Capítulo 1

6 1 0
                                    

Em todas as vezes que eu penso sobre o salário desse emprego, eu imediatamente sou levada para o meu emprego.

- Ele se acha tão bom assim que não pode nem vir pessoalmente ?! - preciso fechar os olhos quando ela arremessa o buquê com violetas na parede do meu lado - Na verdade, isso é bom ! Espero nunca mais me encontrar com aquele canalha ! - continuo com eles fechados enquanto escuto seus saltos, quando o eco a levou junto com a sua presença, eu posso estender o meu braço e tocar a minha bochecha.

Sim, o salário desse emprego é reconfortante, mas há que preço ?

Mordo meu lábio quando toco o arranhado que o plástico do buquê fez no meu rosto. Olho para o meu indicador, para o sangue que escorre até pingar o chão desse restaurante.

Isso. Meu emprego é tão desgraçado que tem até o meu sangue nele.

Movendo meus olhos para frente encontro com os olhos das pessoas que vieram, em grande quantidade, comer e beber vinho às 9 da manhã, podendo desfrutar também da desgraça pela qual me encontro. Obrigada, espero que se engasguem, ricos de merda.

- Senhorita, está tudo bem ? - podendo piscar quando eles só continuaram me encarando, eu agacho, pegando o buquê no chão, assim como o contrato de sigilo - Precisa de algum ? - me levantando, encontro com o garçom que me olha preocupado do outro lado da mesa.

Somos iguais.

- Sim, está... Foi melhor do que eu pensei. - sussurro, para mim mesma - Não pude desfrutar da comida, porém, agradeço a hospitalidade. - enfiando a mão por dentro do meu blazer, eu pego minha carteira, tirando uma nota de cem eu o estendo - Desculpe pelo transtorno, estou me retirando. - explico.

- Claro. - ele concorda, rapidamente pegando a nota para não ter mais olhares - Esperamos que possamos servi-la outras vezes. - guardando no bolso da frente da sua camisa social, espera no canto da mesa quando eu movo meus pequenos saltos.

Arrumo meu blazer, balançando meus cabelos cacheados por sentir pétalas pregarem nele.

- Espero sinceramente que não. - olhando para o seu rosto eu confesso, após um suspiro, pela quarta vez nessa mesma mesa, mesmo lugar, mas com outro atendente.

Sem ter o que mais prolongar dessa vergonha, de cabeça erguida eu caminho entre as mesas, deixando com que o sangue da minha bochecha escorra e mancha meu blazer claro.

Isso me lembra do quão fudido é ter que se humilhar para trocados, perante essas pessoas.

Agarrada há esse buquê maldito, eu saiu do restaurante, aciono o meu carro e dirijo de volta para a sede da empresa, demorando mais de 40 minutos até de fato chegar. Nesse tempo, posso me encostar no banco e pegar meu cigarro eletrônico, quebrado, tendo-o na boca eu posso me acalmar pelo menos um pouco, mas o suficiente para que eu não quebre a minha promessa de fumar, depois de estar sem o tabaco no meu corpo há mais de 9 meses.

Estacionando na minha vaga eu entro dentro do elevador traseiro, não querendo e nem tendo energias para falatórios logo de manhã, eu suspiro mais uma vez quando a porta abriu e, na recepção, eu me dou de cara com ele.

Archie, o único filho e herdeiro do império Crapper, o sobrenome da família bilionária que são responsáveis pela economia de 15% do país, crescendo e comprando tudo e todos ao passar das gerações. Agora, quem está gerenciando tudo é Archie Corbyn Crapper, o filho único de Noah Jones Crapper, o homem que se tornou mais rico que o próprio governo e passou seu legado, após sua morte precoce aos 53 anos, para seu único filho.

- Por que demorou tanto ? Estava prestes há ter que ligar para você. - Archie, segurando seu celular, diz para mim, se aproximando com seus passos lentos, mas largos - Então, o que deu com ela ? - a medida que se aproxima, eu preciso me endireitar, erguendo minha cabeça para olhar em seus olhos, algum que ele exige, diante os seus 1,92. Enquanto eu com somente 1,66.

O meu impossível SenhorOnde histórias criam vida. Descubra agora