De Joelhos (Malec)

Não é um pau azul?

MAGNUS

Graças a deus que Catarina foi embora no final do programa de culinária.

Como ela estava na cidade apenas no fim de semana, ela lamentou por não ter tempo para me ver novamente. Eu tinha planos muito importantes com o sofá que eu realmente não queria cancelar, então estava tudo bem para mim.

— Se lembre... — disse ela na porta. — Eu sou louca o suficiente para voar até aqui se você não atender minhas ligações novamente.

— Devidamente anotado.

— Você vai ficar bem?

— Sim. Porquê?

O canto de sua boca se curvou para baixo, mas foram seus olhos que mais me incomodaram. Eles refletiam um tipo especial de tristeza normalmente reservado para animais feridos e veteranos sem-teto. Na verdade, quanto mais eu pensava sobre isso, era o jeito que Alexander olhava para mim hoje em dia, e eu odiava pra caralho.

— Você não quer perder o seu Uber. — eu disse, forçando um pouco mais de ânimo na minha voz.

Ela se esticou na ponta dos pés e me abraçou em volta do meu pescoço.

— Você sempre pode vir para Chicago comigo se quiser.

— Obrigado. — De jeito nenhum eu iria para Chicago. Alexander poderia me expulsar amanhã e eu ainda não ligaria para ela. Eu dormiria na sala da caldeira do Idris Theatre se fosse preciso.

Depois que ela saiu, tentei assistir TV para passar o tempo.

Eu sabia que Alexander tinha dito para não esperar acordado, mas não pude evitar. Imaginá-lo com seu "garoto foda", deu um nó no meu estômago.

Quer dizer, eu vi em primeira mão como foi difícil para Alexander aceitar quem ele era. Mas agora que ele tinha feito isso... significava que ele estava querendo procurar outras opções de homem?

Ele e Jack eram muito próximos, assim como ele e Azriel. E Azriel era gay. Não era impossível que Jack fosse gay também. Ou bi. Ou apenas atraído por Alexander, porque ele era fodidamente lindo. Ou...

Ok, já chega!

Pensar em Alexander com outro homem levou meu cérebro a um caminho que me fez pensar na sacola preta que eu tinha escondido debaixo da cama mais cedo.

Se eu pudesse convencê-lo de uma vez por todas que eu estava bem, então talvez ele não ficasse inclinado a procurar em outro lugar para satisfazer suas... necessidades.

Era uma loucura, mas talvez Catarina tivesse razão.

Em uma súbita onda de confiança, pulei do sofá e fui para o quarto, pegando minha compra clandestina.

Parte da hesitação de Alexander, era o medo de me machucar novamente. Não que ele fosse falar sobre isso. Então, se eu pudesse mostrar a ele que não era um problema, então talvez as coisas pudessem começar a voltar ao normal entre nós – o que diabos o normal devesse parecer, de qualquer maneira.

Tirei minhas roupas e respirei fundo, subindo na cama com um substituto de silicone azul do que eu realmente queria.

O que diabos eu deveria fazer agora? Quer dizer, eu sabia. De um modo geral. Mas até agora minhas experiências masturbatórias não incluíam nada no reino dos brinquedos sexuais.

— Isso é tão estranho. — eu murmurei, segurando o pênis azul.

Cor à parte, não era bem uma réplica do pau de Alexander, mas era bom o suficiente para o propósito pretendido.