O Órfão e a Cega - Reescrita

Capítulo 1 - Separação

O Órfão e a Cega.

Separação.

      O dia estava tranquilo na pacata cidade de Konoha no interior do Japão. Uma cidade pequena comparada as demais cidades a sua volta, contudo isso não importa muito agora, já que o foco de nossa historia definitivamente não será a cidade em si, e sim em duas crianças que viveram boa parte de sua infância e adolescência no orfanato local.

     Por falar nas duas crianças um era um menino bem imperativo de cabelos loiros rebeldes como seu espirito juvenil e de olhos tão azuis que lembravam o céu de um dia sem nuvens. Por outro lado temos uma jovem garotinha de cabelos negros azulados que em sintonia aos seus lindos olhos perolados lembravam a imensidão de uma noite estrelada.

    Os dois aproveitavam a sombra de uma árvore que tinha no território do orfanato, o silencio já tomava conta do lugar a alguns minutos nem dos dois sabia exatamente o que dizer ou fazer, estava sendo um dos momentos mais difíceis pros dois.

    A despedida nunca foi algo que passou pela cabeça dos dois, sempre achavam que ficariam juntos, e hoje era o ultimo dia em que se veriam, visto que após os sete anos de orfanato a garotinha tinha finalmente encontrado uma família que queria adota-la.

   Uma brisa de ar fez com que os cabelos compridos da pequena voassem e acertassem o rosto do garoto que apenas franziu seu rosto e afastou o cabelo de seu nariz para não espirrar. Pode-se ver então por poucos instantes um sorriso tomar conta do rosto dos dois que riram da pequena situação.

   Ao longe uma mulher observava a tudo, ela estava feliz pela garotinha ter conseguido encontrar uma família nova. Mas por outro lado ela imaginava o quão difícil seria para os dois, afinal o loiro era conhecido no orfanato todo por ser um arrumador de encrenca de primeira classe, e era sempre ela que o tirava dessas situações e por outro lado ninguém ali era tão próximo a ela quanto ele. Realmente eram melhores amigos e inseparáveis.

   Deixando esses pensamentos de lado a mulher caminhou até a velha árvore parando de frente para os dois que agora sorriam.

— O que vocês dois estão aprontando? — Perguntou ela encarando os dois.

— Nada senhora diretora. — Respondeu a garota com a voz meio assustada por ter sido pega de surpresa.

— Eu não estou aprontando nada vovó. — Soltou por sua vez o garotinho.

— Hum ... Ta ai uma coisa que não se vê sempre. — Disse a mulher sorrindo para os dois.

— Hinata minha querida seus novos pais acabaram de chegar. — Ouviu-se uma voz feminina vindo do casarão.

    Reparando de longe que ela também vinha em direção a eles, dona de cabelos longos negros e uma pele branca e pálida, usava uma roupa comum de escritório e nela o seu crachá com seu nome Shizune, era a secretaria geral do orfanato.

— Acalme-se Shizune, deixe eles se despedirem apropriadamente. — Disse a diretora dando um sorriso um pouco triste aos olhos das duas crianças.

    A diretora por sua vez detinha belos e longos cabelos loiros, trajava uma roupa de escritório que realçava suas curvas muito bem e tinha o mesmo crachá que Shizune, só que a única diferença era o nome e abaixo dele dizia seu cargo, Senju Tsunade.

     Hinata apenas assentiu com a cabeça e voltou a encarar seu amigo, ela estava triste por ter de deixa-lo, mas também um pouco feliz por ter achado uma família que queria adotá-la, mesmo com sua condição deficiência visual. O que fazia muitas famílias interessadas desistirem exceto os Sarutobi que desde o dia que a viram já tinha tomado a decisão que seria ela a filha deles.

— Então Naruto-kun isso é um adeus. — Começou ela lutando para não chorar.

— Não Hina, é apenas um até logo, to certo! — Deu um longo sorriso em resposta tentando parecer o mais forte e sincero possível e a abraçou o mais forte que seus braços conseguiram.

— Vou sentir saudades de você. — As lagrimas já escorriam pelos olhos de Hinata, assim como estavam começando a escorrer pelos olhos de Naruto.

— Eu também vou. — Apertou o abraço.

— Me promete uma coisa Naruto-kun? — Perguntou ela com a voz abafada e não querendo desfazer o abraço.

— Tudo o que você quiser Hina. — Disse em resposta, se afastando um pouco para olha-la nos olhos.

— Então promete nunca me esquecer e que um dia ainda iremos nos rever, por favor! — Soltou ela não aguentando o encarar nos olhos e voltando a afundar seu rosto no abraço do que pequeno.

— Claro que prometo, nunca poderei esquecer minha melhor amiga. — Prometeu ele sorrindo para ela.

   Os dois continuaram abraçados e chorando por mais alguns minutos, já estavam sentindo falta um do outro, todas as lembranças das brincadeiras e pequenas discussões que tiveram nesses sete anos de amizade estavam passando por suas cabeças nesse instante. Mesmo com a promessa feita pelo loiro, sabiam que esse dia iria demorar para chegar.

— Agora vamos Hina seus pais estão esperando. — Disse Shizune tocando o ombro de Hinata, a fazendo soltar-se dos braços do loiro e segui-la.

    Ficando para trás apenas a diretora e o garotinho que tentava limpar as lagrimas que saiam constantemente por seus olhos, a mulher se abaixou e abraçou o loiro que voltou a chorar forte.

— Não fique assim Naruto...

     Desde este dia os dois amigos não se viram mais, hoje já faz mais de oito anos desde o acontecido. A saudade só cresceu desde então, e a falta de noticia estava para destruir os dois, mas independente dos anos que passaram, Naruto nunca desistiu da promessa que fez para Hinata, e mesmo ele não tendo sido adota-lo ele nunca desistiu. E agora preste a sair do orfanato por causa da idade ele segue rumo á Tóquio onde soubera que a família de Hinata estaria morando.