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Aproximadamente uma semana após Allya Ketenci ter solicitado seus préstimos como reprodutor, Nadin estava sentado em seu escritório, avaliando as possibilidades. Falando francamente, não conseguia pensar em outra coisa nos últimos seis dias. Na verdade, seus pensamentos estavam tão focalizados em Allya, que mal conseguia concentrar-se em suas obrigações de trabalho, e vê- la esses dias na empresa trabalhando ao lado dela em seu escritório , isso, para ele, era algo completamente irregular. E, para ser honesto, ainda não sabia exatamente que resposta dar. Amanhã seria seu prazo final .
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Além das considerações morais e éticas que já passara e repassara cem mil vezes em sua cabeça, havia um lado de si que se sentia humilhado por ela querer somente uma parte dele, muito íntima, por sinal, para um uso meramente temporário.
Contudo, outro lado de Nadin sentia-se mais do que simplesmente intrigado com a idéia. Afinal, não era ele mesmo que vinha desejando um encontro fugaz com uma mulher que considerasse agradável? Não era isso exatamente o que Allya se propunha proporcionar? Ela teria o benefício da gravidez; ele, do prazer.
E bem no fundo ele tinha que admitir que havia algo... excitante, por que não? Em gerar uma criança com Allya.
Apesar de acreditar que crianças só significavam problema atrás de problema, a possibilidade de gerar uma era sempre um mistério intrigante para qualquer homem.
Sob esse aspecto, não tinha certeza se gostava da idéia de jamais manter contato com um filho gerado com Allya. Contudo, vários homens doavam esperma sem se preocuparem em ir atrás de cada filho gerado. Porém, Nadin Ilgaz não era um desses homens.
Ele ergueu-se e caminhou até a janela, observando a movimentação nas ruas. Afinal, por que não conseguia simplesmente dizer que era algo absurdo participar do projeto de Allya e acabar logo com tudo?
Porque, dentro de si, não conseguia livrar-se de um desejo inebriante de fazer amor com Allya Ketenci. E ele sabia que não era só pelo desafio de fazer um filho. Não pôde deixar de admitir, também, que não era porque sentia-se sozinho, às vezes.
Sua cabeça não parava de trabalhar, tentando pesar todas as implicações da questão. Não se dando chance para uma segunda consideração, Nadin empertigou-se, ajeitou a gravata e pegou o paletó. Pela primeira vez na vida, foi pedir um conselho ao seu patrão e amigo Yaman .
Yaman ergueu os olhos dos documentos que revisava para a reunião das onze horas ,quando viu Nadin entrar escritório adentro.
Conhecendo o amigo , diria que ele estava com um grande dilema .
__ Podemos conversar , ou está muito ocupado ? Disse Nadin sério.
__ Podemos conversar , sente- se .
__ O que eu tenho para contar será estranho , mas mantenha a mente aberta com que eu vou dizer está bem ? Pediu Nadin .
Curioso ,Yaman concordou .
Depois de ter contado tudo a Yaman , a respeito da proposta de Allya Ketenci , Yaman o olhava chocado embasbacado até, com tudo o que ouvira de seu fiel segurança e amigo .
— Você está brincando! —Exclamou ele, sem muita certeza se entendera bem .
Conhecia Nadin ,desde quando eles eram jovens , ambos tinha muito em comum e uma cumplicidade incrível. E se preocupava que ele aceitasse esse plano de Allya querer ter um bebê e Nadin da- lo assim sem mais nem menos . Ele ama Yusulf , e conhecendo o amigo ele não desistiria do filho.
Nadin Ilgaz jogou seu paletó sobre o sofá de couro na sala de Yaman.
— Vou aceitar Yaman ! — anunciou ele, dando um tapinha nas costas do amigo. — Vou ser o pai da criança que Allya precisa !
— Tem certeza ? — Yaman pousou sua caneca de café e girou a cadeira até ficar frente a frente com Nadin . — Mas e sua mãe , Nadin ? Você acha que simplesmente ela não vai querer saber do neto mais pra frente ?
_ Não . Não contarei a ela. E você também não vai !
_ Vai me fazer mentir pra sua mãe ? Vai mentir pra ela , Pobre Zaynep! Ela deseja netos Nadin .
_Eu sei .
_ Nadin , não creio que seja uma boa ideia ...
_ Allya é uma profissional maravilhosa , porque ela não casa e tem um filho como um casal normal ?
_ Como ela conseguiu chegar até você ? Ah é ... Zaynep . Não acha isso suspeito ?
__ Está tão desesperado assim para fazer sexo que aceitara? Disse Yaman incrédulo .
__ Óbvio que não ! Quem pensa que sou ! Disse Nadin irado .__ Muitos homens doam espermas e eu só farei o trabalho completo do que em uma sala fria com uma revista da Playboy. Eu terei prazer e ela terá ambos !
Yaman ergueu a grossa sobrancelhas. Allah ! O que houve com Nadin ? Pensou .
__ Você bebeu ? Vocês já se envolveram ? Porque irá aceitar isso Nadin ?
O rosto de Nadin se abriu num sorriso maroto depois de ouvir a enxurradas de perguntas .
— Porque Allya beija divinamente . Brincou Nadin serio. Ou talvez eu queira ser pai , Oras ! Ele riu._ Mas é sério agora ,ela está com problemas no sistema reprodutivo Yaman . E precisa de um pai saudável para ter o bebê .
— Ora! E eu cheguei a acreditar que você falava sério em dizer que queria ser pai! — Yaman pegou uma pasta e jogou no amigo .
— Mas eu estou falando sério, Yaman ! Seríssimo, aliás. Ela está com problemas e precisa de mim .
— Sei. Venha comigo , você precisa de um café urgente !
Nadin acompanhou Yaman até a cafeteria da empresa e escolheu a mesinha mais discreta, próxima à janela, de onde se tinha uma visão panorâmica de Izmir , àquela hora da manhã pela luz fraca de um dia sem sol .
— Você parece a advogada da empresa quando fala assim — ironizou Nadin .
— Oferecendo café ? Preciso conversar com Ada respeito disso . Disse Yaman rindo. __Mas não sou seu advogado e sim amigo. Você está se envolvendo em um tremendo problema, rapaz, e não é hora de fazer piadas a respeito.
— Isso não é piada — protestou Nadin , acomodando-se na cadeira junto à cabeceira da mesa. afrouxando a gravata.
— Hum... entendo. Então vamos passar a uma parte mais... pesada, digamos assim: o bebê. Como vai poder se afastar dele? Teria coragem de abandonar Yusulf, se ele fosse seu próprio filho?
— Ora, eu nem vou conhecê-lo, Yaman — argumentou Nadin .
Yaman ficou calado por algum tempo. Conhecia bem o amigo, e sabia que ele não estava tão seguro quanto queria demonstrar. Também sabia que ver ou não o bebê não era o mais importante.
— Já que nós dois conhecemos a mulher, considere uma coisa: e se você se apaixonar? Ela já deixou claro que não deseja compromisso, e você estaria em maus lençóis...
Nadin sequer cogitara de tal hipótese.
— Mas quem falou em apaixonar-se? Está bem, ela é muito bonita, porém há outras mulheres bonitas por aí. Caramba, Yaman, se eu fosse de me apaixonar por qualquer rostinho bonito, me casaria de vez e esqueceria as preocupações com planos como esse, não acha?
