Cap. 17

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[Alerta de Gatilho] 

Dominic narrando

Ouço a chaleira apitar e desço correndo para desligar.

Estou com a cabeça explodindo, sentindo um turbilhão de emoções e sentimentos e não consigo focar em trabalho e nem em nada desde a conversa com a Lola.

por quê ela fez aquilo?

Me pergunto constantemente. Lola não é uma mulher de surpresas, de coisas inesperadas, de atitudes não pensadas. Tudo o que ela faz, tudo, tem um motivo, um propósito.. tudo é pensado antes, e muito bem pensado, porque ela não se permite cometer erros que podem afetar diretamente sua vida e a vida dos outros, principalmente sua filha.

É o motivo de eu ficar tão encabulado. Por conhece-la a esse ponto e saber disso tudo.

Me sirvo o chá e me sento na poltrona da sala.

Mas não quero mais pensar nisto hoje, não quero pensar no almoço, na maravilhosa Faith, e em nada que envolva Lola Woods.

Respiro fundo e tomo um gole. Ouço a campainha tocar logo em seguida. Bufo e me levanto, confuso.

eu raramente recebo visitas, que estranho

Caminho até a porta e abro calmamente. No meio da escuridão lá fora vejo dois rostos familiares, mas diferentes. Há algo diferente. Algo diferente nelas.

- Dom... - Lola se joga em meus braços, chorando - Eu ferrei com tudo - Ela exclama, soluçando - Eu ferrei com tudo!

(...)

Depois de servi-la um copo d'água, me sento ao lado de Lola na cozinha enquanto Faith se distrai com filme na sala. Repouso minha mão sob sua coxa delicadamente, e a fito com os olhos, em busca de respostas.

Desde que chegou, Lola apenas chorou e chorou, ela somente se acalmou agora. Estou extremamente confuso, mas não quero pressiona-la. Porém, preciso de respostas.

Ela respira fundo. Suas mãos estão tremendo mas ela tenta esconde-las.

- Hoje...- ela começa, devagar - Hoje quando fui buscar Faith na escola, ela pontuou mais uma vez o quão feliz ficava quando via que era eu quem ia busca-la, não seu motorista...- ela engole em seco, faço o mesmo - Eu perguntei o porquê... e ela me respondeu..- suas lágrimas caem novamente -

A puxo para um abraço apertado. Enquanto, em vão, tento segurar minhas lágrimas. Quando se trata de Faith, sinto uma dor enorme, sinto como se fosse comigo, como se eu tivesse ligado diretamente com ela e com tudo que acontece com ela. Ela é tão importante pra mim.

Conforme meus pensamentos vão se alinhando e teorias sendo automaticamente criadas. Meu humor muda repentinamente.

- O que ele fez? - pergunto com um quê de irritação -

Lola funga e seca as lágrimas olhando pro chão.

- Lola - respiro fundo, seguro seu queixo e o levanto - O que ele fez? - pergunto calmamente -

Suas sobrancelhas se curvam e sua boca se abre calmamente, mas nada sai por ora, é como se ela estivesse procurando as palavras certas pra dizer o que tem que dizer.

Sinto minha garganta se fechar e meu peito pesar diante dessa situação. E por um segundo imagino como Lola deve estar se sentindo, ainda pior que eu. Não é correto pressiona-la, mesmo pelos motivos certos.

A puxo para um abraço. Afogo seu rosto no meu ombro e acaricio seus cabelos. Depois de uns minutos que soaram como horas. Ela sussurra em meu ouvido, sussurra a resposta que eu esperava. Cerro os punhos em volta do seu corpo involuntariamente. 

(...)

Estamos há horas na delegacia e não conseguimos solucionar absolutamente nada. É claro que isto foi a Lola que escolheu, ela escolheu vir para cá, porque se de dependesse somente de mim eu resolveria de outra maneira. 

Mas ela quer fazer o que é "certo". Isso não faz sentido algum. Mas permaneço aqui, em silêncio, enquanto ela toma as decisões à respeito da filha DELA, em que EU não tenho direito nenhum de me envolver. 

- Somos os próximos, já irão nos chamar para escrever uma ocorrência e denunciar um crime em nome dela. - ela diz, baixo, andando até mim -

Concordo com a cabeça e ela se senta ao meu lado. Está mal, triste, certamente sentindo - se culpada. Não sei como acolhe-la nesse momento, mas faço o máximo que consigo. Me importo de verdade com ela, com as duas. Fico feliz de Faith estar com a avó neste momento tão duro. Provavelmente esta dormindo ou tomando um chocolate quente, bem feliz e aquecida. 

A puxo levemente e encosto sua cabeça no meu peito, envolvo-a com meu braço e tento aquece-la, conforta-la o máximo possível. Sinto ela soltando um ar pelo nariz e seu corpo pesando sob o meu, está relaxando, isso é bom. 

- Sabe.. depois disso tudo.. eu acho que é uma boa ideia irmos para Paris - ela sussurra - 

Sorrio de canto

- Nós vamos, vamos sim. 

Depois de meia hora, o nosso mísero conforto se acaba e nos chamam. 

Caminhamos acompanhados de uma policial até uma sala vazia, de paredes brancas e extremamente fria. Ela pede que sentemos e assim o fazemos. Logo em seguida entra outra mulher, com postura, olhar fulminante e movimentos sutis, ela se senta à nossa frente com um folhas e canetas. 

- O que aconteceu? - ela pergunta, firmemente -

- Viemos fazer uma denúncia - iniciei -

- Uma denúncia de assédio - Lola fala e respira - Assédio sexual. 

[Capítulo não revisado]


este capítulo é curto mas fala sobre situações muito comuns no dia a dia 

e que influenciam drasticamente nossas vidas no futuro

assim como acontecerá no livro

aguardem.

beijinhos and

keep reanding..

The Camp's GoneOnde histórias criam vida. Descubra agora