

- Não, está tão bom aqui.