Meu marido 'Frio'

Capítulo Único

Jimin

Eu não sabia se entrava naquela sala, ou se dava meia volta. Eu sei que no momento ele está trabalhando, e que não gosta de ser interrompido, mas já fazem algumas horas que ele está lá dentro, e não comeu nada.

Tomei coragem e bati na porta, e só entrei quando recebi permissão para tal.

- Jun? – Chamei baixinho, eu estava segurando uma pequena bandeja com um lanchinho que fiz para ele.

Ele estava lendo alguns documentos com seriedade, ele tinha uma expressão fria, quase assustadora.

- Hm? – Murmurou sem tirou os olhos do papel. Mas eu sabia que ele estava atendo a tudo o que eu fazia.

Andei até sua mesa, afastei alguns papeis e coloquei a bandeja ali.

- Pra você. – Falei, me afastando um pouquinho.

Ele olhou para mim, depois para a bandeja em sua mesa, ele soltou o papel que segurava o colocando junto dos outros que estavam em uma pequena pilha. Pegando a xicara, dando um pequeno sorriso para mim, desfazendo a expressão fria anterior.

- Obrigado, meu bem. – Diz carinhoso, dando um gole no café.

- De nada, Jun. – Falei, entrelaçando meus dedos, olhando para ele tomar o café alegremente.

- Tem algo que queira me pedir? – Perguntou depois um momento em silêncio, comigo olhando atentamente para ele. – Sabe que só basta me pedir, né?

- Eu sei. Eu só.... Eu só acho que é melhor você dar uma pausa Jun. – Falei, depois de criar coragem. – Já tem horas que você está aí, e só está comendo porque eu trouxe um lanchinho pra você, e hoje é sábado! Será que meu marido não pode se afastar um pouco do trabalho e ficar comigo?

- Desculpa, meu bem. Mas eu preciso terminar isso aqui, uh? Quando eu terminar aqui, eu prometo ficar com você. – Falou, colocando a xicara, agora vazia, de volta na bandeja. Fiz um biquinho descontente.

- Isso não é justo! – Falei batendo o pé no chão, fazendo birra. – Eu sei que você tem que resolver as coisas na máfia, mas só hoje você não pode pedir para o Namjoon resolver para você? Eu quero ficar um pouquinho com você Jun!

Ele respirou fundo, fechando os olhos por um momento.

- Tudo bem. – Diz se levantando da cadeira, vindo até mim. – Vou pedir para Namjoon cuidar das coisas para mim, feliz assim?

- Sim, muito! – Falei o abraçando assim que ele chegou perto o suficiente de mim, esfreguei meu rosto em seu peito forte, sentindo seu cheirinho que tanto amo.

- Gatinho dengoso. – Falou me abraçando apertado, dando um beijo em minha bochecha. Ronronei como um gatinho, contente com o carinho.

Jun e eu estamos casados tem cinco anos, mas nos conhecemos na adolescência. Na época Jun tinha dezesseis anos, enquanto eu tinha dezessete. Assim que nos vimos pela primeira vez, tivemos uma conexão muito forte um com o outro, e ela só crescia conforme os anos foram se passando.

Eu só descobri que ele era filho do maior mafioso do pais, quando fui em sua festa de aniversário de dezessete anos, um ano depois que nos conhecemos.

No começo foi um choque e tanto, mas diferente do que qualquer outra pessoa faria no meu lugar, eu nunca me afastei de Jun. Eu fiquei ao seu lado até quando ele começou seu treinamento para assumir o lugar do seu pai.

Eu só descobri que sentia algo a mais por ele, quando eu tive uma crise de ciúmes quando eu o vi perto de uma garota, que na época eu não sabia que era sua prima, a quem ele é super amigo.

Na época eu até cheguei a me afastar dele um pouco, mas ele não gostou nem um pouco disso e praticamente me trancou dentro do quarto dele com ele junto, e disse que só me deixaria sair quando eu contasse o que estava acontecendo e porque eu estava agindo tão estranho com ele.

