Teru acordou.
Não estava mais lutando na fronteira, ou era o que ele achava, sentia a parte perto de seu ombro doer, quando olhou não havia nada. O lugar que estava era completamente branco, não havia pessoas ou coisas lá, até ouvir um choro alto e uma mulher cantando uma doce música, conhecia aquela cantoria.
Seus olhos se viraram e encontraram com uma mulher loira de olhos azuis, que tinha um garoto em seu colo, o garoto dormia e parecia que havia acabado de chorar. O garoto era Kou, irmão de Teru e a mulher era sua mãe. Os olhos do loiro mais velho se arregalaram, ele correu até a mulher, parecia bobo e frágil, como um filhote que havia se perdido da mãe, o que ele realmente era.
Teru encarou a mulher, que estava sentada no espaço branco com seu irmão nos braços.
-Shhh, já passou, mamãe está aqui com você-Os olhos azuis da mãe se direcionavam a Kou, que ainda parecia meio choroso.
-Mãe...?-Teru finalmente soltou uma palavra, recebendo o olhar da mulher.
-Teru, não fale tão alto, vai acordar seu irmãozinho, meu príncipe-O apelido lhe trazia memórias, a fala também, a memória de espiar o berço do irmão enquanto ele dormia invadiu a mente do Minamoto.
-P-Por que a senhora está aqui...?-Dessa vez ele sussurrou.
A mulher colocou Kou dormindo no chão branco e se levantou, indo até o filho, então ela disse:
-Porque eu sou sua mãe, é meu trabalho cuidar de você, querido-Ela o encarou e ele a encarou de volta, sentiu um nó na garganta.
-Mãe... Eu falhei-A voz saiu trêmula-Eu não consegui... Eu não consegui proteger a nossa família, Kou vive em perigo porque eu não consigo o proteger, eu sinto muito, mãe... Me perdoe por favor...
-Oh, filho, está tudo bem-Ela o abraçou-Você é muito novo para essas coisas, pode deixar que mamãe vai cuidar de tudo, está bem? Eu te amo, Teru.
Por um momento, Teru teve sua mente nublada, não conseguia descrever o que sentia. O Minamoto somente chorou, ele chorou alto, como se fosse uma criança, o maior pedia e ansiava pelo carinho da mãe para o confortar.
-Eu... T-Também te amo, me desculpa! Me perdoa!-Ele dizia em meio ao choro e a soluços, se sentia tão indefeso, tão frágil, ele sentia falta de se sentir assim.
-Não, príncipe, não se desculpe, nada disso é culpa sua-Ela fazia carinho em seus cabelos enquanto o acalmava-Shh, eu estou aqui, mamãe está aqui, Teru...
-Eu morri, não foi?! Eu estou morto e não consegui fazer nada para ajudar Kou, eu ainda o chamei de fraco! Eu sou... Eu sou um monstro!-Ele gritava e chorava, e a mulher o apertava mais em um abraço.
-Você foi o garoto mais corajoso que conheci, ouviu? Você protegeu seu irmão o máximo que pode, você é o nosso herói-Teru gritou, sentindo que seus pulmões explodiriam, a mãe não questionou, ela entendia que aquilo havia sido reprimido de muito tempo.
o choro e os gritos não acordaram Kou que estava no chão, Teru nem sabia se Kou realmente estava lá. Logo os berros cessaram, e Teru se sentiu sonolento.
-Durma junto do seu irmão, querido, irá se sentir melhor-Disse a mulher.
-Não... Eu não posso, tenho que proteger minha família, Aoi, Akane, Yashiro, Kou e Tiara... Mãe, eu não quero morrer-Logo as lágrimas voltaram-Eu não quero morrer, não me deixe morrer... Mãe, por favor...
-Shhh, não precisa se preocupar... Pode dormir tranquilo, a mamãe vai cuidar de você e deles, ok? A mamãe sempre vai cuidar de você, príncipe-Logo ela sentou no chão, e Teru ficou em seu colo, como uma criança... Tão indefeso... tão frágil, ele queria que sua mãe o protegesse para sempre.
-Eu te amo, mãe.
-Também te amo, príncipe-E então, tudo ficou escuro, e Teru sorriu pela última vez.
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Frágil
FanfictionTeru não se lembrava de como era se sentir frágil e protegido, mas sabia que gostava da sensação [¡Contém spoilers!]