— Posso te dar uma carona até lá. Não me custa nada.
— Já disse que não há necessidade. Vou pedir um táxi e logo chego lá. Pode ir.
— Não seja ignorante, Stacy. Qual a diferença se for eu ou um estranho? — O homem de cabelos negros insistiu.
— Não quero ter essa conversa outra vez, Conner.
— Já faz três meses, Stacy. Três meses que tento, diariamente, te reconquistar. Confesso que já não sei mais o que fazer para te provar que estou arrependido. Estou cansado de ficar lutando para que me dê o mínimo de atenção.
— Você não precisa provar nada, sei que está. Mas foram quatro anos de mentiras, então eu não consigo... Não consigo perdoá-lo de um dia para o outro. Eu gostaria. Deus sabe o quanto eu gostaria de dizer que está tudo bem e pular de novo em seus braços e agora com o Chris prestes a nascer... — Stacy suspirou profundamente. — Eu te amo tanto, seu maldito mentiroso, mas ainda não consigo dizer que te perdoo.
Conner pressionou os lábios tentando conter quaisquer emoções. Desde o não-casamento de Marion, os dois tinham sentados juntos e conversado: ele contou para ela como e porquê se aproximou dela naquela festa, anos antes e, também, que havia dado a ela a casa que ele e Sarah usavam como QG. Foi o único momento em que a mulher gargalhou. Stacy, por sua vez, também contou o quanto se sentiu traída e enganada, mas que aquilo não parecia nada perto do que Adam — mesmo depois de um mês, ainda era difícil reconhece-lo como Thomáz — havia feito com sua amiga. Foram longas horas de conversa, mas mesmo assim, ainda era difícil para a loira.
— É só a porcaria de uma carona. Isso não vai mudar nada e, se não quiser, não precisa nem falar comigo — Conner deu a cartada final, dizendo para si mesmo que não insistiria mais uma vez.
Stacy suspirou sopesando as palavras e acabou concordando. Conner, automaticamente, sorriu com a resposta.
— Mas pare de me olhar com essa cara de cachorro sem dono, se não eu mudo de ideia. É só uma carona.
— Você quem manda!
Stacy caminhou para fora se apoiando de móvel em móvel, até que da porta para fora, não recusou a ajuda de Conner para que apoiasse nele. Enquanto uma mão segurava a mão do marido, a outra se apoiava na coluna. A grávida usava um vestido cumprido com mangas ombro a ombro no estilo balone. O verde jade da roupa contrastava lindamente com seu tom de pele claro. Nos últimos meses, o cabelo de Stacy também tinha crescido um pouco mais e, agora, estava um pouco abaixo do ombro. Olhando para a esposa, Conner se sentiu orgulhoso da mesma.
O casal foram para o carro e, enquanto o homem arrumava o banco do passageiro para a esposa, escutou uma voz atrás de si. Não precisou se virar para saber quem era:
— Indo busca-la de volta? — Andy, a ex-secretária de Marion, e agora promovida à gerente do departamento pessoal, falou como cumprimento.
— Alguém precisa fazer isso, não é? — Respondeu Stacy, que estava escorada na lateral do carro.
— Como ela está?
Stacy considerou as possíveis respostas para aquela pergunta e sorriu ao dizer:
— Está levando — a grávida olhou para o marido por cima do ombro e voltou a olhar a amiga —, assim como o resto de nós. E quanto a você?
— É a primeira vez que verei Sarah desde aquele dia. Temos muitas coisas para acertarmos e esclarecermos, mas eu a amo. No fundo, sei o que quero para mim e meu futuro. Não o imagino sem ela.
— Runf! Queria saber perdoar dessa maneira. As coisas seriam bem mais fáceis.
Andy olhou de Stacy para Conner, que se mantinha quieto e observando as duas conversarem. O homem engoliu em seco com as palavras da esposa.
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Assassina de Luxo [Concluído]
RomanceUma infância destruída pelo melhor amigo de seu pai. Durante muito tempo, Marion sentiu vergonha de si mesma e do seu corpo depois de tudo o que aconteceu. Jurou nunca confiar em ninguém que tentasse se aproximar dela. Mas o tempo passou e ela cresc...