Personagens entram com um cartaz escrito "SONHOS" e colam no mural de giz.
Capitu com roupas de criança e Bentinho criança em cena. Riscam a parede de giz por sobre as cabeças.
Capitu: Eu tive um sonho lindo! Com o que você sonhou essa noite?
Bentinho: Eu sonhei que havia chovido muito forte e o mar levava nossas casas pra longe.
Capitu: Credo, não foi sonho, então. Foi pesadelo!
Bentinho: Sim, eu durmo agitado essas noites pensando que preciso ir para o seminário.
Capitu: Pois eu sonhei que nós íamos até o topo de uma montanha e pulávamos. Lá, a gente dava as mãos e conseguia voar. Íamos até os céus, e os anjos que nos acompanhavam davam nossos nomes para anjos que acabavam de nascer.
Bentinho: Que sonho lindo, Capitu. Seus sonhos sempre são mais bonitos que os meus.
Capitu: Eu aposto que enquanto dermos nossas mãos, conseguimos voar.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Escobar - Uma história sobre ciúme, olhos e mar
RomancePeça teatral livremente inspirada na obra de Machado de Assis, Dom Casmurro, de 1899. Nesta releitura em forma de roteiro para teatro, o ciúme, os embates familiares e a dúvida de Bento Santiago são embalados pelo mar para mostrar o quão destrutiva...