Kagome tremia dos pés à cabeça de nervoso, não entendia o que se passava na cabeça do youkai albino e nem o que ele queria, mas o pior era não entender o que se passava consigo mesma, estava claro que ela já não era mais a adolescente que era ao chegar no Sengoku Jidai, mas também não conseguia reconhecer a adulta que estava se tornando, tudo estava tão confusa que chegava a lhe dar tontura de tantas voltas que sua mente dava.
Ela queria realmente dormir, mas sua cabeça não parava de voltar ao momento em que Sesshoumaru pressionara seu corpo no dela, se ela não houvesse lhe repelido, ele teria continuado? Teria novamente se entregado ao youkai? Muito provável que sim, afinal, seu corpo ainda estava quente devido ao contato com ele, era difícil resistir ao albino, mas também não era impossível.
O sol lentamente nascia no horizonte, todos na vila começavam a se levantar, principalmente o grupo que se encontrava na cabana da velha sacerdotisa. Kagome nem mesmo dormira o resto da noite que tinha, simplesmente ficara a encarar o teto e permitirá que seus pensamentos dessem as voltas e reviravoltas que quisesse. Por fim quando viu a luz do sol passar pela janela, a jovem de madeixas negras se levantou, não se sentia cansada, parecia que havia dormido a noite inteira, por fim, colocara sua roupa de miko.
Sem preocupações a jovem se adiantou até a sua clareira de treino e se alongou, suas mãos possuíam faixas limpas e preocupada com elas, a jovem decidira não treinar o arco. Primeiro treinou alguns movimentos que aprendera em suas antigas aulas de ginastica rítmica, movimentos lentos a princípio, mas que ela aumentava a velocidade, seu foco maior era nos saltos e cambalhotas, nada muito artístico para ser sincera. Logo ao sentir seu corpo mais relaxado ela sentou-se em posição de lótus e se pôs a meditar, para que pudesse liberar sua energia e então criar suas barreiras e ir expandindo-as.
No começo era realmente chato para a miko fazer aquilo, mas com o passar das horas e dos dias, ela pode notar o efeito terapêutico que tivera. Sentia-se liberta de sentimentos indesejados, sentia-se mais conectada consigo, muito mais do que jamais estivera, estava muito mais ligada a si mesma e as coisas ao seu redor, podia ouvir, ver e sentir, muito mais do que um dia pudera.
A energia rósea que a circulava lentamente assumia uma coloração lavanda, fazia com que seus cabelos esvoaçassem, suas barreiras tomavam a mesma tonalidade, e se tornava mais potente, ela teria continuado se a marca em seu pescoço não houvesse lhe causado dor, uma dor que lhe atravessou o corpo, a fazendo gritar de agonia e surpresa. As barreiras caíram, sua energia voltara para seu lugar, a dor diminuirá, mas a queimação continuou, fora pior do que a noite anterior, muito pior. Os arabescos avançaram até a lateral de seu rosto, descera um pouco pela lateral de seu corpo e começara a descer pelo seu ombro.
Aquela merda coçava, ardia, doía, ela queria arrancar aquela marca da sua pele e conseguir alivio.
Lentamente a dor, o desconforto, desaparecera, só restava a jovem arfar em alivio, seu corpo fora coberto por uma fina camada de suor. Com cuidado ela se levantou, teve de se apoiar em uma arvore para evitar de ir ao chão novamente, por conta de uma vertigem. Tomando coragem, Kagome caminhou lentamente até o rio, onde usou a água gelada para aplacar o calor que tomara seu corpo. Era como se seu corpo superaquecesse e lhe causasse um grande desconforto. Ela mergulhara os braços nas águas, lavara a nuca e deixara a água escorrer por seu corpo, molhando suas roupas.
Por mais desconfortável que se sentia, Kagome não perdera o foco, e não se surpreendeu ao ouvir um par de paços apressados virem em sua direção, o som desses eram altos e claros para a jovem, logo ela pode sentir na brisa o cheiro da preocupação com o inconfundível cheiro de uma laranja, e instintivamente a sacerdotisa soube que era Sango que vinha em sua direção.
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Herança de Sangue
FanfictionKagome ja nao aguentava mais, nao aguentava seu destino, que parecia seguir o caminho do martir. Cansada de estar sempre a sofrer, nunca destinada a coisas boas, de nunca ser verdadeiramente feliz. Até o dia em que se cansou de seguir esse camino e...