Passado - Helena

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Amores, leiam o livro da minha amiga Lost Time, está no começo, mas tenho certeza que irão gostar, a conta dela é HeyNandss .
E outro livro para vocês é Luana Maison Lancaster da @Gnomo_roxo871.
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Dois dias haviam se passado desde o ataque surpresa ao navio, Helena e Henrique viviam em um clima estranho, a ruiva sentia-se envergonhada de estar ao lado do moreno e este por sua vez sentia-se confuso com a reação da garota, sem saber mais o que fazer.
Chad, apesar de sentir-se triste por saber da escolha da garota, se divertia com as reações de ambos, acabara se tornando seu passatempo divertir-se a custa dos dois que não decidiam se ficavam juntos ou não e nenhum dos dois dava o primeiro passo.
-Chad, o que eu faço? - perguntou a garota de forma manhosa enquanto apoiava o rosto entre as mãos e fazia um biquinho.
-Por que pergunta pra mim? - revidou o loiro sorrindo internamente.
-Porque você é o único que pode me ajudar, e é o único com quem converso, tirando o capitão e o Henrique - comentou a jovem mordiscando o lábio inferior - eu não sei mais o que fazer, eu não consigo falar com ele... E-eu... Tenho vergonha e... Nunca passei por isso antes.
-E com isso você diz...?
-Conversar com um garoto, gostar de alguém... E... É tão fácil conversar com você... Não entendo...
-Talvez porque somos mais ligados do que você pensa - Chad abriu um sorriso acolhedor esperando que a garota entendesse o recado.
-Sim... Deve ser... Podemos ser irmãos separados na maternidade - ginchou a ruiva alegremente.
-É... Pode ser - o loiro suspirou e revirou os olhos - mas eu não me lembro de ter uma irmã, ainda mais sendo uma mais nova e ruiva ainda por cima.
-Quem sabe não foi em outra vida? Ou algo assim? Ia ser incrivel... - o sorriso no rosto da ruiva aos poucos se desmanchou.
-O que foi, ruivinha? Disse algo errado?
-Não... É que... Nunca conheci minha família de sangue, sabe, apesar de ser parecida com minha mãe não temos o mesmo sangue, eu fui adotada.
-Mesmo? Mas sua mãe não é jovem? Digo... Tem uma foto dela no seu livro... E ela não parece tão velha a ponto de querer adotar.
Helena riu levemente e balançou a cabeça de forma negativa.
-Ela não pode ter filhos, ela é estéril - comentou a ruiva - me disseram no orfanato que meus pais morreram em um acidente...
-Os meus também, morreram no mar, em uma viagem, nunca mais soube deles... E acabei indo morar com minha tia.
Helena parou alguns minutos para pensar e ficou realmente feliz com a ideia de ter encontrado um irmão de sangue, porém tudo era muito amplo, não dava para ter certeza de muita coisa naquele momento.
-Eu perdi meu pais muito cedo, disseram que eu era apenas um bebê de um ano - prosseguiu a ruiva - tenho alguns ferimentos e cicatrizes até hoje por conta do acidente - Helena mostrou uma pequena cicatriz em seu braço - fui a única a sobreviver no acidente, mas eu era apena um bebê...
-Meus pais não tinha outro bebê... E eu tinha apenas um ano quando eles morreram, então não podemos ser irmãos, temos três anos de diferença, ruivinha.
-Ah... Verdade... Então não podemos ser irmãos... Queria tanto ter um irmão - comentou a ruiva apoiando o rosto contra a mesa de madeira.
-Eu também... Queria ter uma irmã.
A ruiva ficou pensando por longos minutos até que o corpo forte de Henrique se colocou ao seu lado no banco.
-E ai, estão falado do que? - perguntou Henrique após alguns minutos de silêncio com sua chegada.
-Nada demais, coisas sem importância - respondeu Chad de forma rápida sem dar tempo para Helena responder - Henry, onde está sua mãe? Nunca o ouvi falando dela.
-Ela morreu, há 18 anos, eu tinha apenas 2 anos então não me lembro muito bem dela... Meu pai disse que ela era uma ruiva linda, mas nunca me mostrou foto alguma - Henrique ergueu os braços os esticando e bocejou.
A mente de Helena logo ligou os pontos e seu olhar parou em Chad que a encarou da mesma forma, como se tivesse pensado a mesma coisa que a ruiva.
-Que tal falarmos sobre algo menos mórbido? Por exemplo, a próxima parada em Lisboa, parece que lá tem muito ouro - Henrique passou seu braço pela cintura fina de Helena e a puxou para si, beijando-lhe a bochecha suavemente.
-H-Henrique... O-o que foi isso? - Helena levou as mãos para a bochecha que ardiam de vergonha e seu rosto se abaixou.
-Não foi nada demais, só um "olá".
A conversa se seguiu normalmente depois disso, os dois rapazes pareciam animados para a proxima parada, seria a primeira vez que sairiam do návio depois que Helena apareceu na vida dos dois e os virara a mente irreversivelmente.
Poucos dias depois o návio pirata aportava em Lisboa e os piratas desciam silenciosamente, praticamente rastejavam para não serem descobertos.
Helena fora também, seguia Chad e Henrique que pareciam concentrados demais para onde estavam indo que nem repararam os dois homens estranhos que os seguiam.
Entraram em uma taverna onde sabiam que estava dois homens que estariam com ouro roubado de um návio espanhol, como dizem por ai, ladrão que rouba ladrão tem cem amos de perdão.
Henrique viu de longe os dois homens jogando prquenos sacos para o alto e rirem animados, em pouco minutos a taverna virou de cabeça para baixo, mulheres e homens corriam desesperados, garrafas foram quebradas e uma briga de espadas foi travada entre os dois homens e Chad e Henrique.
Outros homens que estavam lá tomaram as dores e se jogaram contra os homens do návio do capitão Sanchez, uma guerra sem motivos aparentes foi criada.
Alguns poucos homens morreram, Henrique conseguiu arrancar boa parte das sacolas com ouro enquanto Chad os distraia, quando estavam com o ouro suficiente correram para fora do estabelecimento.
Quando chegaram no návio gritaram animados com a conquista e guardaram o ouro em um cofre enorme no fundo do navio, estavam todos animados até Chad reparar que a ruiva não estava com eles.
Começou então uma busca pela garota, o navio inteiro fora revistado, mas nada foi encontrado, Henrique e Chad sairam do navio e caminharam pelo porto, haviam poucos navios por lá, mas um os chamou atenção, era um navio corsário de Portugal que em teoria queria destrui-los, principalmente por roubarem tudo que eles conquistavam.
Logo os dois homens haviam entrado no navio e sorrateiramente vasculharam boa parte do navio, porém não tinha ninguém ali, o que os deixou desconfiados.
-Henry... Tá ouvindo isso? - perguntou Chad parando de andar.
-Isso o que Chad?
-Canhões - Chad puxou o outro pelo braço e disparou em correr para fora do navio.
Henrique ao compreender o que o amigo tinha dito começou a correr também, estavam quase chegando na saida do navio quando o canhão foi disparado e madeiras voaram para todos os lados.
O impacto da bola maciça os empurrou com força para fora do navio e cairam com força contra o chão.
O navio estava destroçado, pedaços de madeira flutuavam pelo mar, assim como as velas e mastros, os portugueses haviam destruido seu próprio navio para pegá-los em uma emboscada, felizmente os dois rapazes foram rápidos e conseguiram escapar quase ilesos.
O impacto contra o chão fora tão forte que Chad acabou por desmaiar ali mesmo, Henrique estava ferido demais para carregá-lo, devido a briga na taverna e a queda.
Ambos ficaram ali deitados até que tripulantes do navio vieram e os levaram de volta.
Eles estavam feridos, destruidos fisicamente, mas de uma coisa tinham certeza, iriam salvar Helena a qualquer custo.

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