Capítulo 54 - Helena

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Assim que as fraconas se recomporam, fomos até a entrada para o interior do vulcão que a Kay conseguiu achar. Por ela enxergar melhor no escuro, inclusive, ela foi na frente e nós todas estávamos com uma corda amarrada na cintura e com uma ponta sendo segurada pela Kay. Me aproximei dela para conversar.

Helena: você não tem... Não tem que fazer isso
Kaayra: eu sou a única que pode segurar ele, Helena... Eu tenho que fazer
Helena: pode ter algum outro jeito...
Kaayra: não tem, você sabe disso. Mas, de qualquer forma, eu vou voltar para vocês
Helena: acho bom...

Kaayra: *dou um risinho* você está preocupada?
Helena: cala a boca. Só não te empurro porque senão todo mundo cai...
Kaayra: inclusive... A gente precisava de luz.

Ela falou numa língua mais esquisita que a que ela falava as vezes e então um fogo apareceu na sua mão. Ela pegou alguma coisa de madeira de dentro do cinto dela, talvez uma faca ou outra coisa assim que ela tenha feito, e colocou o fogo nesse negócio.

Kaayra: assim vocês tem luz, depois.
Helena: certo, obrigado

Ela me entregou a tocha improvisada e reparei que ela era igualzinha a uma clava.

Helena: desde quando você tem uma clava no seu cinto?
Kaayra: eu tenho de tudo um pouco nesse cinto. Talvez eu consiga tirar uma espada daqui
Helena: falando em espada, você não tinha comprado umas espadinhas de anime pro seu pai?

Kaayra: *dou de ombros* elas vieram pra mim depois que eu dei uma espada de colecionador de itens da Segunda Guerra Mundial pra ele.
Helena: isso é bem irônico pensando que ele se parece com um alemão...
Kaayra: eu sei *rio baixo* não sei como ele não me xingou.

Íamos conversar mais, mas luzes laterais numa caverna ou algo assim se acenderam com a nossa presença. O ar ali era pesado e esquisito. E cheirava a coisa velha. Um foço fora aberto bem no centro daquele lugar e dele uma luz meio azulada e esquisita brilhava.

Kaayra: acho que não vamos precisar de luz...

Ela soltou a corda e nos deixou por nossa própria conta. Uma voz de múmia falou do foço.

Pontos: olha só, quem resolveu aparecer... Achei que não viriam mais... Achei que você as tinha matado, Ana
Ana: vai a merda seu idiota.

Uma gargalhada maléfica soou pelo lugar. Olhamos ao redor e encontramos várias pedras onde podíamos encaixar as facas. Kaayra, mantendo a estranha calma dela, tirou a faca do Dragão do cinto e estendeu para a Ana.

Kaayra: eu te entrego, agora, a faca do Dragão para que você use-a até que selem o Deus do Mar e, depois, me encontrem em sei lá que lugar caso algo me aconteça.
Ana: como...como assim?

Kaayra: alguém precisa ajudar no selamento dele com a faca do Dragão enquanto eu estou lá embaixo. Você é a mais indicada para isso... Não perca a faca. E caso aconteça algo, vocês devem sair o mais rápido possível depois que selarem Pontos, apenas peguem a faca do Dragão, as demais irão se espalhar pelo mundo.
Cas: não, Kay, como assim?

Kaayra: apenas fazem o que devem fazem. Eu vou voltar para vocês. *sorrio*
Helena: você é uma idiota... Volta viva.
Pontos: então a Anjo do Mar vai me enfrentar? Acha que tem força para isso, criança?
Kaayra: talvez não... Mas tenho o suficiente para te manter ocupado, Pontos. Achem os locais das suas facas o mais rápido possível.

Ela fez o costumeiro sinal dela para mim, uma "continência" de dois dedos, uma despedida rápida e silenciosa. O "até logo" dela. Kaayra pulou no foço e flutuou nele, as vozes soavam lá dentro, mas muito mais baixas que antes.

As Sete Pecadoras e o Deus do MarOnde histórias criam vida. Descubra agora