Capítulo 9- O Racha(part 1)

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Pov. Yasmin

Quebra de Tempo

Já tinha se passado mais 3 semanas desde toda essa confusão da festa e do café com o Mark, eu e ele estávamos bem próximos, passamos os intervalos juntos, saimos nos fins de semana, conversávamos todos os dias, ele é meu confidente.

Mas desde então eu não vi seu irmão, mesmo nos vendo tanto, o irmão dele era como se tivesse sumido, não podia negar que tinham horas que ele me vinha minha cabeça,horas que eu queria perguntar pro Mark como o irmão dele estava, era estranho, mas ele mexeu mesmo comigo, mesmo que fossem momentos rápidos, era impossível esquecer aqueles olhos.

Mas minha vida não é um conto de fadas e nesse exato momento meu pai estava mais uma vez gritando para os 4 ventos que eu era uma inútil:

- VOCÊ NÃO FAZ NADA PRA MUDAR ESSA SUA VIDA, SUA MAE TE MIMOU DEMAIS MESMO- Respirou fundo- o mínimo ao menos você tem vergonha de fazer que é estudar, agora procurar se aprofundar em assuntos que vão te gerar um intelecto maior não- ele riu sarcasticamente- prefere ficar aí, saindo pra essas festinhas de adolescentes inuteis afim de dar pra qualquer um e encher o focinho de droga pra daí sobrar pra gente limpar sua barra de novo.

- Sabe que falar assim não vai mudar o que eu irei fazer não é? - falei no tom mais calmo que consegui porque por dentro meu coração já estava esmagado.

- Eu não criei você pra ser uma puta de qualquer merda que aparece, te criei pra ter um mínimo de respeito, e tenho certeza que você só está assim porque sua mãe coloca essas idiotices na sua cabeça.

- Falar da minha mãe enquanto ela não está aqui, te torna uma homem sem um pingo de caráter, então não venha apontar seu dedo sujo pra mim- era sempre assim, enquanto minha mãe estava em plantões no hospital meu pai sempre arrumava um jeito de me magoar.

E foi depois dessa frase que senti meu rosto virar e arder, sim ele havia me batido de novo, aí você se pergunta por que você não conta pra sua mãe, bom eu já contei mas ela não acredita em mim, mesmo que ela me mime e me proteja, meu pai é um homem amoroso e familiar com ela, mas quando estou só eu, ele vira um monstro.

Depois de voltar a mim peguei meu cartão pessoal, troquei de roupa, coloquei uma máscara, chamei um uber e saí de casa, indo pra um dos pouco lugares que me trazem paz, o Racha.

Sim tá um aí podre meu que ninguém sabe, eu adoro correr em rachas, e esse em específico é onde me sinto em casa.
Eu corro a um tempo, sou conhecida como coelhinha, por usar uma tiara de coelho, sempre escondo o rosto com uma máscara e ando sempre com roupas bem fechadas.

Hoje em específico eu estou com cropped, uma jaqueta preta, uma calça cintura alta e um coturno.

Cheguei no local dos Rachas e já avistei as garagens, era lá que eu deixava a minha outra bebê, Porsche 911 Turbo S preta, sai do uber que já estava pago e fui antes de tudo em um barzinho que havia ali, cumprimentar um dos poucos que eu gostava dali:

- Oi Rapha, quando tempo.- cheguei falando em um tom agradável e sorrindo, mesmo que ele não conseguisse ver por conta da máscara

- Oi Coelhinha, quanto tempo mesmo.- falou todo empolgado, como sempre- hoje não veio com as suas famosas orelhinhas ?

- Não, deixei uma reserva dentro do carro- falei rindo- Falando nisso pode me devolver a chave da garagem? Tinha deixado pro Luan dar uma olhada no carro.

- Claro princesa.- virou pra uma gaveta que estava trancada e depois de destranca-la tirou minha chave de lá- Aqui. Vai querer tomar alguma coisa antes de correr ?

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