Completo e totalmente perdido

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ALEC

— Onde devemos colocá-lo, John?

— Foda-se se eu sei.

Suspirei, voltando minha atenção para o teto de cimento. Havia tantas rachaduras e manchas de água lá em cima que fiquei surpreso por ainda não ter desabado.

O carcereiro que estava tentando me prender teve essa conversa com dois de seus outros colegas. E agora um sargento estava ao lado dele, folheando meu arquivo no laptop, me olhando com cautela.

— Há algum espaço no porão médico? — o guarda parecia esperançoso.

O sargento balançou a cabeça.

— Está cheio.

— Bem, este bloco está cheio. Aquele não pode ser. Se você colocá-lo aqui, eles vão matar uns aos outros.

— Existe alguém com quem você se dá bem, profissionalmente falando? Chineses? Italianos? Mexicanos? — O sargento ergueu as sobrancelhas para mim, enquanto eu franzia as sobrancelhas para ele.

— Nope.

— Claro que não. — Ele suspirou e coçou a nuca, apontando para algo na tela. — Tente aqui.

A testa do outro homem enrugou.

— Tem certeza? Eles acabaram de mandar aquele mexicano para o hospital. Vinte e dois pontos.

— É apenas uma noite. — O sargento me olhou. — Tenho certeza que ele pode sobreviver a isso.

O carcereiro assentiu e me soltou do corrimão em que eu estava algemado, me encaminhando por um corredor sem janelas.

A porta gradeada zumbiu e se abriu para uma cela com apenas dois outros homens. Pela minha experiência, elas normalmente detinham dez vezes isso.

— Boa sorte. — murmurou o carcereiro, abrindo as algemas e gesticulando para que eu entrasse.

Observei os dois enquanto entrava, caindo no banco do lado oposto da cela. Eles me olharam com a mesma suspeita, ambos sentados um pouco mais retos em seu banco compartilhado.

Eles eram musculosos, com certeza, mas eu ainda tinha a vantagem de altura. Pelas juntas sangrentas, camisetas rasgadas e jeans manchados, percebi que estava lidando com dois lutadores, um dos meus tipos menos favoritos de lutadores.

— Quem diabos é esse? — o mais escuro dos dois perguntou antes que o guarda se afastasse. — Nós dissemos que não queremos mais companheiros de cela, amigo!

— Ei! Smitty! Meu homem está falando com você! — acrescentou o loiro.

O carcereiro murmurou alguma coisa, mas não respondeu a nenhum deles.

Sozinhos, finalmente, nos avaliamos novamente. Eles eram americanos, obviamente. Dos nós celtas e tatuagens de trevo visíveis em seus braços, era seguro dizer que eles eram algum tipo de irlandês.

Rhysand tinha contatos no North Side, mas eu nunca tive interações com nenhum deles. Com minha sorte, esses caras eram do South Side, o que significava que ninguém iria dormir esta noite até que alguém fosse para o hospital.

— O que você acha? — O mais escuro inclinou seu ombro contra o loiro, seus olhos fixos em mim. — Resistência policial? Agressão?

O loiro balançou a cabeça e fez uma careta para o amigo.

— Assalto à mão armada.

— Assalto à mão armada e resistência policial. — o moreno disse com uma risada.

De Joelhos (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora