Capitulo 14

15.2K 445 770
                                    

Anahí: Pra casa? Eu posso ir pra casa com você? — Perguntou, ansiosa.


Alfonso: Eu trouxe roupas. — Disse, mostrando uma bolsa que estava aos pés dela — É só você se trocar, e nós vamos.


No fim Anahí vestia um conjunto de moletom azul claro, uma camiseta branca por baixo e sapatilhas, os cabelos caindo livremente pelas costas. Algumas enfermeiras vieram se despedir dela — havia história ali. Logo Alfonso a levou, guiando-a pelos corredores que ela não conhecia ainda. O carro esperava na porta do hospital, mas ela estancou na porta, o olhar distante, olhando os carros indo e vindo na rua.


Alfonso: O que foi? — Perguntou, segurando a mão dela.


Anahí: Meu pai... Meu pai está morto. É por isso que ele não pode vir. — Constatou, quieta. Robert dissera pra não contar a ela nada, então só lhe fora dito que a família dela não podia ir visitá-la, e que ela entenderia depois. — Está morto. Morreu em um acidente de carro. — Concluiu, o olhar desfocado, olhando os carros que iam e vinham. Ele congelou no lugar.


Ops.


Alfonso: O que mais você se lembra? — Perguntou, mortificado. Não conseguira nem um dia com ela. Anahí olhou em volta, e negou com a cabeça.


Anahí: Nada. Só me veio isso na cabeça. Eu estava feliz e me sinto muito triste agora. — Disse, desolada que dava dó.


Alfonso: Fazem anos. Anos antes do nosso acidente. — Disse, virando-a pra si — Ele te amava mais que tudo no mundo. Foi feito tudo o que foi possível. — Consolou, sentindo um alivio violento.


Anahí: Ele sofreu? — Perguntou, quietinha.


Alfonso: Não. Robert não deixou. — Garantiu, e ela assentiu. Ele a abraçou e ela retribuiu, abraçando-o forte — Não fique triste. Vamos pra casa, sim? — Ela assentiu, respirando fundo. Nem se lembrava o rosto do pai, mas por algum motivo saber que ele estava morto a fazia sofrer.


Alfonso distraiu Anahí durante a viagem, reapresentando ela a Nova York, apontando os lugares pela janela do carro. Funcionou, a dor foi suprimida pela curiosidade. Ela não conhecia nada. O motorista os deixou em frente ao prédio, e ela parou, lendo. Era um arranha céu a perder de vista, todo em mármore preto, e havia um letreiro discreto em letras prateadas, dizendo "Black Tower", e o numero do prédio.


Anahí: Nossa, moramos aqui? — Perguntou, passando pelo funcionário que abria a porta de vidro.


Alfonso: Moramos. — Disse, sorrindo de canto. Ela olhava tudo em volta, os olhos azuis deslumbrados olhando a portaria, o saguão e os elevadores.


Era tudo em mármore grafite, as paredes brancas. Ele afastou da cabeça que a ultima vez que ela passara ali, estava fugindo dele, desembestada, desesperada pra salvar Nate. Se ela não lembrava, tudo bem. Os dois pararam em frente ao elevador, e Alfonso o chamou. Ao entrarem no elevador luxuoso, com espelhos nas paredes, Anahí olhou o painel. Haviam botões pra os 35 primeiros andares, e a caixa onde se digitava a senha pros 05 do topo, que era onde os Herrera viviam.

Enquanto Você Dormia (Efeito Borboleta - Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora