Sério? Sarah Andrade precisava da sua ajuda pra alguma coisa? Essa, Ju precisava anotar em algum lugar. Não era uma coisa fácil de acontecer, não mesmo. Gostava da companhia dela, não podia negar. Sentia-se feliz ao seu lado, mesmo que fosse para ela ficar resmungando, ou apenas para ficar calada. E estava bastante curiosa com o que quer que a garota fosse fazer. Curiosa o bastante para consentir sem pensar muito.
- Onde vamos? – quis saber.
Sarah deu um sorriso frouxo. Deixou que a garota ficasse em expectativa por alguns segundos, depois respondeu:
- No hospital do meu pai. Preciso encontrar um arquivo.
- Okay. – concordou. – Só preciso avisar o Gil para não me esperar, um minuto. – Certo, ela ia ter que inventar uma mentirinha. Mas tudo bem, até a hora da educação física não tinha nada pra fazer mesmo... Gilberto não ficaria zangado com algo tão inofensivo. Ou ficaria? Claro que ficaria. Então era melhor que ele nem suspeitasse...
Sarah observou Juliette fazer a ligação para o primo, o qual avisou que sairia com algumas amigas, quase hipnotizada. Ela era muito diferente de Ivane. Seus gestos eram diferentes, suas caretas, seu jeito de colocar o cabelo para trás da orelha, o sorriso e até mesmo os modos. Ninguém conseguiria ter alguma dúvida de que não era a mesma pessoa. Apenas os que desconhecem ambas. Sarah estava encantada, e sabia que não era pela Ivane em Juliette. E sim apenas pela própria Juliette Freire, a garota mais teimosa e meiga que já
conhecera. Com todas as suas manias estranhas, que iam desde ir contra toda a escola até franzir o nariz ao sorrir. Simplesmente ela, queria estar com ela. Oh, como queria! Mas não tinha coragem para tomar uma atitude sequer enquanto ela estivesse com seu melhor amigo, seu irmão.
- Pronto. – ela anunciou, acordando-a de seus pensamentos. – Podemos ir.
- Ah, sim. Claro... – concordou, apontando o Audi com o queixo. Elas começaram a seguir naquela direção, ela ia à sua frente. – Mas não vai querer nem saber o motivo pelo qual estamos indo até lá?
Ela parou de andar, esperando que Sarah a alcançasse detendo-se ao seu lado, e virou seus olhos até se encontrarem com os dele.
- Isso você me conta no carro. – morena deu de ombros. – Apenas pensei que fosse ser divertido. – sorriu travessa e continuou em seu rumo.
Sarah ainda ficou um tempo parada, observando a garota andar mais a frente e analisando de mil formas diferentes aquele sorriso que ela dera. Divertido? Ela pensava que sair com ela seria divertido? Que diversão via nisso? Será que ela falava coisas assim para o Bill?
Focou-se apenas no fato de que Juliette gostaria de sair com ela. Sorriu e continuou sua andança, seguindo-a até o Audi. Entrou no carro com o humor renovado, assim como ela.
- Sem Andrea Bocelli hoje, por favor. – Sarah mesmo suplicou. Juliette a olhou.
- Okay... Mas, por quê?
- Sei lá. Vai me deprimir.
O Audi ficou em silêncio por um instante, enquanto Sarah arrancava o carro. Pouco tempo depois, Juliette explodiu em risadas.
- Quem é você e o que fez com Sarah Andrade?
- Não precisa caçoar, okay? – falou emburrada. – Só quis variar um pouco hoje.
- Ah, certo. Acredite, está dando pra perceber. – continuou a rir. – Mas, vem cá... Pra quê mesmo estamos indo ao seu hospital?
- Do meu pai. – corrigiu-a. – Porque preciso pegar uns documentos.
- Certo... E a minha ajuda entra onde?
Sarah ficou em silêncio, com a expressão trancada. Ju temeu ter tocado em alguma ferida, ou ter sido rude na pergunta. Talvez ela só quisesse sua companhia... Claro que não. Era Sarah Andrade! Sentiu-se estúpida por pensar algo assim.
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GHOST - SARIETTE | ADAPTAÇÃO
Bí ẩn / Giật gânE se de uma hora pra outra você se visse envolvida em um mistério num lugar que mal conhece? Você correria? Se esconderia? E se todos os seus amigos estivessem envolvidos? Se em todos os lugares por onde você passasse, as pessoas te olhassem torto?