Poucos segundos após o "incidente" eu me sentia mais vivo do que nunca, "sensação" assim como antes........era algo bem raro de mim.
Ando pelas ruas de Nova York, com todos os papeis e um maço de cigarro nos bolsos. Durante muito tempo, eu queria ficar isolado, fazer parte do meu próprio "mundinho" e bloqueando absolutamente todas as pessoas que queriam entrar e cair fora da minha. Porém, isso acabou mudando de uns anos pra cá, mas ainda tinha a mesma sensação de vazio em mim. É acho que isso nunca poderá mudar........
Depois que me estabeleço num beco do local, finjo ser prestativo com os Nova Iorquinos, eles tinha uma postura séria mas um ar de hospitalidade, ainda sim, continuou sentindo em certas situações do dia, de que preciso me ajustar e principalmente me acostumar com a cidadania americana.-Eu não pensei que teria, te ver depois do nosso "plano" secreto. Você, agora pode me me emprestar as chaves do seu carro? Não é nada garantido a minha devolução dele!.-. Os anos se passaram mas a cada recordação entre nós dois era mais profundo. Entrego as coisas de Cristina, e quando me viro para despedir, dou um sorriso de canto.
-Como você sempre fez, durante esse tempo todo juntos.......por enquanto não vai dá. Estou tendo resolver algumas "paradas" por aí.-. Ele acena a cabeça em positivo, entendendo basicamente tudo que eu quis dizer. Quanto isso a pressa dos Nova Iorquinos, estavam fazendo efeito sobre mim, ansiedade em plena quarta-feira nebulosa que fazia qualquer um tremer de tensão pelo clima, que vem mudando radicalmente com o passar dos anos.
-Ok, Caio! Mas é seu dever ficar atento e também guardar o Brasil no seu coração.
Desta vez quando chego em meu quarto, de repente, meu coração começa a sentir como se quissese pular da minha garganta, querendo gritar tudo que houve hoje. É meu corpo se amolece, caindo sobre a cama de casal no edredom amarrotado. Pago alguns comprimidos ao lado da fronha de meu travesseiro e no mesmo momento cuspi todos pra fora. O gosto era amargo e ácido, mas se isso estava acontecendo no meu corpo eu saberia o motivo. Quando acendo a luz já com os cabelos bagunçados e o gosto amargo marcante querendo provocar uma intensa dor de cabeça em mim.
-Não quero, saber em onde você está se metendo! A Cristina virá e vamos saber quem tem razão nesses dois lados da moeda!.-. Então, assim que a voz dela se cala na porta do lado de fora do meu quarto. Só se houve o estralar de sua fúria ao jogar o celular na parede. Me estremeci, se ao menos eles soubessem o que realmente aconteceu com ela..........o fato e que eu, me sentia péssimo morando com eles, tendo 23 anos de vida, Rosangela e Gustavo, não me davam quase nada de liberdade e me faziam ir a força no colégio agora. Lembro, na época que chegamos.......no exato segundo estava, eu, um garoto extremamente depressivo com uma tristeza inacabavel e ter que se "infiltrar" no colégio americano. Todos caçuavam de mim, mais uma vez........foi difícil e ainda continua, sendo estrangeiro e ter que se adaptar tão bruscamente num país e vida diferente. Mantenho a luz acesso, esperando que a dor de cabeça se alivie por alguns instantes, lutando contra minha vontade de ceder ao sono. A porta do meu quarto se abre, e quem entra e a governanta Molly Beckman, eles contrataram ela justamente porque seria mais complicado nossa comunicação de idioma.
-Sua mãe.....me....p-pediu pra trazer energético, e....e-eu não sei se vai querer p........-. Molly se perde nas palavras. Sabe o que é mais triste disso tudo? O quanto ela se esforça pra nós entender sendo que nós deveríamos, tentar falar inglês. O que Molly passa por aqui, é simplesmente vergonhoso e humilhante demais pra se corrigir. Pego em suas mãos e dou um olhar compreensível a Molly, ela não tinha muita diferença de idade comigo, provavelmente uns 4 anos há mais que eu.
-I'm just glad to see you doing well, Molly. But I think I should change jobs, this is too heavy for a night.-. Depois que termino de falar acompanho ela até a porta e ela vêem junto comigo. Molly, era um sonho, humilde, simples.........aqui em casa quem a contratou foi Gustavo. Ele disse que encontrou, Molly numa cafeteria arruinada pois seus pais não queriam ter uma "neta", portanto, eles obrigaram a Molly abortar com apenas 17 anos. Bem, Molly, não tem conhecimento, que nós sabemos da sua história pessoal e também dos seus antigos trabalhos. Vou acompanhando ela até, chegar na sala principal, que apesar da escuridão da madrugada, meu animo de querer ficar acordado era maior ainda.
Sentamos no sofá de mãos dadas no meio da escuridão. Ninguém falava nada ou se mexia, a voz de Rosangela pairava na minha memoria. Meus músculos se contrariam só de saber do que pode ou aconteceu pra tal conversa "assombrosa". Resolvo quebrar o silêncio mesmo que estejamos separados na comunicação.
-Eu sei que isso tem sido muito difícil pra você e eu também. Sinto muita falta do meu país de origem e principalmente da familia que um dia eu tive........-. Ela apenas me ouve com a cabeça abaixada, mas eu a conhecia muito bem. Molly, queria algo a mais que não estava deixando sossegada no sofá.
-Você quer beber é isso? De boa. Pode pegar o energético. Eu não tenho e nem faço questão de tomar um negócio desse na madrugada!.-. Deixo ela tomando o energético, enquanto aproveito os raios solares que estavam invadindo pela cortina. Eu dava passos lentos e demorados, pelo que sei, os dois ficam pouco dentro de casa, essencialmente Rosangela, Gustavo tirava cochilo e depois iria me torturar. Mas com o tempo acabei criando atitudes contra seus ataques pra cima de mim, já tivemos várias brigas e discussões por causa disso.
Vou caminhando até sem me dar conta de que estava fora da casa. E novamente a "estranha" sensação volta a me dar calafrios pela corrente sanguínea, eu não iria aguentar ficar mais um minuto em pé naquela rua. Minha visão, respiração.....estava todos em um ritmo lento demais para o normal.
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''Que Comece O Show'' [2 Temporada]
RandomCaio Guilherme Santos, tem 23 anos é sua ficha "escolar" e extensa, assim como seu histórico criminal de assaltos a mão armada, tentativas de homicídios com participações com a gangue mais bem procurada pelo Brasil. Será que diante deste novo cenári...