Fundo feito com tapumes pintados com tinta de giz.
Cena 1.
Personagens entram com um cartaz escrito "AMIGO DE DÉCADAS" e colam no mural de giz.
Entra um padre com Bentinho vestido de padre.
Padre: Bento Santiago, este é o pátio de nosso mosteiro. Aqui você pode passar seus tempos livres, estudar e refletir.
(No canto do palco está Escobar)
Padre: Vou deixá-lo se acostumar com o espaço. A missa é às sete.
Bentinho anda de costas, olhando o ambiente. Escobar aproxima-se também de costas e encontram-se no meio do caminho.
Bentinho: Desculpa, estava distraído.
Escobar: Eu não estava, queria te encontrar.
Bentinho: Me encontrar?
Escobar: Desde que chegou vi em você algo bom. Parece um amigo de décadas que eu precisava reconhecer.
Ambos se viram.
Escobar: Mesmo que décadas atrás não tivéssemos idade sequer para sentarmos sozinhos. Me chamo Escobar.
Bentinho: Sou o Bento. Bento Santiago.
Escobar: Da família Santiago?
Bentinho: Essa mesmo.
Escobar: E o que faz perdido nesse muro de pedras?
Bentinho: Encontro um amigo que há décadas devo ter conhecido, Mesmo que décadas atras não tivéssemos idade sequer para sentarmos sozinhos.
Escobar: Você é esperto, Bento.
Bentinho: Pode me chamar por Bentinho, um amigo de décadas me chamaria assim.
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Escobar - Uma história sobre ciúme, olhos e mar
Roman d'amourPeça teatral livremente inspirada na obra de Machado de Assis, Dom Casmurro, de 1899. Nesta releitura em forma de roteiro para teatro, o ciúme, os embates familiares e a dúvida de Bento Santiago são embalados pelo mar para mostrar o quão destrutiva...