o maior presente [rosattaz]

II

[carolana's voice] oi pessoal

então, mais um capítulo pra vocês, daí vou aproveitar e esclarecer que os capítulos serão propositalmente curtos, pq pra mim segue meio que um formato de conto??? mesmo que cada capítulo fale sobre a mesma história

por enquanto nós podemos nos manter numa meta de 15 favoritos e 10 comentários? 

boa leitura x 

✹⚢✩

Carol estava um pouco para baixo, isso era óbvio. Ela havia descoberto uma traição dias antes de embarcar para Tóquio e poderia jurar que estava com o coração partido, ou pelo menos ela achava que era isso que o constante aperto no seu peito significava. Ela havia feito um propósito para si mesma que não iria contar para ninguém deliberadamente, era humilhação demais.

Entretanto, ela chegou no quarto de Tóquio e sorriu ao perceber que dividiria o quarto com Rosamaria. A oposta havia sido alguém importante na Volleyball Nations League, a VNL, mas não achava que seria escalada para as Olímpiadas, mas ali estava o universo novamente, mostrando o quanto ela não sabia de nada.

-E aí, Rosa? – Carol cumprimentou, enquanto tirava as roupas de sua mala.

-Eita! – A oposta exclamou quando entrou no pequeno quarto e viu quem estava ali, falando com ela, indicando a grande possibilidade de ser sua colega de quarto. – E aí, Carol?

Rosamaria sabia de muitas coisas. Para muita gente ela tinha pouca idade, mas ela já havia vivido o suficiente, por muitas vezes foi enganada por homens mais velhos na mesma medida que os enganou, e também teve seu coração partido com quase todos eles, juntamente com a grande parcela de mulheres que ela parecia atrair.

Outra coisa que ela sabia era como Carol Gattaz era a maior pegadora do mundo do vôlei. A quantidade de mulheres chorando nos bastidores dos ginásios e em treinos que ela já havia visto era quase cômico, se não fosse trágico. Ela não odiava a central por isso, ela só achava que ela tinha uma grande falta de ética, entretanto, ela reconhecia a suas habilidades em quadra.

-Nervosa? – Carol perguntou, puxando assunto.

Rosamaria deu os ombros.

-Acho que sim, isso aqui é quase um universo.

Carol sorriu alegremente e Rosamaria percebeu automaticamente o que aquele evento significava para ela. A central tinha quase quarenta anos e era a sua primeira Olímpiada, sendo os cortes de 2008, 2012 e 2016 coisas que afetaram profundamente a sua carreira, e quase a fizeram desistir do vôlei. Por um momento, por um breve momento, ela sentiu empatia e compaixão pela mais velha.

-E você? – Ela perguntou. – O trabalho foda que você vem fazendo no Minas tem que ser reconhecido, né?

-Você vem acompanhando os jogos? – Carol perguntou, sorrindo mais ainda.

Rosamaria deu os ombros, tentando forçar uma indiferença.

-É, claro. Meio inevitável.

Carol sorriu, não se dando o trabalho de responder o quão feliz estava por estar ali, pois era algo que estava estampado na sua cara.

Era uma época esquisita no mundo. Pareciam haver milhões de coisas acontecendo ao mesmo tempo, mas mesmo assim, as duas sentiam-se imensamente felizes e gratas pelo que estavam fazendo ali, e o que em breve iriam poder aperfeiçoar.

-Eu vou lá embaixo com as meninas, 'cê 'tá afim de ir? – Carol perguntou, após colocar seus uniformes no guarda-roupas.

Rosamaria já tinha se jogado na cama e estava em seu celular, conversando com Naiane, sua melhor amiga.