os (teus) olhos são a janela da (tua) alma

39 1 3
                                    

(escrito em março de 2022)

Para o eu lírico desse texto, que tem medo do que os sentimentos segredam e prefere se esconder em centenas de palavras escritas.

(☁️)

Localizo-me tentando achar um lugar no mundo para mim, fazendo coisas que me levam longe demais só para perder o tédio. Me perdendo em amores falsos, ouvindo músicas cheias de romantismo e me agarrando a momentos cheios de verdades mentirosas, (me perdendo em nós e gostando mais de ti do que tu gostou de mim).

Continuo gostando de quando enchemos a cara e dançamos em festas ruins, de ligar para ti quando não estou pensando em nada no meio da madrugada e da forma que aquele casaco cor de carmim desliza do teu corpo quando tu tá em cima de mim.

Contornando os caminhos perdidos de novo e de novo, de todos aqueles beijos não dados e daquelas promessas vagabundas sussurradas, fazendo-me habituar sentimentos que idealizam mais do que um talvez, (estou fazendo morada em meu coração mesmo que sejamos de dois mundos separados).

Porque ainda são 07:32 da manhã e tu me olha no fundo dos olhos, contando segredos que nunca diria à outro alguém.

O egoísmo vive todo dia com a gente, tentando ser feliz e se achando experiente, principalmente naqueles momentos em que eu me pego desejando que tu não seja de mais ninguém.

Então as noites continuam caindo sobre a cidade, repletas de almas perdidas em melancolia à procura da felicidade, e quando eu, finalmente, me encontro tu sorri e diz - com aquele tom cheio de sagacidade - tuas falsas esperanças para o dia, me perco de novo em ti, (de novo e de novo).

Fogos de artifício foram feitos para ver com alguém que se ama, mas o ano novo já passou e os fogos de artifício em meu peito ainda continuam estourando, sem previsão de serem testemunhados.

200322Onde histórias criam vida. Descubra agora