Aquela foi a primeira vez que eu o vi tão nervoso, ele andava de um lado ao outro pelo quarto, pensando em voz alto os possíveis motivos para mim estar tão estranho com ele.

Ele até pensou que eu só estava agindo estranho com ele porque eu queria me afastar dele, por causa do pai dele e o que ele fazia. E só dele pensar nessa possibilidade foi o suficiente para ele vir até mim, me abraçando apertado enquanto implorava para mim não o deixar, que eu era a melhor coisa que tinha acontecido com ele e ele não queria me perder de jeito nenhum.

Foi só quando eu senti ele chorar no meu ombro que criei coragem e confessei meus sentimos a ele. Daquele ponto em diante, começamos a namorar, depois noivamos e casamos. Agora estamos juntos, e felizes.

Jun assumiu a liderança da máfia tem sete anos, e eu sempre escuto de pessoas próximas o quanto Jun é frio e sem coração. Como ele bravo ele pode ser bem violento e tudo mais, mas eu tenho uma visão diferente do Jun.

Nenhum deles vê o que eu vejo todos os dias convivendo com ele. Jun pode até ser frio com as outras pessoas, mas não comigo. Nunca comigo.

Jun faz tudo o que pode para sempre me ver bem e feliz, e minha maior felicidade é dê-lo como amigo, companheiro e marido.

[...]

Agora Jun e eu estamos na sala, comigo em seu colo, lugar em que eu mais gosto de estar no mundo todo. Estamos assistindo um filme qualquer que passava na TV, mas confesso que não estava prestando tanta atenção assim no filme, estava mais ocupado sentindo o calor do meu marido, brincando com os botões da sua camiseta.

- Sabe, eu estava pensando numa coisa. – Falou, entrelaçando seus dedos com os meus, deixando nossas mãos juntinhas. Minha mão praticamente sumia junto da dele, e sempre achei isso fofo.

- No que? – Perguntei baixinho, deitando em seu ombro, cheirando seu pescoço.

- Em viajarmos para Tokyo, passarmos alguns dias lá. Apenas eu e você, sem trabalhos. – Falou, fazendo carinho em minha coxa.

- Mesmo? Só nós dois? Juntinhos? – Perguntei com expectativa, fazia muito tempo que Jun e eu não viajamos juntos apenas para curtir um ao outro. O trabalho do Jun acaba consumindo boa parte do seu tempo, e tem dias que eu mal o vejo em casa.

Então passar um tempo com ele seria incrível!

- Sim, apenas nós dois, juntinhos! – Confirmou, dando um beijo em minha mão. – Eu me sinto um pouco mal por perceber que deixei você de lado, mesmo sem querer. Você sabe que eu faço tudo o que posso para ter tempo com você, e como as coisas estão tranquilos nos últimos dias, pensei em viajar com você para me redimir.

- Não precisa disso, Guu. Eu sei que você faz tudo o que pode. Mas confesso que poder passar um tempo com você seria maravilhoso, tem dias que eu só vejo você quando vamos dormir. – Falei, abraçando seu pescoço, colocando cada perna minha ao lado da sua cintura, me sentando de frente para ele.

- Eu amo você tanto, meu amor! – Falou puxando meu rosto até si, me dando um longo beijo delicioso.

- Eu te amo mais, meu marido. – Falei depois do nosso longo beijo, dei um selinho em seus lábios. – Já podemos começar a planejar a viagem ou você ainda vai resolver algumas coisas?

- Já podemos começar a planejar meu amor. Na verdade, eu até reservei uma casa para nós lá, para passarmos o dia confortáveis, sem precisarmos ficar em hotéis. – Falou, abraçando minha cintura.

- Você é tão incrível amor! – Me empolguei, o abraçando fortemente, ouvindo sua risada melodiosa ecoar.

Nas próximas horas apenas ficamos assim, abraçados um ao outro, trocando caricias e palavras de carinho.

Eu não via a hora de podermos viajar e eu poder aproveitar meu marido por longo dias sem ter alguém para vir nos interromper e tirá-lo de mim.

Jun é meu.

Só meu.

[...]