Capítulo 15

684 53 5
                                    

Eu sabia que o dia de hoje prometia,mas não achei que seria tanto.

Juro que não reagi da forma como eu sempre esperei que reagiria se um dia ficasse frente  a frente com ele outra vez. Ele parece um pouco envergonhado, no entanto.

A gente se cumprimenta não com beijos e abraços,mas apenas com uma saudação de mãos.

Eu vou até meu quarto e troco de roupas, porque ele disse que queria conversar comigo e sugeriu que déssemos um passeio pelo parque ali perto.

Eu saio do meu quarto e fico por um instante encostada na porta e o observo sentado no sofá conversando com Amber. Ele continua o mesmo,eu acho incrível como ele pode ter mudado tão pouco  nesses últimos anos. Ele ainda tem o mesmo corte de cabelo que faz com que os fios fiquem todos desalinhados e caírem graciosamente pelo seu rosto por serem muitos lisos, ainda tem aquela covinha do lado esquerdo do rosto sempre que ele sorri e seus olhos estão tão verdes quanto eu me lembrava. Ele só parece um pouco mais alto e não é mais tão magro como costumava ser, agora ele tem um corpo definido e com músculos.

Eu balanço minha cabeça para afastar aqueles pensamentos.

 Estamos caminhando lado a lado desde que saímos do apartamento. Ele diz algumas coisas aleatórias sobre o Brasil, nossa cidade, alguns amigos que eu perdi contato entre outras coisas.Depois há um silêncio, porque nós sabemos sobre o quê realmente queremos falar e ninguém começa.

__E você, como está?

Eu começo a falar para quebrar o gelo que se segue por alguns passos. Ele sorri e diz:

__Você ainda detesta estar com alguém e surgir um momento de silêncio, não é?

Eu me surpreendo que ele ainda se lembre disso. Eu olho para ele com o rosto um pouco corado.

Mas ele continua:

__Eu estou bem! Eu me mudei para Londres há dois meses e estou trabalhando em uma empresa de contabilidade.

__Que ótimo Feliphe!

Ele me olha e diz:

__Que estranho!

__Estranho o quê?

__Você me chamar assim!

Eu tento não me constranger novamente. E mantemos nosso ritmo sem nenhuma pressa pela calçada da rua.

__Como você sabia onde eu morava?

__Sua mãe me deu seu endereço!

Aquilo sim me deixa surpreendida. Ele ri da minha reação e continua:

__Eu pedi para ela alguns dias antes de vir para Londres.

__Então porque você não me procurou antes?

Eu termino a frase e me arrependo do que acabei de dizer, vai parecer que eu estava desesperada para vê-lo. Eu balanço minha cabeça e olho para meus pés. Ele diz em seguida:

__Eu achei que você não queria me ver.

Eu paro de andar e olho pra ele que segue em frente e se senta em um banco do parque. Eu vou ao seu encontro e digo:

__E por que você mudou de ideia agora?

Ele me olha um pouco tímido.

__Por que eu senti muito a sua falta durante esses anos. Nós sempre fomos amigos desde a infância e eu queria muito que a gente se falasse como antes.

Eu me sento do seu lado.

__Eu também senti sua falta, quer dizer...

Antes que eu termine minha frase ele diz:

One_ Você é a únicaOnde histórias criam vida. Descubra agora