Capitulo 21

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Anahí chegou em casa antes de Alfonso naquele dia. Estava feliz, como sempre, e foi pro laptop olhar as fotos e escolher uma pra colocar na capinha do celular. Alfonso havia dado cabo da maioria das matérias sobre ela na internet, de modo que grande parte das fotos que ela via agora eram inéditas pra ela. Ela se observou por um instante: Cabelo curto, expressão superior no rosto, arrogante. De certa forma parecia até letal. Não o tipo de pessoa com quem se fizesse piadas, mas o tipo de pessoa que causava temor. Bem sexy, também. Aquela Anahí era totalmente segura de si. 


Anahí passou pras fotos dela com Alfonso. Eram sempre fotos de eventos, o que era estranho. Eles nunca tiraram fotos sozinhos? Eles tiravam agora, porque não antes? Ela passeou pelas fotos, observando satisfeita a mistura que os dois representavam: Ele sempre impassível de Black tie, o olhar misterioso, com alguns sorrisos contidos, e ela sempre deslumbrante, os cabelos curtos perfeitos, como a maquiagem, e usando vários vestidos lindos. Mas não havia intimidade. Ele apenas a segurava com uma mão nas costas dela, e só. Não haviam olhares, e os sorrisos eram pras câmeras, nunca entre si. Eram distantes, e parecia haver... Hostilidade entre os dois. Ela se recostou na cadeira, o cenho franzido, o olhar distante.


E quando Alfonso chegou em casa, só havia silencio. 


Era cedo pra ela ter ido buscar Nate; cedo pra ele estar em casa. Só que Rebekah o ligou, falando que ela começara a se lembrar, então Robert o informou que ela já havia tido outra lembrança de manhã, e ele se desesperou. Voltou correndo pra casa, ela tinha que estar lá. Mas não estava. Ele olhou em volta, se sentindo agoniado. O laptop que ele deixara no escritório estava na mesa de centro da sala, aberto, em modo de espera. Ele passou o dedo, ligando a ela, e a foto que estava em exibição era dele e Anahí antes do acidente. Era do primeiro evento que ele deixara ela ir. Ela usava o vestido de seda branca e sorria pra câmera, senhora de si. Ele tinha uma das mãos nas costas dela, mas fora isso a ignorava. Quando separou aquelas fotos e deixou ali pra ela escolher pareceu algo inofensivo: Há tempos ela não se lembrava de nada, e eram só fotos. Agora ela começara a lembrar e ele deixara provas no caminho. O resultado disso era o silencio opressor que reinava no apartamento.


Deus, o que fizera?

 

Alfonso de repente sufocou. A gravata o estava enforcando. Ele respirou fundo, tentando se organizar. Precisava achá-la antes que algo pior acontecesse... Se já não tivesse acontecido...


Alfonso: Anahí? — Chamou, olhando em volta. Ele estava prestes a sair quando um "hum" veio como resposta. Ele parou. Imaginara? — Anahí? — Tentou de novo. Outro "hum".


Ele seguiu a voz dela, descompassado, encontrando-a no quarto, encolhidinha no seu lado da cama. Quase teve um colapso. Ela estava ali. Não fugira.


Alfonso: Baby, o que foi? — Perguntou, se aproximando da cama.


Anahí: Cólica. — Admitiu, fungando.


Anahí ficara menstruada. Ela sempre tinha bastante cólica e ele sabia, todo mês ele era assim. Era só cólica. Ele terminou de arrancar a gravata, abrindo o primeiro botão da camisa. Precisava de ar.


Alfonso: Você tomou o remédio? — Perguntou, se sentindo impotente. 


Enquanto Você Dormia (Efeito Borboleta - Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora