-Liga pra ele, amiga!_insistiu Larissa._Você não tem nada a perder!
-O que você quis dizer com isso?_questionou Ana, emburrada.
-Ah, você sabe. Já está com 17 anos e nunca nem deu um beijo... Enquanto todo mundo da turma já está namorando ou pelo menos já transou!
Ana ficou vermelha apenas de ouvir o que sua amiga disse. Realmente ela havia deixado a vida social de lado para se focar apenas nos estudos. Seu objetivo era terminar os estudos com as melhores notas para poder entrar em uma faculdade de prestígio. Tudo corria bem, até ela ter começado a se sentir sozinha. Mas será que aquela ideia proposta por Larissa era a mais recomendada?
-Olha, uma amiga minha já ligou para ele e disse que foi ótimo. Ele é super gente boa, bem compreensivo. Você não vai se arrepender!
-Hum... Mas o que eu digo? Oi! Me passaram seu número e eu quero contratar seu serviço de namorado de aluguel?_perguntou, em tom de deboche.
-Pode ser isso! Mas você poderia ser mais legal também, né? Conversa com ele, só para ver como é...
-Ai Larissa... tem duas semanas que você está insistindo nisso. Eu não sei se vale a pena...-Apenas Liga, Ana! Aliás, me dá seu celular aqui que eu mesma vou ligar!
-N-não! Espera!
Larissa jogava basquete e era mais alta. Sempre foi muito comunicativa e animada, quase o oposto de Ana. Era mesmo muito curioso como as duas se davam bem. Com uma baixa estatura, Ana não conseguiu impedir que a amiga ligasse para o telefone. Seu desespero aumentou quando ela recebeu o aparelho de volta.
-Pronto, já está chamando!
-Sua doida! O que eu vou fa..._Ana ficou muda ao escutar uma voz do outro lado da linha.
-Alô?_perguntou uma voz grave e tranquila._Alô?
-O-oi... É que... me passaram o seu número... sabe? Aí eu liguei e... eu queria falar, mas eu...Ana se sentia a pessoa mais doida do mundo por não conseguir formular uma frase direito. Para ela, resolver problemas de química era uma atividade muito fácil do que lidar com seres humanos. Principalmente quando eles eram do sexo masculino.
-Certo, você quer se encontrar comigo? Podemos marcar. É 50 euros por uma tarde._disse ele, com uma tranquilidade de quem já repetiu a mesma frase várias vezes.
-50?_Ana estava surpresa com o valor.
-Isso, mas se você preencher o cartão fidelidade o 11º encontro sai de graça._disse ele, enquanto parecia mastigar alguma coisa.
-Ah...entendi..._Ana não sabia o que dizer, enquanto Larissa ficava fazendo mímicas incompreensíveis._Então... vamos marcar?
-Claro. Vou te passar aqui o localizador de onde estou. Quer vir até aqui agora?
-A-agora?
-Eu estou lanchando e pode ser uma boa oportunidade da gente se conhecer.
Um frio percorreu a espinha de Ana. Como assim conhecer um cara? Tudo parecia estar se desenrolando tão rápido. Se sua vida fosse uma história escrita para a internet ela entenderia que o objetivo de não enrolar na narrativa seria prender os leitores para que eles se interessassem cada vez mais na leitura. Então concordou. O rapaz deu uma risadinha e, antes de desligar, falou:
-Te espero aqui então. Meu nome é Tom e eu estou usando uma jaqueta jeans.
Mesmo após a chamada ter terminado, Ana ficou paralisada sem acreditar no que havia feito. Larissa tirou o aparelho de sua mão e viu que ele havia enviado um endereço. Então abriu o GPS e descobriu que a cafeteria ficava na rua debaixo.
-Se isso não for o destino eu não sei o que é._comentou, dando uma gargalhada.
Ana ainda estava congelada na mesma posição, incluindo sua mão, que ainda parecia segurar o celular que estava já com a amiga.
-Ei! Acorda! É aqui do lado! Vamos lá conhecer seu namorado de aluguel?
-E-eu não sei! Eu acho que vou é para casa!
-Nada disso! Ele está te esperando e você não vai fazer essa desfeita. Vamos, vou te levar até lá..._Larissa empurrou a amiga até a direção da cafeteria.
Antes que Ana pudesse reclamar, já estava em frente à cafeteria. Pelas grandes janelas de vidro, pôde ver um garoto que deveria ter uns 18 anos sentado comendo um sanduíche. Ele tinha um cabelo bem preto e liso. No queixo, além de uma manchinha de maionese, ela notou que havia um pouco de barba por fazer. Ele usava uma jaqueta jeans com uma camiseta preta por baixo e parecia estar bem calmo enquanto se alimentava. O coração de Ana bateu mais rápido apenas com a possibilidade de conversar com ele. Mas criou coragem e entrou.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Disk Tom - Namorado de Aluguel
RomantikAna só pensava em estudar, mas um telefonema poderia deixar sua vida mais emocionante.