Narradora
A textura aveludada de costume estava mais uma vez a confortar a princesa da casa Stormwind, que ao despertar do sono profundo de longas horas, sentiu-se confusa com a falta das lembranças dos acontecimentos do dia anterior.
Mas após poucos minutos, a jovem teria desejado não tê-las de volta, já que sentiu o amargor no peito apertar o coração como se pudesse sufocá-lo, sentia as lágrimas retornando, quando lembrou-se também, do guarda real que lhe trouxe ao palácio. Haviam descoberto suas fugas, a princesa jurava a si mesma que não poderia ficar pior, até se lembrar dos poucos segundos em meio ao longo sono, em que esteve minimamente consciente.Poucas horas atrás...
Keira Stormwind view
── Majestade! - Uma voz masculina ecoou, e por um segundo uma palavra me veio a mente; "Salão". ── Encontramos a princesa na floresta do reino, como vossa majestade havia ordenado.
Então em meio ao silêncio que se fez, pude ouvir passos se aproximarem. Meu pai.
── Foi se encontrar com aquele Elfo novamente... - Mais passos, desta vez se afastando. ── Já enviaram uma tropa para a floresta à procura do monstro?
── Sim vossa majestade, os guardas tem ordens de retornar em uma hora, obrigatoriamente.
Atualmente...
Narradora
A princesa se viu em um estado caótico, um misto de lágrimas e desespero preencheu todo o corpo da jovem em segundos, então ela avançou contra a porta de seus aposentos, tudo o que desejava agora, era que nada daquilo estivesse realmente ocorrendo. Entretanto, a porta não abria, então em uma tentativa desesperada de sair dali, iniciou uma sequência feroz de batidas e gritos à porta.
── Não! Por favor! Abram, me deixem sair daqui! Por favor, abram! - A voz embargada e o rosto avermelhado devido ao choro intenso quase poderia cortar o coração de qualquer pessoa que ouvisse aos gritos desesperados de Keira. ── Por favor! Me deixem sair!
A luta incessante para sair dos aposentos reais parecia inútil, haviam trancado todas as portas e janelas, não havia mais rotas de fuga. Após horas de tentativa, Keira se viu quase em desistência, o sol já abandonava os céus frios da cidade de Stromberg, capital de Echiron, e as esperanças de sair daquele lugar, estariam cada vez mais pequenas.
Até que ouvisse o som de chaves destrancando o quarto, a princesa se levantou do chão frio, vendo dois guardas se aproximarem, puxando-a pelos braços para fora dali.
── E-espera, o que estão fazendo? Para onde estão me levando??
Keira se viu, sendo quase arrastada pelos corredores do palácio até o grande salão do trono, aonde viu seu pai sentado, este que lhe encarou com a seriedade costumeira assim que adentrou o local.
── Keira, minha querida filha. - Um sorriso melancólico preencheu o rosto do rei Nethan. ── Achei que não pudesse confiar em muitas pessoas; Membros do conselho, meus guardas, até mesmo meu povo... Mas minha própria filha? - A voz suave, junto da profunda calma assustava a princesa.
── Papai eu...
── Shh... - O rei gesticulou, com o indicador aos próprios lábios, enquanto se levantava, seguindo até a garota. ── Tragam-no. - O homem ordenou, aos guardas logo a sua esquerda.
E logo o elfo foi atirado ao chão a metros de distância da princesa, ensanguentado e extremamente sujo, parecia fraco, e a garota não desejava sequer imaginar o que poderia ter acontecido a seu amado. Apenas levou uma das mãos a boca, sentindo as lágrimas retornarem intensamente, e no momento em que correria até o elfo, em busca de ajudá-lo, os guardas simplesmente a impediram, segurando seus braços.
── Elel! O que fizeram a ele?! - O rei, que apenas mantinha a atenção presa à tudo, negou com a cabeça.
── Eu torcia para que fossem outras as circunstâncias querida, lhe juro que torcia. - Um suspiro longo foi dado pelo monarca antes da seguinte ordem. ── Matem-no. Talvez ela aprenda algo com isso.
O desespero passou a corroer cada centímetro de Keira, que passou a gritar desesperadamente, enquanto se debatia, buscando se libertar dos guardas.
── Não! Por favor, não façam isto! Por favor, eu o amo! Papai, faça-os parar!
Tem quem diga, que a lâmina de uma espada no coração, é uma morte honrada, mas o rei sequer permitiu que Elel Kraesgor morresse com honra... Ele exigiu que o elfo fosse espancado até a morte.
...
── Mamãe, papai me disse que nem todas as histórias têm finais felizes. - A garotinha parecia chateada. ── É verdade?── Jina querida, é claro que existem! Nós apenas precisamos ser fortes e bons de coração para que eles nos alcancem. - A mulher de olhos escuros e cabelos longos negros respondeu a pequena princesinha que se mantinha deitada sob os lençóis, enquanto fechava mais um livro de histórias. ── Agora você deve fechar os olhos e descansar, certo?
── Mamãe, pela manhã eu poderei ir brincar na neve novamente? - A pequena questionou entusiasmada.
── É claro que sim. - A rainha confirmou, enquanto se levantava da poltrona, para apagar as velas. ── Agora vamos repousar, pois amanhã é um novo dia. - Antes de apagar a última ao lado da cama da pequena, a mulher se aproximou desta, deixando um leve selar a sua bochecha. ── Boa noite, minha pequena flor de Chaery.
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Os Oito Reinos
Fantasía"Essa guerra não é nossa. Não fomos nós quem iniciamos. Mas estamos nela, e temos de enfrentar o que quer que a tenha iniciado, pois não poderá haver uma próxima!" Alguém morto pode matar? Certamente você deve estar negando com a cabeça neste instan...