Capítulo 58 - Epílogo - Kaayra

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~Kaayra: Vamos pular no tempo um pouco.
???: Ué, por quê?
N.A.: porque é só ano seguinte que tem algo interessante, ué.
??: Como assim?
Kaayra: demorou mó cota pra acontecer algo interessante na minha vida e ter um pouco mais de respostas. Enfim, vocês vão entender agora.~

*Dia 3 de janeiro de 2022*

Já fazia praticamente um ano desde que eu precisei enfrentar e matar Pontos, o que foi um grandioso desafio no ano anterior. E agora, como deusa, eu tinha algumas coisas para fazer de vez em quando, apesar de que não fui chamada para muita coisa. Eu só tinha que aguentar Dionísio me chamando para reuniões sem sentido.

Só para enteirar vocês sobre umas coisas, depois que me acalmei e beijei Jafari algumas vezes, questionei os deuses se eu deveria morar no Olimpo ou se poderia ficar no acampamento que era minha casa e me foi permitido isso. Logo que chegamos ao acampamento, aparentemente alguma ninfa fofoqueira havia escutado e espalhado a notícia da minha nomeação, o que resultou em festa no acampamento e nos vários e vários semideuses vivendo ali se ajoelhando assim que cheguei. Tive que pedir 10 vezes para que eles se levantassem. O natal também fora incrível, Jafari ganhou um presente maravilhoso do pai dele e eu tive a garantia de que minha imortalidade não havia sido alterada quando fui nomeada deusa.

O dia de hoje era um dia frio de inverno mesmo para nós no acampamento. Estava no pavilhão de artes, arrumando as coisas para começar a dar aula de tapeçaria. Jafari estava ali, sendo o namorado coruja que ele era.

Jafari: eu quem deveria estar dando essas aulas...
Kaayra: você deveria mesmo, meu Sol.... Mas ainda não entendi porque não está.
Jafari: olha suas tapeçarias, seus tapetes... São obras de arte!
Kaayra: está bem, está bem. Não vou tentar negar seus elogios, sei que não adianta nada.

Jafari: que bom que percebe.
Kaayra: vai ficar para assistir a aula?
Jafari: eu pretendo, mas se quiser que eu saia... Eu ficarei só falando com você pelo laço.
Kaayra: pode ficar desde que não me distraia muito.
Jafari: eu nunca te distrairia...

Ele veio até mim e me abraçou por trás, me fazendo arrepiar com a respiração tão próxima do meu pescoço. Me controlei para não surtar como eu sabia que ele queria que eu ficasse. Ele sabe exatremamente bem que eu surto por qualquer toque assim.

Meu pai apareceu na porta de forma repentina, nem mesmo eu o escutei se aproximar. Quando ele bateu no batente, nós dois pulamos de susto e eu rapidamente me afastei do filho de Apolo.

Kaayra: *gaguejo um pouco* pai! Oi! A quanto tempo você está aí? Eu nem te vi chegar. Estávamos falando sobre a minha aula de tapeçaria de hoje. O que está fazendo aqui? Vai dar aula de alguma coisa também?
Ablon: *rio baixo* está tudo bem, criança. Está tão nervosa assim? Ou só está com nervosa com outra coisa?
Jafari: nós só... Não esperávamos que o senhor aparecesse.

Ablon: então você descompre a regra de um metro de distância entre vocês?
Kaayra: qual é, pai... Eu já sou grandinha. E a história de eu merecer ser feliz?
Ablon: você não vai fazer eu me dobrar ao seu pedido, mas eu vim aqui para te chamar um pouco.
Kaayra: para... Me chamar? Do que precisa pai?
Ablon: não sou eu que precisa de algo, Hestia e Hécate querem falar com você.
Kaayra: isso é... Novidade. Bem, meu Sol, eu já volto.
Jafari: tudo bem, minha parceira.

Meu pai saiu da sala, fui até Jafari e dei um selinho nele, indo em seguida atrás de meu pai. Ele me guiou até a floresta, o que me deixou desconfiada com isso, o que duas deusas estariam querendo falar comigo? Tá certo que elas ficaram encarregadas de mim, mas não entendi porque falar agora... E principalmente o que queriam.

Quando chegamos numa parte afastada da floresta, fui recebida por ambas as deusas em pé, ao lado de um pequeno banquete. Eu não estava ferida, mas a cara daquelas frutas estava tão boa...

Hécate: obrigada, Ablon, dos Querubins. Pode nos deixar a sós?
Ablon: claro. Senhoras, filha.

Meu pai se afastou, fui até a comida sem esperar um convite e comecei a comer as frutas. Hécate se sentou do meu lado e me acompanhou comendo as frutas.

Hestia: achei que seria mais educada, menina *sento ao lado dela*
Kaayra: me perdoem, é que essas frutas estão tão bonitas...
Hécate: está tudo bem, querida.
Kaayra: do que precisam? Achei estranho vocês virem falar comigo agora...
Hestia: querida, está chegando na hora de você assumir o seu posto principal.
Kaayra: meu...posto principal? Achei que eu só era uma deusa menor.

Hécate: você tem um posto bem maior te aguardando, Kaayra. Você é uma deusa importante para nós. Bem mais importante que se imagina.
Kaayra: o que quer dizer, senhora?
Hestia: você é uma menina muito importante para todos nós, para todos os deuses, na verdade. Seu propósito é muito maior. Já ouviu sobre Multiverso?
Kaayra: já sim, claro que já. Todo humano já escutou sobre a possibilidade disso.

Hécate: isso é bom... Lembra sua profecia? Poderia recita-las para nós?
Kaayra: "O inimigo do universo os heróis enfrentarão/ A deusa dos anjos, da paz e dos demônios a calamidade evitarão/ Do próprio universo a ajuda para vitória virá/ E só assim a paz em todos os mundos virá."

Hestia: é uma profecia muito, muito interessante, você não?
Kaayra: sim, mas... Eu não compreendo ela.
Hestia: logo a entenderá, criança... Logo tudo será esclarecido.

Comecei a me sentir sonolenta após tantas frutas que eu comi. Não havia sentido para aquilo, porque eu estaria sonolenta ou letárgica por comer?

Hécate: isso é para o seu bem, criança...
Kaayra: o que...?

Quando me dei conta, caí deitada na grama, sentindo minha visão embaçar e minha mente ficar turva. Ouvi o som da voz de Jafari me chamando, mas não conseguia responder.

Minha visão enegreceu e me senti adormecer, um sono leve e tranquilo. Antes da minha mente se perder no sono, senti uma mudança repentina do ar, de tudo. Não estava mais em casa quando desmaiei, não estava mais no meu mundo. Apenas sentia que estava em um lugar quente e aconchegante, completamente diferente da grama em que estava antes. Mas onde eu estaria? Antes que pudesse tentar encontrar resposta, antes que eu saísse da letargia, escutei uma das deusas falar.

Hestia: logo tudo se esclarecerá, Anjo do Mar. Deusa dos...

Não consegui ouvir o final da fala dela, apenas os versos da profecia, que também se calaram quando enfim minha mente e meus sentidos se apagaram.

~???: E agora é a minha veeez!!!
N.A.: tem mais ansiedade que eu, meu deus
Kaayra: nem deixou eu fazer a finalização
??: E tem uma finalização pra isso?
Kaayra: é... não, você tá certa.~

As Sete Pecadoras e o Deus do MarOnde histórias criam vida. Descubra agora