Capítulo Único

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Lá de longe avistou uma sombra bem pequena caída sobre a areia quente do deserto.

- Lá embaixo, lá embaixo! - Apontou para o garoto que andava sozinho pela areia.

- É um garotinho! - Alguém no balão gritou.

Pousaram na areia. Duas moças correram até o pequeno loiro; a este ponto, com o terrível calor, já desmaiado. Uma o pegou no colo, como um bebê; outra verificava se ele tinha algum ferimento. Perto ao garoto havia algum tipo de animal laranja no qual o moreninho não identificou qual seria. O animal seguia a mulher com o garoto no colo.

- É um lindo garoto perdido. - A que segurava-o disse aproximando-se do balão.

Logo ao levantar vôo, decidiram que o garoto dormiria no quarto junto ao caçula da família. Por ele ter um quarto maior e ambos aparentavam ter a media de idades iguais, tirando alguns traços que de longe sabia-se que o loiro era pouco mais novo.

O moreno então encarou o corpo do outro ainda nos braços da moça. Ele usava roupas parecidas com a de seus irmãos mais velhos; roupas de alguém descendente de um magnífico trono.

Logo a noite caiu sobre o céu. O garoto já havia acordado, demonstrando gratidão em ser abrigado em um castelo com pessoas tão gentis habitando-o.

O moreno continuava interrogando o outro, mesmo já tendo lhe perguntado tudo quanto é pergunta que o loiro mal sabia que existia. Após o jantar, cada um fez sua higiene antes de se deitar. O moreno na cama e o outro num colchão que lhe foi colocado ao chão para servir como cama.

- De onde vens? - Perguntou o caçula ainda sentado na cabeceira inferior a cama.

- De uma estrela distante.

- Ahh. - Caiu de costas no colchão, olhando para o teto com estrelinhas de brilho noturno grudadas sobre o mesmo. - Suas estrelas são como as minhas?

- Não. - Entortou os lábios. - Tuas estrelas tem pontas, as minhas são redondas. São planetas.

- Na sua estrela existem... - acanhou-se a perguntar, mas logo criou coragem, sabe-se Deus da onde. - Em tua estrela existem beijos? - Se sentou com as pernas cruzadas próximas a cintura.

- O que são beijos? - Indagou o menor.

Ambos os garotos se encararam por instantes. O caçula engoliu o seco, se jogou no colchão do outro, sentando nos joelhos do mesmo. Empurrou o outro para trás, fazendo-o deitar. Fechou os olhos, o mais novo copiou o gesto sem saber ao certo o que fazer. E então o mais baixo colou seus lábios aos do outro. Mantiveram se assim; parados. Apenas aproveitando a sensação que aquele experimento lhes havia proporcionado. Aproveitando aquele beijo inocente.

Noutro dia, o caçula já decidido tentou novamente, o loiro - e sua santa inocência - o permitiu. O moreno já havia visto beijos nos filmes que os serviçais assistiam. Nunca havia realmente se interessado em saber como faziam aquilo, mas mesmo assim resolveu tentar fazer algo. Abriu os lábios de leve, tocando os lábios pequenos do loiro com sua lingua. O mais novo manteve-se imóvel, sem saber o que fazer.

- Abra um pouco a boca. - Pediu o moreno. - E faça tudo o que eu fizer.

O mais novo assentiu e descolou os lábios. O outro agarrou seus ombros, o aproximando para si. Colou novamente os lábios de ambos, mas desta vez passando sua lingua entre os lábios do outro, que os entre abriu mais ainda. Os garotos tentavam ao máximo fazer certo. Por mais que nem um nem outro soubesse o que era o certo a se fazer, tentavam. As línguas se acariciavam e exploravam a boca um do outro, de certo modo já se familiarizando com aquilo.

O mais novo percebeu que havia prendido a respiração ao sentir seus pulmões vazios. Ele afastou o outro, o empurrando com as mãos em seu tórax. Eles riram fraco com o ocorrido (não os culpem, são apenas crianças). Mas aquilo para ambos os meninos parecia tão certo.

O pequeno e o PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora