Capítulo 14

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Os raios de sol atravessavam a fresta da janela e as cortinas brancas, invadindo o quarto de hóspedes. Era um cômodo bem arejado, com paredes pintadas de rosa, que aumentavam ainda mais a claridade do local. Havia duas camas de solteira com cabeceiras holanda na cor branca, não eram grandes, mas concediam conforto e estavam encostadas na parede.
Em frente a uma das camas ficava a porta branca e dourada, enquanto perante a outra se encontrava uma penteadeira provençal de madeira branca maciça. Ao lado direito, tinha um espaço privado, no qual estava o lavabo.
Tudo era muito requintado e pensado em todos os detalhes para as nobres damas da família Virgos.

Lençóis luxuosos de seda envolviam o corpo de Sarah, que naquela manhã estava com muita febre. Seu corpo doía e ela parecia sem forças para levantar, a cama estava confortável o suficiente para que permanecesse ali mesmo pelo resto do dia.

- E então, doutor? - ansiou Célia, unindo as mãos - É muito grave?

O médico estava sentado em uma cadeira perante a jovem, enquanto a examinava. Conferiu os batimentos e fez todos os processos necessários para descobrir o que ela tinha. Ainda assim, fez uso do termômetro e chegou mais perto de Sarah, que pôde ver o quão engraçados eram os olhos castanhos e arregalados do doutor. Teve vontade de rir, mas foi salva quando o médico começou a falar sobre seu diagnóstico.

- Fique tranquila, dona Célia! Sua filha só está resfriada por conta da mudança de clima entre as cidades. Mas é melhor que repouse bastante.

Célia e Zenaide, que também estava no quarto, suspiraram aliviadas. Então, a governanta avisou que iria acompanhar o médico, que juntou suas coisas em uma maleta preta e se levantou. Todos puderam notar que era um profissional muito alto e elegante, mas de muita simpatia.

Quando as três ficaram sozinhas, Sarah lamentou:

- Queria poder ir ao piquenique.

- É uma pena não irmos, mas haverá outras oportunidades. - aconselhou a senhora Virgos.

- Bom, eu posso cuidar da sua filha para a senhora. Assim, você poderá ir ao piquenique. - insistiu Zenaide.

- Ah, que ótimo! Vou agora mesmo me arrumar.

A jovem agradeceu aos céus, mentalmente, de poder ter um pouco de silêncio. Com certeza se sua mãe ficasse ali, culparia o resfriado de ter impedido o passeio delas. As reclamações seriam incontáveis. Pelo menos, agora poderia descansar sossegada. Desse modo, fechou os grandes olhos e dormiu. Iria dormir até a noite ou até o momento que Célia chegasse.

A noiva falidaOnde histórias criam vida. Descubra agora