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Prólogo

Não a nada mais forte que o instinto.

Quando nos encontramos em situações onde não sabemos o que fazer, deixamos o instinto nos guiar.

É algo irracional...
Primitivo...

Nos mantém vivos.

A animagia é um dos ramos mais complicados da transfiguração.

Todo bruxo tem a capacidade de se tornar um animago.

Essa transformação pode vir de duas formas diferentes:

1. através do estudo e meditação, onde o bruxo se conecta consigo mesmo e com seu núcleo mágico.

Ou

2. Quanto tudo o que importa, é sobreviver...

O instinto mais forte de qualquer animal, é a sobrevivência. Quando a magia de um bruxo, uma das forças mais primitivas do mundo sente a vida de seu mago ameaçada ela irá agir.

A magia tem vida própria, é uma força selvagem, é algo único, ela pode ser selada, ela pode ser roubada, mas jamais será extinta.

O que da terra veio pra terra voltará.

Ela se renova, muda e evoluí, mas assim como qualquer coisa viva não perde seu instinto mais primal.

Sobreviver...

Aquela noite de halloween estava sendo muito fria.

E para Harry, o pequeno bebê de um ano e meio, deitado em uma cesta desconfortável em uma calçada com nada menos que um cobertor fino, parecia mais fria ainda.

O bebê se remexeu na cesta, se encolhendo em posição fetal e apertando o fino cobertor com suas mãozinhas. O vento gelado entrava pelos muitos buracos decorativos da cesta fazendo o bebê estremecer enquanto as rajadas ficavam cada vez mais fortes, um temporal se aproximava.

Harry estava pálido como papel, seus lábios azuis, ele tremia tanto que a cesta dava pequenos rangidos de tempos em tempos.

'mamãe...mamãe... frio, dói, mamãe frio...'

Esses eram os pensamentos pouco coerentes que passavam na cabeça da criança, que apenas queria o calor e a segurança que sentia apenas no colo de sua mãe.

Algo que nunca mais iria ter.

Conforme a madrugada ia passando, o tempo ia piorando. Embora a cesta tenha sido deixada em frente a escada de dois degraus que levava a porta da frente, a borda do telhado não chegava a cobrir onde o bebê havia sido colocado, logo uma fina e fria garoa começou a cair.

O bebê, que mal conseguia se mexer por conta da temperatura e do pouco espaço no cesto começou a chorar, as gotas de chuvas eram como agulhas em sua pele sensível. Ele estava tão fraco que seu choro nem tinha som, eram apenas lágrimas, que se confundiam com as gotas frias da garoa e rolavam pelo rostinho do menino.

A chuva começou a aumentar, o cobertor, já ensopado, mais atrapalhava do que qualquer coisa, os tremores do bebê aumentaram quando o quadro de hipotermia se agravava cada vez mais sobre a criança.

Ela iria morrer se não recebesse atendimento imediato, mas quem iria ajudá-la? Seus pais estavam mortos, seu povo a abandonou e ninguém passaria pela rua totalmente residêncial e longe do centro as duas horas da manhã com uma chuva que apenas ficava mais forte.

'mamãe...'

Foi o último pensamento do bebê. Seu batimento cardiaco foi ficando cada vez mais lento, sua pele branca e fria como gelo, a ponta de seus dedinhos azuis e seus lábios tremendo.

Ele iria morrer...

Os olhinhos já fechados rolaram pra trás e então...

Então houve uma explosão

Ela fora silênciosa, uma bola de energia mágica explodiu do peito do bebê, clareando por um segundo toda rua dos alfineiros com uma forte luz branco azulada.

Quando ela finalmente se foi, a cesta, o cobertor e a carta, mantida por um feitiço de êxtase que estava em cima da criança não estavam mais lá, tendo sido completamente carbonizados pela explosão mágica.

Em seu lugar havia um pequeno filhote de cachorro.

A bolinha de pelos se levantou meio tonta, logo caindo novamente, ainda meio zonzo ele se arrastou até o beiral da porta, ficando sob o coberto protegido da chuva, tentando levantar-se novamente ele se chacoalhou, secando-se o melhor que podia e caiu de novo no chão.

Agora mais seco, protegido da chuva e tendo um casaco natural que o protegia quase que totalmente do frio ele se encostou na porta de madeira, se enrolando em uma bolinha e se pós a dormir.

Com sorte amanhã ele acordaria nos braços de sua mamãe ou papai como sempre acontecia e eles lhe dariam sua mamadeira cheia de leite quentinho, então Pads' e Moony viriam brincar com ele e abraça-lo.

Mal sabia o pequeno cãozinho com uma estranha, porém adorável marca de raio em sua testa que sua vida havia mudado totalmente, pela segunda vez na mesma noite.

No dia seguinte, quando Vernon Dursley acordou as sete e meia da manhã em ponto, se arrumou e desceu para pegar o jornal, em quanto sua esposa fazia o café e ia acordar Dudley ele teve uma surpresa.

"Tunia! Venha ver isso!" Gritou o homem da porta da frente enquanto observava o pequeno cãozinho que dormia pacificamente ao lado do jornal.

Harry Is a DogOnde histórias criam vida. Descubra agora