Capitulo 17

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Os dias se passavam, sem muito o que alterar. Anahí era radiantemente feliz. Nate era feliz. Alfonso estava feliz. Aquele apartamento nem parecia o que fora anos atrás, não havia espaço pra sombras ali. Anahí dormia abraçada ao marido, agarradinha nele, e ele adquirira o vicio de assisti-la pegar no sono. É valido ressaltar que Alfonso estava resistindo bravamente. Seu corpo estava tenso, revoltado com a ofensa de tê-la em seus braços todas as noites e nem tentar nada, mas ele ignorava. A felicidade que sentia valia mais que aquilo. Então, uma noite qualquer, ele acordou e estava sozinho na cama.


Aquilo nunca acontecera. Ele tateou, sonolento, e olhou o relógio. Ia dar 02 da manhã. Se levantou, hesitante, e foi até o banheiro. Nada. Começou a se preocupar — esse era seu instinto normal — e se ela tivesse se lembrado? Não, ela teria acordado ele debaixo de tapas, no mínimo. Saiu do quarto, preocupado, então a voz dele o alcançou. Era baixa, tranqüilizadora. Vinha do quarto de Nate. Ele entreabriu a porta, observando. O menino chorava.


Anahí: Shhh, não chore. — Disse, aflita, e Nate esfregou os olhinhos. Anahí estava ajoelhada do lado da cama, de cueca e blusa brancas, os cabelos caindo em uma cascata chocolate pelas costas. Nate estava sentado, todo encolhidinho em seu pijama azul — Conte pra mim. 


Nate: Não quero. — Disse, com um soluço abafado.


Anahí: Não, bebê, não chore. — Ela secou o rosto dele — Você teve um sonho ruim? — Perguntou, acariciando os cabelos dele, que assentiu — O que foi? 


Nate: Você tinha... Você tinha dormido de novo. — Assumiu, caindo no choro outra vez e se lançou pra ela, abraçando-a — Não quero que você durma de novo, mamãe. — Disse, abafado no cabelo dela. Anahí o abraçou, ninando-o.


Anahí: Eu não vou, meu amor. Eu prometo. — Disse, beijando o cabelo dela. Ver o menino naquele estado lhe apertava o coração — Lembra que eu te falei que ia ficar com você pra sempre agora? Eu vou. Não precisa ter medo. — Consolou, acariciando os cabelos do menino — Não vou dormir daquele jeito. Nunca mais. Eu sinto muito, Nate. — Se desculpou, abatida.


Nate: Me promete? — Perguntou, se erguendo pra encará-la. Ela secou o rosto dele de novo, os dois pares de olhos azuis idênticos se encarando.


Anahí: Com a minha vida. — Prometeu, do mesmo jeito que Alfonso costumava prometer as coisas a ela. Ele sorriu na porta. — Está tudo bem.


Alfonso: Anahí? — Chamou, e ela se sobressaltou. Nate olhou o pai, esfregando o olho — Acordei e você não estava. — Justificou, rouco de sono, entrando no quarto.


Anahí: Nate teve um... — A palavra fugiu. Peso, pesado... — Pesadelo! Ele teve um pesadelo. — Lembrou, satisfeita — Eu ouvi e vim ver. Não queria te acordar.


Alfonso: Tudo bem? — Perguntou, olhando o filho, que esfregou o olho, se agarrando a mãe de novo. — Ainda não se acostumou em dormir aqui, não foi? — Brincou, se abaixando e beijando o cabelo do menino. — Vou buscar um copo d'agua. — Anahí assentiu.

Alfonso foi até a cozinha, respirando fundo pra se acalmar. Nate passara a vida dormindo com ele, e agora que Anahí chegara e tivera que ir pro próprio quarto, as vezes tinha pesadelos. Ele lamentava o quanto o menino havia sofrido pela ausência da mãe. Encheu o copo d'água, e quando voltou Anahí tinha subido na cama, Nate deitado ao seu lado, com a cabeça em seu peito. 

Enquanto Você Dormia (Efeito Borboleta - Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora