Alfonso quis ir ver Anahí naquele dia, mas ela estava na UTI, e ele não podia se mover direito ainda. Se sentia impossivelmente fraco — só o ato de tentar dobrar as pernas o deixava exausto. Aceitou esperar. Não era como se ela fosse fugir de um dia pro outro.
Robert: Mamãe está aqui. Ela esteve desesperada todo esse tempo. — Avisou, guardando o celular. — Me perguntou varias vezes se eu não podia acordar você só um pouquinho, pra que você dissesse se estava sentindo algo, Deus a abençoe. — Disse, carinhoso.
Alfonso: Eu sou um merda. — Disse, culpado.
Robert: Que bom que você sabe. — Disse, irônico, indo até a porta.
Já era fim da tarde quando Grace se acalmou. Chorara, abraçada ao filho, por um bom tempo. Quando se acalmou sondou como ele estava, dizendo que ele perdera peso, e mimara Alfonso de tudo. Depois, ao comentar o estado de Anahí, caíra no choro de novo. Só a noite Rebekah conseguiu convencê-la de ir pra casa, após mostrar que Alfonso estava bem, que passaria a noite dormindo e que ela, Grace, precisava descansar.
Durante os 4 dias que vieram, pouca coisa mudou. Anahí saiu da UTI (mais por falta de melhora do que o contrário) e foi transferida pra um quarto. Alfonso, por outro lado, recuperou a força. No 5º dia ele, de cadeira de rodas, foi levado até o quarto onde Anahí estava. E ela estava destruída.
Pálida, o corpo caído mole sobre a cama, as pálpebras brancas mostrando algumas veias, alguns cortes no rosto, um curativo na testa, um soro no braço, vários fios novamente monitorizando o coração e agora na cabeça, em função do cérebro. Parecia frágil, quebradiça.
Robert: Os peritos acreditam que ela acionou o airbag do carro enquanto caía da ponte, provavelmente pra proteger a barriga do impacto. — Disse, rompendo o silencio. Alfonso se levantara, com a ajuda de Rebekah, e olhava a Anahí desacordada, quieto.
Alfonso: E? — Perguntou, insondável.
Robert: Isso foi o que a prejudicou. Além de ter batido a cabeça, ganhando um traumatismo craniano, o cérebro passou tempo demais sem oxigênio. O airbag e o cinto de segurança dificultaram o resgate. Quase não houve nada que eu pudesse fazer. — Disse, desgostoso — Porém, atingiu o objetivo. O feto quase não sofreu dano, mesmo em detrimento dela.
Alfonso: Eu não o quero. — Disse, amargo — Tire isso dela, antes que possa ganhar vida. — Completou, duro. Robert virou como se tivesse levado uma bolacha na cara.
Robert: Desculpe? — Perguntou, querendo muito estar errado.
Alfonso: Ela me traiu. Deus sabe com quem, mas traiu, e ai está o maldito resultado. — Cuspiu, desgostoso — Tire isso dela. — Repetiu.
Robert: Não. — Disse, obvio. Alfonso tirou os olhos de Anahí, encarando o irmão — Não há razão pra isso. O feto é saudável. O problema está com a mãe. Nós vamos fazer o possível e rezar pra que ela acorde, e caso contrario, vamos lutar assim mesmo. — Disse, raivoso.
Alfonso: Não é meu! — Disse, furioso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Enquanto Você Dormia (Efeito Borboleta - Livro 2)
FanfictionTRAILER OFICIAL: https://youtu.be/Um7zO-MwLKw Quando você é enganado, traído e machucado a certo ponto, só existem duas opções: Esquecer e perdoar, ou esperar o momento e a hora certa de se vingar. Essa não é uma história sobre perdão. "O bater das...