The Piano - Savany

capítulo vinte - The Call.

                                                                     

esse capítulo contém a cifra da música: Dandelions.
Recomendo que escutem, eu deixarei avisado, beijinho!
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Heyoon Jeong

Sentir que eu era um peso para todos ali presentes naquela sala triste, com paredes extremamente brancas, um silêncio sendo rompido apenas pelo barulho baixo das gotinhas que caiam do saquinho de soro diretamente para minha veia era doloroso.

Eu sabia que estavam todos ali por minha causa, preocupados comigo, interrompendo suas vidas para estarem ali comigo. Aquilo doía demais, mais do que eu imaginei que doesse.

O olhar de pena era a parte mais avassaladora. Pena. Era isso oque eles sentiam de mim. Me achavam fraca, por isso sentiam pena.

Eu me sentia um pequeno boneco de porcelana, que eles tocavam com o maior cuidado do mundo, como se um pequeno deslize me derrubasse e acabasse com tudo.

Eu queria as coisas normais de novo.

- Yoon? Está me ouvindo? - Desvio minha atenção para Sabina que aparentemente me chamava faz tempo - Seu soro acabou, se sente bem ou prefere que um médico venha o repor?

- Eu estou bem Saby, obrigada.

Viram do que estou falando?

- Melhor chamar alguém, não? - Diz Noah ignorando minha resposta.

- Não sei, acha necessário? - Responde uma Sabina pensativa que aparentemente esqueceu da minha resposta segundos atrás - Melhor chamar.

Any apenas me olhava, seus olhos castanhos percorriam todo meu corpo de forma preocupada, como se a cada pequeno curativo seu olhar morresse um pouquinho.

Sina era a única ali que me ouvia, suas perguntas eram sempre direcionadas a mim e apenas minha opinião era o suficiente para ela.

A pequena reflexão de Sabina e Noah sobre chamar ou não se encerrou com um suspiro alto meu.

- Eu sou invisível para vocês? - Pergunto baixo.

- Não Yoonie, do que está falando? - Noah responde preocupado.

- Eu acredito que eu seja - Pausa - Ou invisível ou muda.

- Como assim? - A morena me encara esperando uma reposta, seu cenho estava franzido, Saby sempre fazia isso quando estava tentando entender algo.

- Vocês não me escutam! Me tratam como se eu fosse um ovo, se deixar qualquer coisa acontecer, quebra - Suspiro - Estou doente, não me tornei uma criança de 2 aninhos que não sabe oque diz e precisa que os pais decidam as coisas por ela.

Os dois me encaram tristes.

- Eu estou tentando me manter forte e acreditar que vai ficar tudo bem mas sempre que eu olho pra algum de vocês, parece que a realidade cai e eu volto a ser a menina com um câncer maligno no útero.

Eu sei que eles estavam fazendo de tudo por mim e essa situação não passava de preocupação mas aquilo tudo estava entalado e eu precisava deixar sair.