Quando a noite era cheia de terrores noturnos
E seus olhos cheios de lágrimas
Quando você ainda não havia me tocado
Oh, me leve de volta para a noite em que nos conhecemos-
A rua da casa de Louis é muito longa, vai de Riverside até a costa de Bloomingdale. Passa pela autoestrada, tem uma ponte onde passa o Oak River, e tem um pedaço dela que Louis amava quando criança e seus pais passavam de carro por ali, uma estrada cheia de curvas e estreita, fechada de ambos os lados por longas árvores de pinus. Hoje em dia ele continua achando extremamente bonito, mas não vê da mesma forma, as vezes quando passa por ali de bicicleta consegue se recordar de como se sentia.
Sua casa fica entre a floresta e a cidade, é uma chácara pequena, sem vizinhos.
Bem, continuando, passando sua casa depois da floresta, há a pequena parte da cidade que ela corta, o bairro Oceanic Side, e acaba na avenida beira-mar da praia de Bloomingdale, mas sempre faz frio e Louis raramente vê alguém se banhando ali. Ele mesmo consegue contar nos dedos todas as vezes que entrou no mar.
Ele chega no trabalho todo dia as quatro da tarde, é um pequeno bar, ele é o dono.
"De novo os Lakers nessa... quando vamos ter paz, Dave?" Louis comenta sobre o jogo de basquete que passa na televisão com seu fiel cliente Dave Chapman.
"Os Bulls vão passar como tratores por cima de nós, nem Curry vai ser pareo." O senhor já de idade replica, com sua cerveja na mão.
O fim da tarde passa, e com as horas chegam mais clientes, a única funcionária além dele, Lucy, atende as mesas enquanto ele serve o balcão.
A música toca animada no fundo, dois homens jogam sinuca enquanto algumas mulheres assistem e esperam sua vez, outros assistem Chicago Bulls e Lakers na televisão, há alguns casais e alguns beberrões solitários que Louis já conhece.
Mas, tudo muda de cenário quando um homem desconhecido entra pela porta do bar, todos ali perto olham pra ele, inclusive Louis.
Ele para e encara os clientes de volta, que se viram novamente uns para os outros ou pra televisão, ele então anda até o bar e se senta no canto do balcão. Um sutil lânguido lampejar no seu andar pode ser notado.
A noite está amena mas ele usa um casaco grosso de flanela, ele o tira e o veste nas costas da banqueta alta, esperando ser atendido.
Louis respira fundo e anda até o homem.
"Boa noite... o que deseja?"
O homem tem um cabelo longo contido em cachos largos cor de chocolate, seu rosto é parcialmente coberto por uma barba clara e seus olhos pareciam escuros pela má iluminação do estabelecimento.
"Uísque, sem gelo, por favor."
Louis acena com a cabeça e se vira para fazer o pedido, ele sente os olhos do homem grudados nas suas costas e se vira para confirmar, mas o homem está olhando a televisão como o resto de seus clientes. Ele ri para si mesmo enquanto despeja Jack em metade de um copo e o leva de volta.
"Você é novo por aqui?" Louis pergunta.
"Quem gostaria de saber?" O homem apoia os cotovelos no balcão se inclinando para mais perto.
"Sou Louis, e você?"
"Uhm, sim eu sou novo na cidade, vim de Mountain Brook... meu nome é Edward."
"Edward... Okay, eu sou bom com nomes. Você veio para ficar, Edward?"
Louis queria saber pois a curiosidade lhe coçava a alma, mas também por que se interessou na imagem que via, ainda não sabe em que sentido.
"Eu vim tentar a sorte, sou viajante, se souber de empregos, me avise."
"Ah sim, claro! Eu conheço metade da cidade, posso falar com alguém sim."
Edward não disse mais nada, ele apenas acenou com a cabeça e deu um sorriso de lado, tomou o resto que havia em seu copo e pediu mais uma dose. Assistiu o jogo de basquete até acabar, e quando acabou ele vestiu seu casaco e foi embora, mas não sem antes da porta do bar, olhar pra trás e sorrir para Louis.
Louis acenou, e o homem saiu.
O engraçado é que próxima cidade depois de Bloomingdale é West Coast que é muito maior e existem muito mais oportunidades de emprego, mas o homem decidiu tentar a sorte aqui. Okay, Louis pode viver com isso.
.
O centro da cidade não era muito distante, e Louis o visitava para reabastecer seu estoque de bebidas. O Joe's era o lugar perfeito para isso.
"Maddie! Cadê o Joe?" Louis sorriu para a garota atrás do caixa.
"Oi Lou, ele foi pra West Coast, visitar a mamãe..."
"Ah sim, que responsabilidade, huh? Quando meus pais me deixaram sozinho no bar a primeira vez eu quase fiz xixi nas calças."
A menina de pouco mais de 17 anos riu e concordou.
Ele continuou comprando, pagou e os funcionários da distribuidora forneceram as caixas para armazenamento da bebida e deixaram ao lado do seu carro para carregar.
Ele pegou a primeira caixa mas sentiu alguém a tomando de si, olhou para cima e lá estava Edward pegando as caixas como se fossem feitas de nuvens de algodão e as colocando na carroceria da picape vermelha. Seu andar trôpego não parecia impedí-lo de realizar atividades pesadas.
"Olá..." O homem disse. "Posso te ajudar?"
"Oi... uhm, eu acho que já está fazendo isso."
Edward sorriu de canto e pegou outra caixa.
"Conseguiu emprego?" Louis perguntou.
"Eu estou a procura, visitei alguns lugares hoje pela manhã, vou esperar."
"Bem, se quiser... não posso pagar muito, mas se quiser pode trabalhar comigo no bar, Lucy casou e o marido não quer que ela trabalhe." Louis alcançou a última caixa que faltava e Harry a encaixou no meio das outras.
"Isso seria ótimo, é perto da onde eu estou morando... certo está o marido dela. Um homem tem o dever de sustentar sua família. Se ela aceitou, então está tudo certo."
Louis não esperava o comentário, e muito menos esperava o pensamento vindo do homem, ele parecia muito mais conservador do que realmente era.
"Concordo, ela há tempos queria ter filhos e ficar em casa, me falava todos os dias."
"Eu gostaria de montar uma família também, mas creio que meu estilo de vida não me permita ter filhos."
Edward bateu nas roupas afastando a poeira das caixas, e olhou Louis diretamente nos olhos e desceu o olhar por seu corpo.
Louis não havia reparado no dia do bar que o homem era bem mais alto e maior que si próprio, e seu olhar o deixou desconfortável.
"Uhm... é, é pois... e-eu tenho que ir. Você pode aparecer no bar hoje às quatro da tarde, pode ser?"
O homem olhou para todos os lados menos para Edward e pegou as chaves do bolso.
"Eu estarei lá, Louis. Até mais."
O homem mais alto estendeu a mão e Louis a encarou dois segundos antes de apertá-la, sua palma visivelmente menor que a mão de Edward.
"Até mais, Edward."
Ele entrou na picape e saiu da vaga fazendo um balão na rua e voltando por onde tinha vindo, Louis acelerou e olhou pelo retrovisor, Edward permanecia parado no mesmo lugar encarando o veículo até sumir de vista.
"Eu deveria ter oferecido uma carona."
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A Clareira
FanfictionOs remédios ainda fazem efeito e por isso a cabeça de Louis está largada nos ombros largos do homem que o carrega como um saco de batatas. Harry pisa em falso e quase cai, mas se recupera e joga Louis pra cima, o ajeitando em suas costas. Seu coraçã...