O Lago Xidar(Capítulo único)

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“A ignorância é a maior arma que as pessoas tem contra si mesmas, ela é capaz de nos afastar de outras pessoas e diminuir nossa percepção sobre o mundo, e algumas vezes a ignorância é o que nos leva ao nosso fim.”

Olá caro leitor ou leitora, meu nome é Fábio Martins e tenho atualmente 40 anos, eu estou aqui para relatar a minha história envolvendo um lago estranho, mas aviso que talvez essa história possa ser assustadora demais para você, principalmente se tiver a Talassofobia assim como eu, esse medo sufocante envolvendo as profundezas do mar e seus perigos, e caso ainda queira continuar é bom que esteja preparado para o que eu vou contar.

A minha história começa em janeiro de 2005, quando eu tinha 28 anos e morava no estado do Pará, durante esse período eu estava tirando um mês de férias do trabalho, eu trabalhava na área de administração de uma empresa e passava a maior parte do tempo trabalhando, por conta disso eu não tinha nenhum par romântico e vivia sozinho, fora que por conta do meu jeito caseiro e quieto eu não costumava fazer amizades, muito menos participar de eventos sociais, apesar desses dias solitários e monótonos eu tinha uma boa vida financeira, uma ótima casa e vivia em paz tendo tudo que eu sempre quis, mas eu já estava cansado de tanto trabalhar e dessa solidão constante.

Um grupo de amigos que eu conhecia há 13 anos, desde o meu primeiro ano do ensino médio, começou a organizar uma viagem para passar uma semana longe acampando e pescando, dando a ideia de irmos para algum dos rios ao norte da nossa cidade, eu aceitei logo de cara já que eram os meus melhores amigos e eu precisava de um tempo fora, os outros também aceitaram e tinham seus próprios motivos para quererem ir, então passamos o mês de dezembro preparando tudo, e em janeiro como combinado ambos os 5 tiramos férias para fazer essa viagem.

A princípio eu só via vantagens, passar um tempo ao ar livre com meus únicos amigos que eu não via há muito tempo, reviver memórias de infância e pescar alguns peixes deliciosos para comer, mas é claro que eu já sabia nessa época que tinha a Talassofobia, só que eu ignorei isso e acreditei que não teria problema algum já que não estaria indo para o mar, como de costume a velha ignorância humana falando mais alto.

Depois de semanas preparando tudo e enfim conseguindo nossas férias o dia da viagem chegou, eu acordei por volta das 5 da manhã já que faríamos a viagem de carro bem cedo, após arrumar as minhas coisas e deixar a mochila junto da bolsa próximo da porta de casa, eu fui tomar o café da manhã e em seguida me arrumar. No dia eu vesti uma camisa cinza com um pássaro verde atrás, que tinha a frase “A livre esperança” escrita na região direita do peito, eu também estava usando uma bermuda azul escuro e sandálias comuns de cor preta, essa camisa me passava uma sensação boa de paz e liberdade, era minha camisa favorita na época.

Desde aquela época eu já era uma pessoa bem simples e não muito chamativa, eu tinha 1,75 de altura e um porte físico mediano, meus cabelos pretos são lisos mas eu não deixava eles crescerem naquela época, sempre cortava tudo e mantinha igual ao corte militar, além disso minha pele é morena clara e meus olhos castanhos também são claros, ou seja, a minha aparência é bem comum mas eu sempre fui feliz comigo mesmo.

Após me preparar eu fiquei esperando sentado na varanda da minha casa, eu era a última pessoa que eles iriam pegar para a viagem, então por volta das 7 e meia da manhã eles pararam na frente da minha casa e buzinaram, eu logo levantei e peguei as minhas coisas, felizmente eu não tinha que levar muita coisa já que os equipamentos e suprimentos já estavam com eles, foi surpreendente o quão bem organizado foi essa viagem. Assim que cheguei no carro, eu coloquei as minhas coisas no porta-malas, em seguida entrei na parte de trás e cumprimentei os meus três amigos que estavam no carro. O meu outro amigo chamado Leandro estava seguindo logo atrás com o carro dele, nós havíamos decidido que ele levaria os mantimentos e uma boa parte do que precisaríamos, o carro dele era uma caminhonete vermelha e facilmente caberia a maior parte das coisas, já eu e outros dois amigos iríamos no carro do Adriano que foi quem deu a ideia da viagem, ele era dono de uma loja de equipamentos de pesca e foi quem ficou responsável pelo nosso equipamento, além de ter conseguido um barco com motor para a gente poder usar, o barco estava logo a trás do carro dele.

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