Capítulo 31

12 7 0
                                    

— Posso te dar uma carona até lá. Não me custa nada.

— Já disse que não há necessidade. Vou pedir um táxi e logo chego lá. Pode ir.

— Não seja ignorante, Stacy. Qual a diferença se for eu ou um estranho? — O homem de cabelos negros insistiu.

— Não quero ter essa conversa outra vez, Conner.

— Já faz três meses, Stacy. Três meses que tento, diariamente, te reconquistar. Confesso que já não sei mais o que fazer para te provar que estou arrependido. Estou cansado de ficar lutando para que me dê o mínimo de atenção.

— Você não precisa provar nada, sei que está. Mas foram quatro anos de mentiras, então eu não consigo... Não consigo perdoá-lo de um dia para o outro. Eu gostaria. Deus sabe o quanto eu gostaria de dizer que está tudo bem e pular de novo em seus braços e agora com o Chris prestes a nascer... — Stacy suspirou profundamente. — Eu te amo tanto, seu maldito mentiroso, mas ainda não consigo dizer que te perdoo.

Conner pressionou os lábios tentando conter quaisquer emoções. Desde o não-casamento de Marion, os dois tinham sentados juntos e conversado: ele contou para ela como e porquê se aproximou dela naquela festa, anos antes e, também, que havia dado a ela a casa que ele e Sarah usavam como QG. Foi o único momento em que a mulher gargalhou. Stacy, por sua vez, também contou o quanto se sentiu traída e enganada, mas que aquilo não parecia nada perto do que Adam — mesmo depois de um mês, ainda era difícil reconhece-lo como Thomáz — havia feito com sua amiga. Foram longas horas de conversa, mas mesmo assim, ainda era difícil para a loira.

— É só a porcaria de uma carona. Isso não vai mudar nada e, se não quiser, não precisa nem falar comigo — Conner deu a cartada final, dizendo para si mesmo que não insistiria mais uma vez.

Stacy suspirou sopesando as palavras e acabou concordando. Conner, automaticamente, sorriu com a resposta.

— Mas pare de me olhar com essa cara de cachorro sem dono, se não eu mudo de ideia. É só uma carona.

— Você quem manda!

Stacy caminhou para fora se apoiando de móvel em móvel, até que da porta para fora, não recusou a ajuda de Conner para que apoiasse nele. Enquanto uma mão segurava a mão do marido, a outra se apoiava na coluna. A grávida usava um vestido cumprido com mangas ombro a ombro no estilo balone. O verde jade da roupa contrastava lindamente com seu tom de pele claro. Nos últimos meses, o cabelo de Stacy também tinha crescido um pouco mais e, agora, estava um pouco abaixo do ombro. Olhando para a esposa, Conner se sentiu orgulhoso da mesma.

O casal foram para o carro e, enquanto o homem arrumava o banco do passageiro para a esposa, escutou uma voz atrás de si. Não precisou se virar para saber quem era:

— Indo busca-la de volta? — Andy, a ex-secretária de Marion, e agora promovida à gerente do departamento pessoal, falou como cumprimento.

— Alguém precisa fazer isso, não é? — Respondeu Stacy, que estava escorada na lateral do carro.

— Como ela está?

Stacy considerou as possíveis respostas para aquela pergunta e sorriu ao dizer:

— Está levando — a grávida olhou para o marido por cima do ombro e voltou a olhar a amiga —, assim como o resto de nós. E quanto a você?

— É a primeira vez que verei Sarah desde aquele dia. Temos muitas coisas para acertarmos e esclarecermos, mas eu a amo. No fundo, sei o que quero para mim e meu futuro. Não o imagino sem ela.

— Runf! Queria saber perdoar dessa maneira. As coisas seriam bem mais fáceis.

Andy olhou de Stacy para Conner, que se mantinha quieto e observando as duas conversarem. O homem engoliu em seco com as palavras da esposa.

Assassina de Luxo [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora