Behind The Counter - WangXian.

Capítulo 1

O tempo passa mais devagar quando não está fugindo de outras pessoas, a vida é bem mais tranquila sem o barulho de tiros e gritos causados nas guerras ou nas missões que costumava ir, tudo era diferente quando não estava na linha de frente esperando morrer a qualquer momento, seja por um tiro vindo do inimigo ou a faca de um aliado, quando se está no meio de uma briga não se poder confiar em ninguém nem mesmo em seus amigos, Wei havia aprendido isso da maneira mais difícil, a traição das pessoas que mais confiava quase rendeu sua morte, porém para uma sorte incontável dele e de seus inimigos, estava vivo.

Wei era o primeiro ômega a servir o exército em campo, o que deixou todos os alfas do alistamento completamentes surpresos, normalmente ômegas atuavam na área médica longe dos tiros ou da ameaça iminente de morte, porém havia um motivo para que ele estivesse ali, sobreviver, apesar de que agora fazia anos que tinha desertado desde da sua última missão, quando descobriu que estava sendo manipulado fugiu sem exitar, havia conseguido escapar durante o tumulto e se esconder longe de todos, vagando de maneira ilegal até chegar na pequena cidade de Gusu comandada pela Máfia das Nuvens, era comum encontrar cidades que ainda eram controladas pela Máfia, sem um governo ou leis normais onde a maioria da pessoa viviam em um esquema de controle, não cause problemas ou interfira em negócios que não seus e terá uma longa vida.

Atualmente onde se encontrava vivendo era comandado por três máfias: Máfia de lótus, Máfias das Nuvens e Máfia do Reino Impuro. Cada Máfia comandava uma região diferente mas que não eram tão longes de Gusu, a cidade era como o pilar central desde de um acordo de paz criado entre eles, acordo que veio a existir após o casamento do líder da Máfia de Lótus e o antigo líder da Máfia das Nuvens, criando assim laços familiares e um comumente respeito entre os territórios. O Atual líder da Máfia das Nuvens ou Máfia azul, não era um homem que buscava conflitos então raramente houve uma indisposição entre ele e outros líderes, até acordo comercias foram criados por sua diligência e calma, de qualquer forma Wei não estava muito interessado em saber mais sobre a Máfia das Nuvens e muito menos sobre o atual líder que a comanda, estava completamente bem, vivendo em paz apenas seguindo sua vida.

Agora não precisava mais se preocupar com brigas, conflitos ou ameaças, não era mais patriarca Yiling (codinome dado a ele em sua equipe), agora era apenas Wei Wuxian um humilde trabalhador de tempo integral em uma conveniência, apenas isso. Apesar de ser um trabalho simples, Wei costumava a receber clientes nada comuns, gângster, ex foragidos, criminosos e alguns assassinos de aluguel, eles nunca causaram problemas o que era bom, às vezes alguns passam dos limites mas seu chefe tinha sido bem claro quanto a isso e havia apenas três regras que ele deveria seguir.

Regra número 1: O cliente sempre tem razão.

Regra número 2: Nunca discuta com um cliente.

E regra número 3 : O atendente nunca deve sair de trás do balcão, a não ser que seja extremamente necessário.

Enquanto ele seguisse essas regras tudo correria bem e Wei não tinha nenhuma intenção de quebrá-las, já tinha passado pelo suficiente e agora queria paz. O dia estava relativamente calmo, semana passada tinha sido um pouco tumultuado por causa de alguns gangster que vieram a conveniência, foi uma tremenda dor de cabeça ter que lidar com todos eles bêbados, mas no final tudo correu bem e agradecia aos céus por ter um dia tranquilo em seu trabalho sem grandes problemas, abriu um brilhante sorriso olhando a lista de afazeres, que para deixar seu dia ainda melhor, tinha apenas duas ordens.

- Colocar as mercadorias nas prateleiras.

- Organizar o estoque e limpar os banheiros.

Guardou a lista em seu bolso pegando as vassoura e o sabão, iria começar pelos banheiros e depois colocaria as mercadorias em seus lugares, como o movimento era bem pouco não aparecia nenhum cliente antes dele executar todas as tarefas, mas o sino da porta soou apagando completamente a idéia de que ninguém apareceria, deixou as coisas que carregava na porta do banheiro e voltou até o caixa, um garotinho estava parado em frente a ele, segurando um pacote de balas com um bico em seus lábios, as feições do menininho eram tristes e ele parecia que iria chorar a qualquer momento, pelo cheiro um pouco mais forte podia-se notar que se tratava de uma pequeno alfinha, que estava realmente triste naquele momento. Wei não podia dialogar com clientes além do necessário, mas era um garotinho e ele tinha um coração.

— Ei, está tudo bem? — o garotinho o encarou — Fizeram algo a você?

— Não gostam de mim na escola, eles me empurraram no intervalo — apertou o pacote de balas em suas mãozinhas — Ninguém gosta de mim.

— Não diga isso, eu gosto de você — sorriu — Você é um garotinho muito fofo e muito educado também, se eu pudesse sair daqui lhe daria um abraço, quanto as esses garotos, diga a eles que o tio mal da conveniência vai pegá-los na próxima vez que mexerem com você — fez uma expressão brava.

— O tio vai mesmo me proteger?

— Claro que vou, não gosto de pessoas que mexem com garotinhos fofos como você — sorriu novamente, mesmo que não o conhecesse coisas como aquelas costumavam acontecer consigo, em sua época de escola — Então vou protegê-lo, eu sou bem forte — fez uma pose para demonstrar sua força

O pequeno garotinho riu, fazendo Wei se derreter por sua fofura. Mesmo que fosse uma alfa, conseguia notar que o garotinho agia como um ômega, talvez por isso sofresse bullying em sua escola.

— Vai levar apenas isso ai?

— Sim, eu gosto de doces, mas papai não me deixa comer muitos apenas às vezes — colocou o pacote de balas sobre o balcão com algumas moedas.

— Hum, pegue — Wei o entregou um bombom que estava em seu bolso — E não precisa pagar pelas balas, eu faço isso. Agora nada de choro, coloque um sorriso em seu rostinho fofo.

— Okay, até tio.

Wei sorriu para o garotinho que fez o mesmo se despedindo depois de fazer uma breve reverência, balançou sua cabeça voltando ao seus afazeres, ainda tinha a madrugada toda pela frente, seu gerente não apareceria hoje apenas pela manhã do dia seguinte para que ele pudesse descansar, como era o único disposto a trabalhar ali ganhava um bom salário e até mesmo uma cesta básica o que o ajudava a se manter, tentava ser discreto em cada movimento que fazia por isso não usava cartões de crédito já que poderia ser rastreado facilmente, ele tinha certeza que seu ex-general não o havia esquecido assim tão fácil.

Seus olhos voltaram para rua rapidamente, suspirando enquanto se lembrava da época que esteve no exército, a vida naquela época o fazia pensar em como ele era apenas um nada.

— Aqueles foram tempos difíceis.

Pensou enquanto voltava a trabalhar.