Prólogo

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Seattle, nos Estados Unidos.

Junho/ 14/2022. - Tudo termina aqui, eu você realmente existe?

Ouve-se a respiração daquela mulher começar a ofegar, contando com o tempo que está chorando; seu peito dói, como se alguém houvesse a ferido com uma adaga

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Ouve-se a respiração daquela mulher começar a ofegar, contando com o tempo que está chorando; seu peito dói, como se alguém houvesse a ferido com uma adaga. E de certa forma, a dor que ele lhe causou, fora maior. Tão dolorosa, tão profunda que alcançou sua alma. Ainda existem lascas arranhando a musculatura do coração que por muito tempo, esteve adormecido. E justamente por isso, ela chora desolada.
A solidão a alcança nas profundezas daquele quarto gelado onde ela está, e então, percebe que está completa e tragicamente sozinha. Tão sozinha que pode ouvir o som de seu próprio coração, murmurando consigo, a dor que o destroça.

Seu olhar desviou para o espelho a frente, e deu-se conta que nada daquilo realmente a preenchia. Não existia possibilidade alguma de qualquer jóia que decorava sua beleza a fazer feliz, ou menos solitária.

Alissa as arrancou brutalmente do corpo, enquanto sentia-se ficar sem ar nos pulmões. livrou-se de todas, tudo o que a deixava inconscientemente mais doente. Ficou nua. Nua para si mesmo, observando o deplorável estado em que estava.

- Por favor... Não me deixe.

Murmurava para si mesma, perdendo as forças restantes em suas pernas e caindo sobre o assoalho enveludado do quarto.
De joelhos para a própria imagem, algo que ela glorificou mais do que o amor que sentia por ele. E agora, ele estara longe demais para alcançar.

No entanto, em meio da confusão de sua mente e dor profunda de seu coração, ela precisava ver. Ver com seus próprios olhos para se convencer que o homem que amava realmente havia desistido.

Suspirou longamente, tomou coragem e tirou forças de sua dor, para assim levantar-se e ir até ele. Até onde precisava ir.

Buscou incansavelmente pelo vestido branco de algodão que ele havia presentado. O vestido delicado que ele mesmo buscou em metade das lojas de Seattle, que embrulhou e a presenteou com carinho e atenção. O pingente com uma pedra delicada e graciosa de tão bela. Estava pronta, após jogar uma água no rosto e pintar os lábios de vermelho.

❝ ◦ • ❁ • ◦ ❞

O tempo passava tão rápido que minutos se transformaram em segundos, desejou que o relógio parasse enquanto ela fizera mais uma curva à esquerda, com a velocidade exageradamente rápida, tanto que ouvia os pneus cantando sobre o asfalto. Porém, não se importava.

Precisava chegar.
O mais rápido possível.

❝ ◦ • ❁ • ◦ ❞

Ela amaldiçoou o sinal vermelho do último farol que a impedia de chegar em seu destino. Já avistava pessoas entrando e saindo da igreja bem iluminada no fim da rua. Todos pareciam felizes pelo casal, tão felizes que seus sorrisos eram de orelha a orelha.

Chastel a viu, saindo de uma bela limosine preta decorada com diversas flores, uma bela noiva. Com um sorriso que a causava ansia; com o olhar apaixonado que ela tanto odiava. A noiva descia com todo o cuidado do mundo, tendo a ajuda de suas madrinhas que erguiam a barra de seu vestido. Haviam tantos detalhes naquela mulher, no entanto, destacava-se a felicidade que transbordava de seu olhar.

- Aish.

Reclamou mais uma vez da demora, e por fim, pisou no acelerador ao ver o primeiro sinal do farol verde. Por sorte, em poucos segundos já estacionava em frente a igreja. Agora os convidados festejavam o casamento no local. E apenas a música do pianista e as suaves notas de uma canção calma e tranquila eram ouvidas do lado de fora. Ela adentrou cautelosamente a cerimônia, sentando aos fundos, em um banco vazio.

❝ ◦ • ❁ • ◦ ❞

Após anos de amizade, Alissa finalmente admite o sentimento que há tanto tempo vaga em seu coração. Ela admite que o ama. E ama demais. Assim como a lua não vive sem as estrelas, assim como o céu azul e as nuvens em formatos de bichinhos não se encontram sem o sol, ela não se encontra sem ele.

Demorou tanto para perceber o quanto significa tê-lo por perto, observar seu sorriso frouxo de canto, ouvir suas piadas idiotas. Onde seus gestos e carícias diziam sussurrantes ao coração de Alissa que era ela quem desejava. Que era ela quem amava.

Tendo a prova que tanto buscou, a visão que odiou presenciar, agora ela sabe que o ama. Muito mais que do que consegue explicar.

"É você, sempre foi você."

Aquelas palavras pairavam em sua mente, como um berro incansável a recordando de seus erros. E que merecia estar ali, vendo o homem que ama casar com outra.

E agora, sentada naquele banco, com lágrimas esquentando sua bochecha e uma dor dilacerante em seu coração. Ela continua a observar Dylan sorrir e trocar olhares ternos com a outra.

Apesar do clichê evidente e a história trágica que se encontra nesta história, Alissa Chastel admite finalmente, que tem sorte de amar seu melhor amigo, de tê-lo como amor de sua vida. É isso que quer. É isso que sempre quis.

- Eu te amo.

A mulher sussurra para si mesma ao perceber que olhar cruzou-se com os de Dylan mais uma vez. Ter seu olhar direcionado a ela, causou emoções turbulentas em seu estômago. Ela consegue enxergar que há lágrimas em seus olhos, assim como nos dela. Logo soube... Naquele instante, naquele exato segundo, que ele também a amava.

- Alissa?

Sua voz é firme e clara como o amanhecer que passaram juntos no inverno do ano de 2017. A mesma rouquidão na voz que a acordou com carícias em seus cabelos, dizendo a ela, como estava surpreendentemente bela e graciosa. Como poderia confundir aquela voz? Alissa sorriu fraco para o homem, que agora a encarava confuso.

- O que está... Fazendo aqui?

- Venha comigo, Dylan.

A mulher caminhou pelo tapete vermelho da noiva, ouvindo alguns cochichos de surpresa e outros de indignação. Porém, não parou. Apenas acelerou o passo, sem olhar para os lados, sem pensar em quais consequências aquele ato impulsivo poderia ter. Desejava apenas ele. Somente ele, para sempre.

Com poucos passos de distância, finalmente parou, e em seus lábios, se formou um sorriso tão brilhante quanto o sol fora da igreja. E estendeu sua mão em direção ao homem, na esperança de que ele a seguisse para longe dali.

- Vamos embora daqui. Para sempre, apenas nós dois.

Continua

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Continua...

A Química Que Nos SeparaOnde histórias criam vida. Descubra agora