Vossa Graça Meu Pai,
Vossa Graça Minha Mãe,
Estavam certos. Ele veio a mim. Atendeu minhas preces. Jamais senti tanta felicidade quanto esta noite, quando sua mão ensanguentada tocou minha testa e falou, não por vossos lábios, porém por meio de vossa mente.
"Estás destinado a muitas conquistas, meu jovem. Ainda trarás mudança a este mundo. Confie em Minha Palavra e siga vosso caminho."
A verdade era que, nas últimas semanas, havia questionado o tamanho da força Dele. Acreditava no que me fora dito pelos Paladinos no dia fatídico de meu aniversário de 14 anos. Acreditava estar amaldiçoado.
Acreditava ser minha culpa e minha perdição que teria levado a ambos naquela noite de pesadelos. Minha falta de visão, como muitas vezes o Senhor Meu Pai comentara, ou a forma como Senhora Minha Mãe falara que jamais seria capaz de governar.
Agradeço eternamente a ambos, pois nunca perderam sua fé em minha pessoa e sei que foram vossas preces que fizeram com que Ele viesse a mim, e não ao meu irmão. Sei o que me pedem, apesar de não sermos mais capazes de nos comunicarmos até que meu corpo torne a cinzas novamente.
O Anão me falou mais sobre Ele. Disse que era poderoso, extremamente poderoso. Que suas palavras me davam forças suficientes para poder retornar a paz a este mundo caótico. Que eu fora abençoado por Ele e agora devia ser o caminho que havia sido traçado para mim.
É um mundo completamente diferente de tudo que convivi em Vorenfall. Eles celebram a morte e a vingança. Utilizam o sangue de seus inimigos para revitalizar a força de seus entes queridos.
Irei vingá-los. Pelos planos malignos de meu irmão, que tiraram de mim e de vocês o que lhes pertencia e tomou egoisticamente para si.
Não esperem por mim, pois sei que não irei para o mesmo lugar que vocês. Meu destino está em um caminho sujo de sangue. Desejo-lhes apenas que encontrem a paz.
Com toda a minha fé,
Armand Cortés
