Os segredos de Snape (Snamione - Sevmione)

Pesadelos

Capítulo 6 - Pesadelos

Após a conversa que tiveram, a rotina de ambos mudou drasticamente. Virara quase uma obrigação que jantassem juntos todos os dias e aos finais de semana, quando Hermione não tinha trabalho no Ministério, os dois ficavam juntos na sala de estar lendo. Os dias passavam como um raio em uma tempestade, rápido demais para ver direito. Em um piscar de olhos já se passaram quase seis meses que estavam casados. Quando se tocou disso Hermione se surpreendeu. Sua vida mudara tanto nesse pouco tempo.

A melhor mudança que tiveram fora nas conversas, aos poucos Hermione foi sabendo algumas informações da vida de Snape, apesar de ser muito reservado e não responder todas as suas perguntas, como se certos detalhes fossem profundos demais para trazer à tona. Em uma noite gostosa e quente em que ficaram sentados no banco do jardim olhando as plantas mágicas que ele plantara, Snape lhe contara um pouco sobre sua mãe. Dissera que ela era comum, uma mulher sem uma beleza, que na verdade trazia uma cara séria e fechada lembrando muitas vezes a dele, mas que tinha lindos olhos negros. A forma como ele a descrevia era doce e triste. Eileen Prince, pelo que ele lembrava, era uma bruxa mediana que se apaixonara por seu pai Thobias e que sofrera nas mãos dele. Snape não descreveu os momentos, mas Hermione podia sentir o que ele ia contar. Juntando cada pedacinho do que ele lhe dizia com o que se lembrava das lembranças dele, a menina constatou que Eileen era uma mãe negligente com seu único filho, que brigava constantemente com o marido que odiava magia e descontava no filho a sua frustração. Nesse dia Hermione quis muito abraçar Snape a ponto do pequeno Severus conseguir sentir, mas sabendo que ele interpretaria como um estado de pena, apenas pôs sua mão em cima da dele e apertou de leve demonstrando que estava ali.

Ainda que soubesse um pouco dele, Snape não falava muito, ou ficava calado lendo ou ficava atento ouvindo-a sobre seu dia no trabalho. No fim da noite, quando Hermione demonstrava sonolência, ele a levava de mãos dadas até seu quarto, dava um beijo em sua mão, um carinho em seu rosto e a aguardava até que a porta fosse fechada.

Hermione sempre sorria para ele antes de fechar a porta do quarto e rumar para sua cama sentindo-se quase satisfeita.

Muito tempo se passara desde a última vez que ambos tiveram maior proximidade que um dar de mãos. Snape não tentara nada mais do que isso e Hermione não sabia como lhe dizer que o queria, que cada dia que passavam juntos aumentava mais e mais a vontade de estar em seus braços, que Snape povoava seus sonhos e a fazia acordar ofegante e molhada.

- Ele é seu marido, se quer transar com ele. Transe.

Poderia se passar quinhentos anos e Hermione jamais se acostumaria com o jeito direto que Gina falava, mas era disso que precisava naquele momento, alguém que lhe dissesse algo sem rodeios e aquela ruivinha era a pessoa certa.

- Gina, eu nunca fiz sexo. Eu tenho medo.

- Você gosta dele, Hermione. Não sei como isso aconteceu, mas você gosta e pelo que me fala o morcegão está caidinho por você, só que o cara tem problemas de auto-estima e auto depreciação. Você que terá que ir atrás e estando com alguém que você gosta, será bom.

A ruiva trouxe uma taça com champagne que entregou para Hermione ficando com outra na mão.

- Vamos brindar ao quê? – Perguntou Hermione.

- A sua primeira vez com o morcegão que eu tenho certeza que será logo.

- Gina! – Exclamou a menina com olhos arregalados.

- Olha, a primeira vez pode não ser legal, como pode ser maravilhosa. A minha nem foi lá essas coisas, mas porque era o Harry, metade do tempo ele não sabia o que estava fazendo. Você está com o Snape, ele é bem mais velho que você, deve ter experiência e se ele for tudo isso que você disse só do beijo dele, nossa, eu terei que mudar meus conceitos sobre ele.