Diary Of Distance - Imagine Rengoku Kyoujuro ༎ Kimetsu no Yaiba ༎

Dia 1

"Deixa eu perguntar uma coisa, não tá dando certo entre a gente? Quem cala consente."

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As unhas roídas mostrando o sinal de sua ansiedade, eram a prova da pressão que sentia, a parte mental lhe abalava como nunca. Pela porta você via o loiro passar desafrouxando a gravata de seu uniforme, era tarde da noite, ele nunca costumou voltar naquele horário sem pelo menos a avisar.

— Amor, por que não me ligou?? — Impossível não notar um fio sequer de preocupação que saía de seu tom.

— Me perdoe.— Ele lhe beijou a testa.— Não acontecerá de novo.— Parecia tão exausto quanto aparentava, você não o importunou e o deixou seguir caminho ao seu descanso.

Hoje era o dia de comemoração do terceiro aniversário de casamento, era tão estranho para um casal jovem estar passando por isso cedo da vida conjugal. Rengoku estava tão distante, a via poucas vezes no dia e na noite se negava a tê-la, aquele belo homem que a pouco tempo atrás recitava declarações, estava frio. S/n ainda tinha a fé de reestabelecer a beleza, amor e vigor daquele casamento, mesmo que Kyoujuro não se importasse mais. A aliança que tinha em seu dedo, fora acariciada e beijada com ternura.

S/n respirou fundo e também seguiu ao quarto em que se encontrava um Rengoku tombado sobre a cama aos roncos, não pôde deixar de sorrir e apreciar a graça que era o seu esposo, era isso que a cativava a não desistir deles, sonhava que aquele homem ainda podia voltar a ser o mesmo de antes. Você deitou ao lado do mesmo, levantando o forte braço e o abraçando ao seu redor, seus lábios beijaram a ponta do nariz do loiro, o que fez o mesmo acordar enquanto o coçava.

— S/n...?— Um breve sopro saiu por seus lábios, estava bem abatido.— Eu tô cansado pra você, vai dormir...ou faça qualquer outra coisa, só me deixe quieto.— Seu rosto virou para o lado oposto assim que recolheu seu braço de cima da mulher.

Era sempre a mesma desculpa, nunca tinha tempo nem mesmo para sua esposa, pois o trabalho o atrapalhava.

Em sua garganta se instalou um nó, não sabia ao certo como reagir. Mordendo seus lábios, você levantou de uma vez e saiu do cômodo com os primeiros sinais de um choro que teimava em se libertar. Descalça, você foi para o lado de fora da casa e se derramou em lágrimas gordas e salgadas, suas mãos secavam frenéticamente os olhos marejados, lágrima por lágrima você lamentava algo que sequer tinha um jeito de explicar.

— Parece tão...— Um soluço a incapacitou de terminar a frase de primeira.— Tão... idiota, eu não deveria fazer isso...M-Mas dói...— Seus murmúrios silenciosos e chorosos lhe causavam uma angústia ainda maior por ter que lembrá-la do real motivo, queria se bater por ser tão estúpida e não se manter forte, achava mesmo algo idiota de se chorar, afinal, quem nunca passou por uma crise em seu casamento? Mentalidade forte, era isto que ansiava.— Eu não posso fraquejar agora...