Capítulo 28

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Juliette prendeu seus cabelos em um largo coque. Seu rosto e unhas, nunca antes tão bem pintados, só faziam com que o estômago de Ju gelasse mais quando ela pensava para quem estava se arrumando.

Observou o longo vestido vermelho de chiffon que tinha comprado dois dias antes, para a ocasião. O corpete bem estruturado de renda dava àquela roupa a distinção necessária.

Juliette perdurou um colar com um ponto de luz em volta do pescoço, e assim que terminou todos os ajustes do cabelo, observou-se.

- Perfeita minha irmã. – Gil disse, fazendo-se notar escorado no batente da porta.

Juliette sorriu para o primo, voltando-se para o próprio reflexo para admirar ainda mais o sucesso de sua tentativa cosmética. Ela estava linda, cílios grandes e pesados escondendo seus olhos brilhosos, bochechas devidamente rosadas, sombra e delineador tão bem passados que davam àquela pintura um ar de profissionalidade. Ju observou a mecha que tinha deixado para fora do coque, que caía na testa e dando um charme a mais ao penteado. Tudo em sua perfeita ordem.

- Você acha que a Andrade vai gostar? – perguntou ao primo, que apenas revirou os olhos com o nervosismo da garota.

Gil encarou-a como se ela fosse tola.

- Não existe uma chance sequer dela não se sentir a maior felizarda do mundo ao vê-la assim, minha Ju. Você está a cara da cachorrada – ele caminhou até se sentar na cama.

- Eu nunca fui a uma ópera. – comentou ansiosa, sentando-se do lado dele. – Como deve ser?

- Pessoas cantando em tons agudos ou graves demais. Uma suposta história dramática contada. Bem, imagino que seja isso. Um drama musical... Literalmente. – sorriu bobo, fazendo a prima gargalhar.

- Eu aposto que vai ser ótimo.

- Tudo bem, podemos apostar um lanche na Starbucks se você quiser. Eu acho que vai ser uma droga. – deu de ombros.

Ju levantou a mão para apertar a do primo.

- Vai ser uma excelente ópera.

Gilberto aceitou o cumprimento com um sorriso satisfeito, só então parando para se lembrar do que tinha ido fazer no quarto dela anteriormente.

- Hm... Ju?

- Oi?

- Você por acaso viu por aí meu celular? Não o vejo desde a escola...

Juliette sorriu.

- Você é sempre avoado, Gil. Não, molengo, eu não vi seu celular.

Gilberto suspirou em derrota, postando-se de pé.

- Ah, droga. Acho que vou ligar pra Pocah e ver se por algum motivo eu deixei com ela. – andou até estar fora do quarto, antes recebendo um desejo de "boa sorte" da prima.

Juliette caiu deitada em seu colchão, fechando os olhos por um momento para pensar sobre a semana que tivera. Sarah estava mais afastada durante os últimos dias, mas ela sabia que o motivo era porque ela não queria passar a impressão de que estava querendo pressioná-la a aceitar sua proposta.

"Namora comigo". Essas tinham sido suas palavras exatas. O pedido mais bonito e sincero que Juliette acreditava já ter recebido na vida. E ainda da boca da pessoa por quem ela era tão pavorosamente apaixonada.

Como dizer não a um pedido desses? Ela sabia que era impossível. Seu coração nunca quis tanto alguma coisa do que ter o de Sarah junto ao seu. Sua alma e corpo pediam desesperados por ela, e essa era uma súplica a qual Juliette pretendia atender. Ser de Sarah e ela sua, namoradas.

GHOST - SARIETTE | ADAPTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora