Nível 1: A Partida

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Busan, 05:57 A.M

Era primavera na Coréia, retorno das férias de verão, um vento frio juntamente com raios solares fracos acompanhava Junmyeon em sua pedalada até a escola. A escola do mesmo era unicamente masculina, não era tão ruim se você fosse aquileano, mas também não era lá aquelas coisas.

Ao chegar, prendeu a sua bicicleta vermelha no ferro com um cadeado, observando atentamente se tudo estava no lugar.

- Chegou 3 minutos atrasado - Uma voz sussurrou em seu ouvido fazendo-o arrepiar.

- Ainda são 06:00, Sehun, temos tempo até o início das aulas de música.

Suho e Sehun eram amigos desde o 6° ano do fundamental, mas desde o 1° ano eles vêm alimentando uma amizade colorida. Foi o Sehun que fez Suho se descobrir pansexual e foi Suho que supriu a dúvida do Sehun se ele era bissexual ou gay, resultado: ele era gay.

- Eu sei, mas o professor pediu para que arrumássemos os instrumentos, os meninos do fundamental desafinaram todos na última aula. - A expressão do mesmo mudou de feliz p'ra revoltado, arrumar o que não foi seu erro é horrível.

- Tinha me esquecido disso, vamos logo que já passou 4 minutos. - Colocou a chave de sua bicicleta dentro do primeiro bolso da mochila e entrou junto com o ruivo.

A escola era relativamente grande, tinha 4 elevadores e uma escada principal, no total eram 26 salas nos 3 andares. Cada andar era para alguma série do ensino médio.

Ao chegar na sala de música, Sehun pegou uma guitarra que estava parada e começou a limpá-la, soltando um suspiro pesado a seguir.

- É dele, né? - Perguntou Suho enquanto esfregava a bateria com um pano úmido.

- Sim... - Respondeu o ruivo de forma chorosa.

O ex namorado do Sehun, Chanyeol, desapareceu desde 2018, no início do ano letivo. Ninguém sabe o que aconteceu, se ele fugiu ou foi sequestrado, se era planejado ou não, a única coisa que ele deixou foi uma guitarra para o Sehun que com tanta raiva e tristeza decidiu vendê-la para a escola.

- Você tem que superar, benzinho. Ele não te dá sinal de vida e nem sabemos se ele está vivo. - Aquelas palavras doíam mais do que parecia para Junmy, ele sabia da dor que seu amigo carregava, mas não iria alimentar aquele amor que mais o destruía do que fazia bem.

- Eu sei, mas é tão difícil. Eu só queria uma explicação, um direct, SMS, até mesmo um e-mail ou uma carta. Só queria saber se ele está vivo. - Deixou que escapasse uma lágrima de seus olhos, não de tristeza, mas de impotência, por não poder fazer nada para vê-lo novamente.

- Não chore novamente, vai manchar sua maquiagem que está melhor do que os outros dias. - Suho limpou sua lagrima e beijou os seus lábios, sabia que seus beijos o deixavam feliz.

- Está bem, gatinho. Agora vamos terminar logo que já são 06:30 e ele vai vir mais cedo hoje.

- Que horas? - Sujo perguntava enquanto acariciava a face alheia.

- 06:50.

- Seu merdinha! Por que não disse logo!? - O moreno lançou o pano sujo de poeira na face do ruivo, que rio do seu desespero.

Suho odiava que lhe avisassem coisas em cima da hora.

🎮

Já era 12:00, horário de almoço em uma escola integral.

Suho estava sentado no refeitório exterior com o Kyungsoo após rachar um refrigerante (1700,00₩) e um lamén (8000,00₩).

- Vai jogar hoje com aquele carinha? - Perguntou Kyung levando um pouco do lamén até sua boca.

Two Birds, One GameOnde histórias criam vida. Descubra agora