"Nessa rua, nessa rua tem um bosque,
Que se chama, que se chama Solidão
Dentro dele, dentro dele mora o anjo
Que roubou, que roubou meu coração."💎
Me esgueirava pelas árvores do grande bosque, meu destino era meu doce garoto, o menino que conseguiu a proeza de iluminar os dias do próprio tinhoso.
Aquele mesmo garoto dos olhos de diamante, frios como a água da matina e extremamente quentes como o eloquente fogo em meu coração por si. Seus olhos refletiam sua inocência e pureza, mas ardiam em minha paixão. Sem contar seus cabelos, loucos, vermelho ardente, a cor do pecado, do pecado mais puro das três dimensões.
Meu garoto morava na Rua de Brilhantes, no Bosque da Solidão.
Eu mesmo fiz este lugar para ele, meu menino.
Eu fiz com que aldeões viessem morar aqui, animais, árvores, construí casebres, casarões e várias outras coisas apenas pensando nele.
Em sua mais nova vida. Em seu novo lar.
Antigamente eu não pude o defender daquela maldita bruxa, a infame que o levou de mim sem minha permissão, a odiosa bruxa que fugiu do inferno para tirar aquilo de mais precioso do próprio diabo.
Mas prometi meu coração a ele em seu leito de morte, e ele me deu o seu para que eu cuidasse.
Depois do que a bruxa fugitiva fez, eu lembro de ter, verdadeiramente, surtado. Tudo aquilo que me dava sanidade me foi arrancado brutalmente por uma criação mal feita por mim: Inveja.
O inferno que se encontrava frio e com um mínimo de paz foi totalmente jogado de lado.
Eu o queimei novamente, e novamente, e novamente, até todas as asquerosas almas pecadoras ali estarem em cinzas.Lembro de ter revirado o céu e a terra atrás de um modo de trazer meu doce menino de volta e, finalmente, achei.
Eu tinha guardado seu corpo, mas sentia que sua alma não tinha deixado aquele local por completo, ele se prendia a algo, se prendia a mim, eu o sentia.
Com o passar dos tempos eu consegui o trazer de volta, renascido e esquecido, mas de volta.
Então, ele nasceu novamente no Bosque da Solidão e com seus vinte anos consegui conquistá-lo.
Eu amo tanto esse garoto, ele é a minha paz, a única criatura existente a conseguir me encher de carinho, amor, proteção e adoração.
Adoro somente a ele, meu menino dos cabelos de fogo.
Quando me dei conta, estava pisando nas pedrinhas da rua de brilhantes, meus olhos escarlate visualizavam toda a rua, até seu fim, encontrando o casebre simples de cor lilás.
Eu queria que ele vivesse no mais puro luxo e conforto, mas ele me domou dizendo que queria algo simples e comum.
Caminhei pelas pedras de diamante em direção a meu garoto.
Percebia que os pássaros, esquilos, todo tipo de bicho pequenino saia de meu lar. Animais tendem a sentir energias pesadas.
Mais aproximado, consegui o ver pela janela de seu quarto, estava belíssimo como sempre, seus cabelos ruivos emaranhados de uma forma fofa, vestia uma camisa grande e larga de cor verde musgo e uma calça preta, estava coçando seus olhos de jeito sonolento e estava descalço.
Odeio quando ele fica descalço, não gosto de vê-lo doente, me deixa estressado o ver fraquinho, lembrarei de falar isso com ele.
Ele deixa de coçar os olhinhos azuis e me encara, para por um tempo e então abre um sorriso, um sorriso daqueles grandões que só ele sabia dar. Rio em resposta.
- Goo! - ele grita animado, o escuto de forma abafada pelo vidro da janela.
O vejo correr para fora de seu quarto e quase berro o mandando parar para não se machucar, mas antes mesmo de eu o repreender, ele abre a porta principal e chega até mim.
Sinto seu abraço forte em minha volta e devolvo.
Ah, seus abraços quentinhos eram meus favoritos, seu cheirinho de alfazema, seus cabelos macios se arrastando pela pele de meu nariz fazendo perguntar-me se Deus realmente havia me chutado para o inferno ou para o verdadeiro Nirvana.
Oh, eu o amo.
- Goo, coração, estava com tantas saudades... - ele esfrega seu nariz em meu peito coberto, parecia deliciar-se com meu aroma.
O abraço ainda mais forte, metendo meu nariz em seu belo pescoço, acalmando-me.
- Oh, meu anjo, o inferno estava me enchendo a agenda, não estava conseguindo ver você, quase explodi aquela distopia energúmena novamente.
O estresse estava acabando comigo... - digo ainda enfiado em seu pescoço, sentia sua mão esquerda em minha nuca, me acariciando.Isso era verdade, meu estresse se resume em não ver meu garoto. Quer deixar o diabo bravo, estressado, insano? Tire de si seu garoto e verá.
- Jungkook, quantas vezes teremos que exercitar sua raiva, hum? Moranguinho, sei que sente minha ausência, mas precisamos te dar controle! - ele murmurou, amava quando me chamava assim, me dava borboletas no estômago.
Oh, estou amolecendo...
- Ji, você é meu controle, sem você minha sanidade não existe, eu preciso de você por te amar demais. - explico em tom sério.
Deixei seu pescoço por alguns instantes, agora o encaro e o puxo ainda mais para mim.
Meu garoto me mira, parece hipnotizado.
Nem ao menos noto quando já estou domado por seus lábios em um beijo de muito amor acumulado e saudades. Nossas cabeças se guiando e nossas bocas finalmente se encontrando, isso era tudo o que eu precisava, tudo.
Eu podia sentir o gosto da paixão, da confiança, do zelo e do amor na ponta de minha língua.
Ele me proporcionava isso.
Apenas ele me dava essa sensação gostosa que se escorregava de minhas papilas gustativas até meu coração, já que foi ele a me dar um.
Me separo dele apenas para o abraçar mais um pouco, a falta me consome.
Sinto seus beijos em meu maxilar, dou-lhe um sorriso de pura felicidade.
- Eu te amo, Jun.
- Eu te amo, meu garoto, e nada, nada tirará você de mim de forma tão má novamente.
E lá estava o anjo que roubou meu coração, o coração do diabo queimava de amor em suas pequenas mãos que o seguravam com todo o cuidado existente.
💎
"Se eu roubei, se eu roubei teu coração
É porque tu roubaste o meu também
Se eu roubei, se eu roubei teu coração
É porque, é porque te quero bem."
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O Anjo Que Roubou Meu Coração. (Jikook)
FanfictionO tinhoso tem um ponto fraco, sim, um ponto fraco, e ele tem nome e sobrenome. Vivendo em uma casinha lilás no finalzinho da rua de Brilhantes, pairava Park Jimin, a perdição do próprio Diabo, aquele que carrega o amor assombroso em suas mãozinhas e...